MARINA

Má li esse poema umas dez vezes. Foi a coisa mais bonita que já fiz. Andei trocando umas palavras, corrigindo vou mandar de novo prá vc montar um slide vou mandar imprimir e mando p/ vc pelo correio MARINA No ambiente amplo Paredes brancas, Iluminado por uma Réstia de luz Qu’escapava esguia Por cortina balouçante, Uma marina deslumbrante, Com mares azuis, tal Olhos de uma diva. O píer branco qual Espumas das ondas O conjunto enfeitando. Barcos que partiam E chegavam Se quem ia ou voltava Não sei se ria Ou só chorava. Ah! como amava Esta marina que, De amor minha Vida povoava 22.03.09 LUIZ BOSCO SARDINHA MACHADO ........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................ QUEM SOU EU MARINA SILVEIRA- PROFESSORA, TECNÓLOGA AMBIENTAL E ESPECIALISTA EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL

sábado, 24 de outubro de 2009

A SOLUÇÃO PARA AS CRISES DO PALMEIRAS, SÃO PAULO, CORINTHIANS, SANTOS E SELEÇÃO


Tom Capri

Está muito fácil entender as crises de Palmeiras, São Paulo, Corinthians, Santos e Seleção, só nossa mídia especializada --- a famosa Geni-Press (porque merece que se jogue muita bosta nela) --- ainda não alcançou. O Palmeiras não para de tropeçar principalmente porque, sob nova direção (Muricy/Beluzzo), voltou a jogar com dois centroavantes (Wagner Love/Obina), o que --- até minha netinha Elisa de cinco anos já sabe --- é burro em qualquer circunstância. Obviamente, este não é o único motivo, mas é o principal. Já São Paulo, Corinthians e Santos são outras ovelhas desgarradas mais ou menos pela mesma razão: não têm observado esse princípio elementar do futebol moderno. Até a Seleção sofre do mesmo mal. Quem está se dando bem, no Brasileirão, são apenas os times que contam com ataques inteligentes e fazem o oposto disso, usando, por exemplo, atacantes hábeis e de mobilidade. Não percebeu ainda?


O que é, na verdade, um ataque inteligente? É aquele que tem jogadores que, apesar de atuarem enfiados insistindo em agredir --- o que é correto ----, são completos, polivalentes e estão lá na frente também como ‘zagueiros’, ‘volantes’ e ‘armadores’, a exemplo de Diego Tardelli e Éder Luis, do Atlético Mineiro, homens de frente de muita mobilidade e fortes na marcação, e que ainda por cima fazem gols o suficiente para serem artilheiros. Aí está a solução --- tão óbvia --- para essa crise de Palmeiras, São Paulo, Corinthians, Santos e até mesmo Seleção.


Estou impressionado por Muricy não ter percebido isso aiiiiiiiiiiinda. Não sacou que o Palmeiras cometeu o mesmo erro do São Paulo no final do ano passado. Da mesma forma que o Tricolor havia chamado o paradão Washington, goleador-poste que tem dificuldade de marcação lá na frente, o Palmeiras acaba de chamar Wagner Love, que, se não é outro poste, também não morde a bola no ataque como, por exemplo, um Luís Fabiano.


Da mesma forma que a chegada de Washington desmontou e desestabilizou o São Paulo, a contratação de Love derrubou o Palmeiras, embora ele esteja jogando bem e a Geni-Press pense exatamente o contrário disso. E o problema é de difícil solução: Muricy não pode afastar Love por razões óbvias. E também não faz sentido deixar Obina no banco. Resultado: o técnico precisa escalar os dois, ou um deles e Robert, e aí a coisa pega. Aí está a razão da queda de produção.


Até o Santo André acaba fazendo festa em cima de um time desequilibrado como esse. Com os desfalques que teve, como Pierre e Maurício Ramos, o Palmeiras jamais poderia jogar com dois centroavantes (Muricy, Muricy, Muricy!!!).


A presença de dois homens de ataque mais enfiados, somada a esses desfalques, tornou o Verdão muito vulnerável, e aí começou a sobrar para os demais jogadores, como Edmílson, que passaram a não dar mais conta do recado. Bastou para a crônica esportiva apontar essa queda de produção dos jogadores como um dos fatores responsáveis pela crise técnica do Palmeiras etc., mais ou menos como faz Antero Greco em crônica no Estadão (23/10/2009, Esportes, pág. E2).


Foi exatamente isto o que aconteceu com o São Paulo de Muricy: o técnico insistia em escalar dois centroavantes, Washington e Borges, num time que havia perdido algumas peças-chave, e a coisa não andava, até que os demais --- como Hernandes, Richarlyson etc. --- começaram a ser malhados e cobrados por terem caído de produção e se tornado responsáveis pelos tropeços do time.


Nada contra jogar com centroavante paradão lá na frente, à la Adriano do Flamengo, por exemplo. Mas, se deseja que seu time jogue assim, o técnico tem de saber armá-lo de tal forma que todos estejam sempre preenchendo as lacunas que o paradão deixa, exatamente como vem fazendo o Flamengo, o que explica a ótima fase do time e até de Adriano.


Por que Adriano, mesmo paradão, vem jogando bem e é artilheiro do Brasileirão? Porque o Flamengo é o time mais inteligente do futebol brasileiro, no momento, ao lado do Atlético Mineiro e dos grandes gaúchos. Conta com pelo menos quatro jogadores completos e que fazem a diferença, dando segurança e equilíbrio ao time e abrindo um enorme espaço para o paradão Adriano, que pode assim mostrar seu melhor futebol. São eles: Jean, Kléberson, Maldonado, Petkovic com uma baita vontade de jogar e de voltar a ser o jovem, entre outros.


Você não precisa só de estrelas hoje no nosso futebol para ganhar o Brasileirão. Sim, elas ajudam, e muito. Mas ajuda mais o time que é inteligente. Mano Menezes montou um time assim no Corinthians, com o paradão e gordinho Ronaldo. Montou, não. Não sei se foi Mano, acho que aquela equipe teve, muito, a mão do ex-zagueiro Antônio Carlos, que soube escolher bem os jogadores na época (não estou muito certo disto, mas pode ter sido por aí).


Aquele Coringão (meu amado, idolatrado e todo-foderoso Timão) foi o time mais inteligente que vi montarem no Brasil, nos últimos dez anos. Paradão e com pouca mobilidade, Ronaldo teve ao redor de si um time todo voltado para ele. Do goleiro aos demais atacantes, todos atuavam como polivalentes, defendendo, armando e atacando. E incansavelmente.


Ronaldo ficava lá na frente, segurando pelo menos dois zagueiros, enquanto os demais ‘suavam sangue’, como diz Juca Kfouri, esmerando-se principalmente na marcação. Vi atacantes do porte de Dentinho começarem a marcar como nunca, virando zagueiro, volante meia e ‘defensor-de-frente’ (expressão minha). Todos de uma utilidade impressionante para o time, formando um ‘coletivo’ impecável. E, quando o coletivo vai bem, o talento individual e o futebol-arte reaparecem, diz o técnico Tite.


Não posso deixar de exaltar aqui o incansável Jorge Henrique, que não tem nada de craque, mas é mais útil ao time que qualquer outro, e tanto quanto Ronaldo. Não cansa de roubar a bola, de avançar, de buscar a finalização --- barba, bigode e cabelo ---, tudo o que se espera de um jogador moderno. Jorge Henrique foi quem mais abriu o caminho para Ronaldo, no Timão. Deveria estar na Seleção, para ser reserva e substituto coringa em qualquer posição.


Aí, cometeram, a meu ver, a burrice de dispensar Antônio Carlos e vender essas peças raras escolhidas a dedo e com toque de sabedoria e habilidade. E partiram para novas contratações esquecendo que o time tem um Ronaldo já com pouca mobilidade lá na frente. O clube gastou muuuuuuito mais do que na leva de contratações anteriores e esqueceu o principal: escolher com um mínimo de inteligência quem contratar.


Nenhum dos novos jogadores, apesar de alguns serem talentosos, tem o perfil do polivalente que é capaz de mudar de estilo de jogar para servir e ser mais útil ao time. Pronto, aí está o Corinthians sem entender por que vem caindo de produção, como Palmeiras, São Paulo e Santos.


Por que o Santos também anda mal das pernas? Porque Luxa, por incrível que pareça, é outro que não entendeu isso. O time tem um paradão clássico --- Kléber Pereira ---, mas não conta com um esquema de jogo capaz de preencher as lacunas normalmente deixadas por ele. Não tem mais um Tcheco (que o clube nunca soube aproveitar direito), um Maldonado nem um Zé Roberto, entre outros que fizeram do Santos esquadrão equilibrado e inteligente em outras épocas, inclusive de Luxemburgo.


Temo que, por causa desse mesmo problema, a Seleção volte a ser um fiasco também na África do Sul. Dunga é outro que deu provas, contra a Bolívia e a Venezuela, de que não consegue se libertar dessa sina de jogar com dois centroavantes. Desta vez, foram Nilmar/Adriano e Nilmar/Luís Fabiano. Dizem que testou esses ataques para ver se encontra substituto para Robinho, o que, se for verdade, é burro. Reitero: jogar com dois centroavantes, ainda mais na Seleção, é burro em qualquer circunstância. Abala todo o sistema defensivo e deixa o time exposto demais. Além do que, abrir mão do essencial Robinho é melhor nem comentar.


Ao contrário do que afirma categoricamente Daniel Piza, do Estadão --- esse poço de sabedoria de nossa crônica esportiva ---, existem verdades absolutas no futebol como em tudo na vida (segundo Piza, não há “verdades fixas” no futebol). Existe também técnico que ganha jogo (Piza diz que ‘treinador não é autor’ e não ganha jogo). Se técnico não fosse ‘autor’, não serviria para nada e não existiria. Não é possível que os milhares de clubes existentes no Planeta seriam tão burros a ponto de comprar esse produto chamado “técnico” se ele não ganhasse jogo.


Por exemplo, essa de que você precisa armar um time inteligentíssimo e muuuuuito equillibrado para fazer sucesso com um paradão lá na frente é verdade absoluta do futebol moderno, só cego como Piza não vê. E técnico ganha jogo, é mais do que óbvio, pois é o maestro que impõe os esquemas táticos e faz o time crescer e vencer.


Sim, o técnico ganha jogo com as peças que utiliza em campo, mas se elas não cumprem as funções táticas, os esquemas e as suas ordens, o time dança, da mesma forma que dança a orquestra sem maestro ou a peça de teatro sem diretor. Afaste Muricy do Palmeiras e deixe o time se autoescalar e entrar em campo à deriva, sem comando de ninguém. Você vai ver a bagunça e o fiasco que vai ser, do ponto de vista técnico.


E é justamente isso que está acontecendo no Brasileirão e na Seleção. Por seguirem rigorosamente tais ditames de Daniel Piza, sem pagarem ao jornalista um tostão sequer de direitos autorais, Palmeiras, São Paulo, Corinthians e Santos não andam bem das pernas porque seus treinadores não estão observando esses fundamentos básicos do futebol. São os técnicos que estão perdendo os jogos, não os jogadores, ao contrário do que diz o sábio Piza.


A Seleção, idem. Vinha bem, mas voltou a cair de produção porque Dunga também não soube, na reta final das Eliminatórias, montar um time inteligente e minimamente equilibrado com seus reservas. Insistiu em ter dois centroavantes tanto contra a Bolívia quanto contra a Venezuela, e demos novo vexame na reta final. E, por favor, não me venham com esse papo de altitude: influi sim, e muito, mas não a ponto de impedir que craques como os que a Seleção teve contra a Bolívia ganhem jogo.


Temo que Dunga leve essa mesma mentalidade para a Copa. O time que montou, com altos e baixos, mesmo aquele titular que levantou a Copa das Confederações, ainda não passa confiança. A “Solução Luís Fabiano” veio a calhar: ele é o centroavante mais moderno do futebol brasileiro, na atualidade. É exímio goleador e aprendeu na Europa a servir com precisão e, principalmente, a roubar de forma incansável a bola, tudo o que precisa ser o centroavante moderno.


Mas, como todo matador, Luís Fabiano deixa a Seleção defensivamente mais vulnerável. Sofremos para vencer dos EUA e da África do Sul, na Copa das Confederações, porque o tínhamos como titular, naquele esquema manjado de Dunga, que todo mundo já conhece, até a Venezuela. Se o técnico não abrir os olhos para isso, daremos novo vexame na África do Sul. Abraços a todos, Tom Capri.