MARINA

Má li esse poema umas dez vezes. Foi a coisa mais bonita que já fiz. Andei trocando umas palavras, corrigindo vou mandar de novo prá vc montar um slide vou mandar imprimir e mando p/ vc pelo correio MARINA No ambiente amplo Paredes brancas, Iluminado por uma Réstia de luz Qu’escapava esguia Por cortina balouçante, Uma marina deslumbrante, Com mares azuis, tal Olhos de uma diva. O píer branco qual Espumas das ondas O conjunto enfeitando. Barcos que partiam E chegavam Se quem ia ou voltava Não sei se ria Ou só chorava. Ah! como amava Esta marina que, De amor minha Vida povoava 22.03.09 LUIZ BOSCO SARDINHA MACHADO ........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................ QUEM SOU EU MARINA SILVEIRA- PROFESSORA, TECNÓLOGA AMBIENTAL E ESPECIALISTA EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

O SOCIALISMO DE INVENÇÃO (parte 3)




Mario Drumond

Uma anedota do folclore político da Venezuela conta que o Panteão dos Libertadores, mausoléu construído em Caracas, em 1876, para sepulcro e homenagem permanente a Bolívar e seus companheiros de luta antiimperialista, foi feito para que a oligarquia venezuelana o visitasse uma vez por ano, sempre na data de aniversário do falecimento de Bolívar, para conferir e ter certeza de que ele de fato está morto.

Liberdade, independência e união dos povos, palavras-chave de todo ideário socialista, incluindo o de Bolívar, só causam temor aos impérios - que querem subjugar, colonizar e fragmentar as nações que exploram -, quando são para valer, isto é, se se concretizam em realidades revolucionárias e capazes de ameaçar o statu quo capitalista.

Entre as ideologias socialistas das mais diversas tendências que brotaram durante o século 19 em contraposição aos avanços capitalistas e imperialistas, desde as que propunham práticas comunistas ou anarquistas, ou as que se manifestaram apenas teórica ou filosoficamente, a mais temida e a que de fato ameaçou e ameaça o statu quo capitalista, em nível mundial, é a de Bolívar. Daí a ocultação de sua obra, de suas idéias, de sua história, de sua saga, de sua épica que, em conjunto ou separadamente, quando não superam, se igualam em grandeza geográfica e magnitude histórica aos grandes acontecimentos que se deram durante aquele século em qualquer parte do mundo.

O século 20 olvidou completamente Bolívar na vigência do socialismo científico, que se estabeleceu como sistema de poder para quase metade da população do mundo, e que acabou por fortalecer a hegemonia capitalista e a unipolaridade do poder mundial, coisa que nunca havia ocorrido em tal intensidade. A própria revolução cubana se salvou pelo retorno de Bolívar na Venezuela, com a eleição de Hugo Chávez, e pela capacidade dialética e de autocrítica que demonstraram seus líderes durante o chamado “período especial” (entre a queda da URSS, em 1989, e a posse de Chávez, em 1999).

Para se entender o que ocorre hoje na Venezuela após dez anos de bolivarianismo, fenômeno que já se alastra por toda a América Latina, incluindo o Brasil (mesmo que não nos demos conta disso), é fundamental conhecer a obra de Bolívar. O sucesso indiscutível do processo revolucionário que está causando admiração em todo o planeta, a partir daquele país, antes um obscuro posto-de-gasolina exclusivo dos EUA, se deve à aplicação sistemática, inventiva e atualizadora da ideologia bolivariana, da qual Hugo Chávez é agora o principal teórico, professor e líder.

Uma notável mudança geopolítica está se verificando na América. Graças à internacionalização das duas maiores conquistas da revolução cubana - educação e saúde pública -, Venezuela, Bolívia, Equador e Nicarágua rapidamente se tornaram territórios livres do analfabetismo e suas populações estão tendo acesso, em massa, ao conhecimento e a uma qualidade de vida nunca antes experimentada. Os índices de pobreza e miséria despencam nesses países e a participação popular nas decisões do poder real aumenta significativamente, e com um nível espantoso de consciência política e de cidadania. Em contrapartida, Cuba recebe de todos esses países a força da união concretizada na ALBA, Aliança Bolivariana para as Américas, à qual outros países do Caribe e América Central se juntaram, entre eles, Honduras, cuja oligarquia em desespero promoveu uma quartelada que está colocando o Império numa saia justa difícil de resolver-se. O contágio bolivariano já alcança o Paraguai e a Argentina, e afeta Brasil, Chile e Uruguai, estes últimos ainda num meio-de-campo “moderado”, blasé, mas não podem ficar fora de um processo com tamanha grandeza e repercussão no continente. Apenas Peru e Colômbia, cujos governos se dissociaram de tal forma de seus povos, e parecem implorar a condição de protetorados do Império, fingem que não vêem a avassaladora maré bolivariana.

E o que é mais novo em tudo isso, até para o pensamento bolivariano, é que se trata, pela primeira vez na história, de uma revolução pacífica e vitoriosa.

Estudemo-la para apoiá-la, pois. E nela participarmos.


Mario Drumond


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Revisão: Frederico de Oliveira (para quem curte textos bons e bem escritos, recomendo o blog de Frederico – O Apito - no endereço http://www.thetweet.blogspot
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