MARINA

Má li esse poema umas dez vezes. Foi a coisa mais bonita que já fiz. Andei trocando umas palavras, corrigindo vou mandar de novo prá vc montar um slide vou mandar imprimir e mando p/ vc pelo correio MARINA No ambiente amplo Paredes brancas, Iluminado por uma Réstia de luz Qu’escapava esguia Por cortina balouçante, Uma marina deslumbrante, Com mares azuis, tal Olhos de uma diva. O píer branco qual Espumas das ondas O conjunto enfeitando. Barcos que partiam E chegavam Se quem ia ou voltava Não sei se ria Ou só chorava. Ah! como amava Esta marina que, De amor minha Vida povoava 22.03.09 LUIZ BOSCO SARDINHA MACHADO ........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................ QUEM SOU EU MARINA SILVEIRA- PROFESSORA, TECNÓLOGA AMBIENTAL E ESPECIALISTA EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Países desenvolvidos terão baixo crescimento

Comunicado mostra que nos próximos anos economia 
mundial será impulsionada pelos países em 
desenvolvimento
do IPEA
O crescimento de Estados Unidos, Japão e Europa (exceto a Alemanha) será tímido neste ano e nos próximos. A previsão está no Comunicado 119 – Estados Unidos, Europa e China no contexto da crise financeira internacional, divulgado nesta quinta-feira em coletiva pública na sede do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). A apresentação foi feita pelo assessor técnico da Presidência do Instituto, Lucas Ferras Vasconcelos, e pelo técnico de Planejamento e Pesquisa da Diretoria de Estudos e Políticas Macroeconômicas (Dimac), Cláudio Hamilton.
“O cenário é diferente do que certamente acontecerá nos países em desenvolvimento”, afirmou Vasconcelos. A contribuição para o crescimento mundial, portanto, será maior por parte dos países emergentes. O técnico do Ipeaexplicou que a crise econômica de 2008 teve forte impacto na economia mundial, que, de 2005 a 2007, cresceu em média 5% ao ano. Em 2008, porém, a taxa ficou em 2,8%, e no ano seguinte, com a piora do quadro de crise, foi negativa (-0,7%). Em 2010, o crescimento retornou, mas os países desenvolvidos, especialmente Estados Unidos e Europa se recuperam muito lentamente.
Estados Unidos
Na crise de 2008, de acordo com Vasconcelos, o governo americano reagiu com fortes políticas intervencionistas, nos âmbitos monetário e fiscal, e conseguiu sanear o mercado financeiro do país, mas, mesmo com incentivos fiscais, a atividade econômica não ganhou força. “Desde o início de 2011, temos uma situação de semi-estagnação da economia norte-americana, por conta do baixo crescimento do consumo e instabilidade do investimento”, concluiu.
O desempenho econômico ruim teve consequências no mercado de trabalho. A taxa de desemprego quase dobrou: de 4,6%, em 2007, para 9,1% em 2011. “A instabilidade fez com que os empresários protelassem seus investimentos”, disse. O assessor da presidência não prevê, no entanto, uma crise fiscal nos EUA. “Como os Estados Unidos são distribuidores da moeda chave mundial, há garantia sólida de seus títulos”.
Europa
Na Zona do Euro, também há a perspectiva de baixo crescimento econômico e alto desemprego, mas a situação é pior porque existem riscos de uma crise fiscal e bancária. Segundo Lucas Vasconcelos, Portugal tem atualmente 12% de desempregados, Grécia e Irlanda, 15%, e Espanha, 20%. “A situação nesses países é crítica, com aumento significativo da dívida pública. Na Irlanda, a dívida pública compromete hoje 70% do PIB”, afirmou.
Os bancos europeus sofreram forte impacto da crise americana, o que obrigou os governos a arcarem com gastos bastante altos em planos de salvamento do sistema financeiro, gerando o quadro atual de fragilização das contas públicas. Países em melhor situação, na avaliação de Vasconcelos, não querem se dispor a salvar os mais problemáticos.
“De quando em quando vão surgir problemas políticos, devido as dificuldade de solidez de papéis públicos, e a Zona do Euro poderá dar soluções localizadas para problemas nesses países. O quadro é mais grave na região, pois, além de baixo crescimento e alto desemprego, há uma ameaça latente de crise bancária, que vai se estender por algum tempo”, previu.
China
Na China, a preocupação do governo, desde fim de 2010, não é com crescimento econômico, mas com agravamento do quadro inflacionário, afirmou Lucas Vasconcelos. “Em 12 meses, a inflação aumentou, chegando a 6,5% em julho, principalmente no setor de alimentos, mas provavelmente isso não implicará em dificuldades para o governo chinês”, alegou.
Depois de 2008, a estratégia chinesa de recuperação foi muito bem sucedida. Segundo Cláudio Hamilton, no caso do país asiático, em meio à maior crise dos últimos 50 anos, seu crescimento passou de 11% para 9%. “A China vive um grande programa de investimento infraestrutural e de atendimento à demanda interna, movimento que dificilmente vai amainar nos próximos anos, por isso o otimismo”, finalizou.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

IMAGEM DA SEMANA

 NELSON MANDELA


FONTE -history.com

13º salário não 'repõe' na economia dinheiro que juro da dívida tira


Pagamento de salário extra a trabalhadores com carteira assinada será de R$ 118 bilhões este ano. Segundo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconomicos (Dieese), 78 milhões de brasileiros vão ser beneficiados. Já o pagamento de juros da dívida vai retirar ao menos R$ 128 bilhões da economia. Até setembro, superávit primário já soma R$ 104 bilhões.

BRASÍLIA – A economia brasileira receberá uma injeção de R$ 118 bilhões neste ano, dos quais 70% concentrados em novembro e dezembro, graças ao pagamento de décimo terceiro salário aos trabalhadores. 

O valor é insuficiente para compensar o "mundo real' pelo que o Estado (governo federal, estados e prefeituras) vai recolher da sociedade na forma de tributos em 2011 e não vai devolver, pois usará o dinheiro para pagar juros da dívida ao “mercado” (R$ 128 bilhões).

O impacto do salário extra na economia foi calculado pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e consta de pesquisa divulgada nesta terça feira (1). Já o superávit primário é de conhecimento antigo - está expresso em lei federal do ano passado.

O Dieese faz a conta a partir de dois bancos de dados do ministério do Trabalho – o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e o Relatório Anual de Informações Sociais (Rais). As duas bases só lidam com trabalhadores com carteira assinada, por isso, a estimativa da entidade é incompleta – não considera o mercado de trabalho informal.

Consumidor paga mais caro pela cesta básica em 10 de 17 capitais pesquisadas, indica Dieese

Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil

São Paulo - Os itens essenciais da mesa do brasileiro subiram de preço, em outubro, em 10 das 17 capitais onde é feita a Pesquisa Nacional da Cesta Básica pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). A maior elevação ocorreu em Porto Alegre com alta de 1,93%. O valor da cesta na capital gaúcha é o mais caro R$ 277,34.

A segunda maior variação foi constatada em Curitiba (1,61%) com valor de R$ 245,97, seguida por Vitória com 0,95% e valor de R$ 251,98. Em sentido oposto houve queda no custo em todas as capitais nordestinas. Fora desta região a única que apresentou recuo foi São Paulo com valor de R$ 266,97 ou 0,08% menos do que em setembro.

Call centers podem ser obrigados disponibilizar gravações pela internet

AGÊNCIA CÂMARA DE NOTÍCIAS
Arquivo - Janine Moraes
Antonio Roberto

Tramita na Câmara o Projeto de Lei 1427/11, do deputado Antônio Roberto (PV-MG), que obriga os serviços de atendimento ao consumidor por telefone, mais conhecidos como call centers, a disponibilizar, na internet, as gravações de conversas entre consumidor e atendente até 24 horas após a ligação. A gravação será acessível por senha. A lei que regulamenta o funcionamento dos call centers - Decreto 6.523/08 - não normatiza as formas de acesso às conversas gravadas.
O projeto de Antônio Roberto estabelece medidas administrativas, como suspensão da atividade ou cassação da licença do estabelecimento, para as empresas que descumprirem a determinação.
Segundo o autor da proposta, as gravações hoje são feitas apenas quando há interesse da empresa. Ainda há, segundo ele, uma assimetria nas relações entre consumidor e empresa nos serviços de atendimento telefônico. “A medida [prevista no proejto] é de fundamental importância para a defesa do consumidor lesado em juízo”, afirmou.

MENSAGEM SOBRE O CÓDIGO FLORESTAL





terça-feira, 1 de novembro de 2011

A (in)segurança do Norte da Ilha da Magia

 Ana Echevenguá 
“... Você precisa de alguém que te dê segurança Senão você dança...” - Segurança, Engenheiros do Hawai.


Final de outubro de 2011. Estamos às portas de mais uma temporada de verão. Turistas de vários lugares do mundo atravessam a ponte. Eufóricos, não enxergam o congestionamento constante do trânsito, não sentem o cheiro do esgoto ineficientemente tratado na ETE da Baia Sul...

É compreensível: Florianópolis-SC está no imaginário de várias pessoas. Sonham em morar aqui, antes ou após a aposentadoria; querem usufruir de suas cento e tantas praias...

“... Todo povo tem Sua versão do paraíso Eu tenho também Só que lá se chega vivo...” – de Lulu Santos, Baby de Babylon

E, ano após ano, somos testemunhas dessa invasão sazonal ao nosso Paraíso. Chegam aqui seduzidos (quem sabe?) pelos indicadores de (pseudo)sadia qualidade de vida que a mídia propaga.

O número de habitantes da Ilha da Magia triplica.

Aí, começa o circo: aparecem reformas nas vias públicas, nas fachadas dos hotéis e pousadas... todo dia, em alguma rua, tem um caminhão de tapa-buracos, de limpa-fossas... Como o serviço é ineficiente, os buracos e o esgoto in natura vão e vem.

Mas, de todos esses problemas, o que mais assusta é a falta de segurança.

Recentemente, participei de uma reunião sobre essa tal de ‘Segurança Zero’; e senti medo do que ouvi. Para o Norte da Ilha da Magia – que vai do bairro Cacupé ao Rio Vermelho -, a Polícia Militar conta com 12 servidores por dia, 2 viaturas, 2 ou 3 bicicletas, 7 postos policiais, ...

Tomara que os bandidos não saibam que estamos com deficit de mocinhos!

Mas, já sei que isso não é segredo. No ano passado, um dos editoriais do Diário Catarinense divulgou que Canasvieiras já integrava “o rol das áreas mais violentas da Grande Florianópolis, ombreando, em matéria de registros criminais, com a maioria dos bolsões de miséria e marginalidade em favelas e áreas periféricas da região”.

E Raul Sartori (Jornal Imagem da Ilha, fl. 04) contou que, em uma audiência pública realizada na Assembléia Legislativa-SC, o coronel que representou o Comando Geral da Polícia Militar de SC, declarou que “A PM está envelhecida, estressada, no limite”. Parece que 70% dos policiais militares têm mais de 25 anos de serviço e tudo o que querem é a aposentadoria.

Ou seja, ano após ano, ouvimos a mesma desculpa: ‘a PM não tem efetivo’ pra cuidar dos habitantes da Ilha. E, mesmo assim, atraem os turistas para essa ratoeira!

Entendo que a solução para tanto é única: o contribuinte tem que exigir do Estado investimentos em recursos humanos para que os órgãos de segurança cumpram sua função institucional. Afinal, pagamos tributos pra isso!

“Por isso, povo brasileiro vamos protestar De uma forma correta, sem violência Vendo a pessoa certa Pra você votar...” – Mundo Cão, Olodum.


Vamos exigir ‘concurso público já!’. Porque a porta de ingresso em cargo ou emprego público – enquanto não mudarem as regras da nossa Constituição Federal – abre-se com a aprovação em concursos.

Mas, gente querida!, precisamos ser enfáticos na exigência. Infelizmente, elegemos Senhores que “não querem perder tempo com essa porcaria que se chama gente”, conforme canta o grande Belchior em um de seus antigos sucessos cujo título é ‘S.A’.

Ana Candida Echevenguá, advogada ambientalista, coordenadora do programa Eco&Ação, presidente da ong Ambiental Acqua Bios e da Academia Livre das Águas, email: ana@ecoeacao.com.br, website: www.ecoeacao.com.br.

Com menos recursos públicos, construção civil desacelera

 JORNAL DO BRASIL
O setor da construção civil já sente os efeitos da queda no ritmo de liberação de recursos públicos para obras de infraestrutura devido a ajuste fiscal, segundo a Sondagem Indústria da Construção de setembro, divulgada nesta segunda-feira pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). 
De acordo com a pesquisa, o indicador de nível de atividade do setor caiu em setembro na comparação com agosto e ficou em 48 pontos. Os indicadores variam de zero a cem pontos e valores acima de 50 pontos indicam aumento da atividade. Em agosto, o mesmo indicador havia sido de 50,1 pontos.
Segundo a CNI, a queda da atividade atingiu pequenas, médias e grandes empresas dos três segmentos da pesquisa: construção de edifícios, obras de infraestrutura e serviços especializados. Em setembro, a atividade entre as pequenas empresas foi de 48,7 pontos, entre as médias empresas foi de 48,3 pontos e das grandes foi de 47 pontos.
O segmento de atividade menos afetado foi a construção de edifícios, que ficou próximo da estabilidade, com 49,8 pontos. O setor de serviços especializados alcançou em 47,8 pontos. Com 46,5 pontos, as obras de infraestrutura puxaram os números para baixo.
De acordo com o gerente-executivo da Unidade de Pesquisa da CNI, Renato da Fonseca, as obras de infraestrutura tiveram significativa queda no nível de atividade porque os desembolsos públicos caíram, tanto pela troca de governo quanto pelo ajuste fiscal promovido pela União.
"Esse setor é muito dependente das obras públicas. O ano passado foi de campanha, por isso teve uma aceleração das obras. Este ano teve a troca dos governos, então aqueles que entram param tudo para reavaliar as obras", disse Fonseca.
Ele lembrou ainda que, do orçamento de R$ 65,2 bilhões da União para investimentos previstos para este ano, só 10,5% foram efetivamente pagos.
Em relação à criação de empreendimentos ou serviços, a expectativa ficou em 57,2 pontos. Também há expectativa de evolução positiva para a compra de insumos e matérias-primas, com 55,1 pontos, e do número de empregados, com 55,6 pontos.
A Sondagem da Indústria da Construção foi feita no período de 3 a 18 de outubro, com 353 empresas, das quais: 173 são pequenas, 138 são médias e 42 são grandes.
Expectativas
Apesar da queda na atividade, o empresário da construção civil continua otimista para os próximos seis meses. A expectativa do nível de atividade em outubro (a parte das expectativas na pesquisa leva a data da coleta dos dados) ficou em 57 pontos, ou seja, o empresariado espera um crescimento nos próximos seis meses.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Mundo atinge hoje marca de 7 bilhões de pessoas







Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil
Brasília – A data de hoje (31) será celebrada em várias cidades do mundo. É o dia em que a população mundial atinge 7 bilhões de pessoas. Os nascimentos de bebês em diferentes localidades simbolizam o marco histórico.
Nas Filipinas, a data já foi comemorada, tendo como símbolo o nascimento de Danica Maio Camacho. Ela nasceu nesse domingo (30), dois minutos antes da meia-noite. Porém, para os médicos, o nascimento deve ser comemorado como se fosse hoje. Atualmente, a expectativa média de vida é 68 anos, nos anos 1950 era 48 anos.

A taxa Selic e os juros dos bancos

 Paulo Kliass/Correio do Brasil
SELIC não é o único fator responsável pelo alto lucro dos bancos e pelo elevadíssimo custo dos empréstimos tomados junto ao sistema financeiro. O que contribui sobremaneira é a facilidade com que os bancos super-exploram seus clientes, sem que as autoridades governamentais tomem qualquer medida para coibir os abusos cometidos.
Selic
Ao longo do mês de outubro é comum começarem a aparecer os resultados dos bancos relativos aos três primeiros trimestres do ano – o período que vai de janeiro a setembro. E os números apresentados podem servir como previsão para os obesos lucros a serem anunciados pelas instituições financeiras operando em nossas terras para o conjunto do exercício de 2011. Como tem sido uma constante ao longo dos últimos anos, a cada anúncio são revelados novos recordes! Nada surpreendente, se levarmos em conta que vivemos sob uma ditadura mal disfarçada do capital financeiro. Tão ou mais poderoso quanto o capital do agronegócio e o das comunicações. Essa é a trinca que verdadeiramente parece mandar e comandar o País.
Para esses primeiros nove meses do ano, a medalha de ouro foi para o Bradesco, com a bagatela de R$ 8,3 bilhões de lucro líquido. Para o mesmo período do ano passado, porém, o Itaú havia ultrapassado o concorrente, tendo alcançado um lucro líquido de R$ 9,4 bilhões. Nunca antes na história desse País as instituições financeiras ganharam tanto dinheiro! E de modo tão fácil. Não é por acaso que os 10 maiores recordes de lucro para esse 3 trimestres ocorreram nesse período mais recente, entre 2007 e 2011. A maior parte da farra ficou por conta da duplinha dinâmica Itaú e Bradesco, que alcançaram o pódio 7 vezes. Já o Banco do Brasil chegou à frente por 3 ocasiões.
Se calcularmos o lucro líquido do Bradesco em termos de dias úteis, chegaremos à cifra de R$ 44 milhões diários. Ou seja, R$ 5,4 milhões por hora trabalhada e R$ 90 mil por minuto. No limite, o lucro líquido sendo acumulado na base de uma gotinha de R$ 1.500,00 por segundo. Nada mal para uma atividade que não produz nenhum bem tangível e que ganha apenas na especulação irresponsável com recursos de outrem.
É amplamente sabido que uma das principais fontes de ganhos do setor financeiro é a política monetária de juros estratosféricos levada a cabo pelos diversos governos ao longo das últimas décadas. E em especial a partir do Plano Real, em que a estabilidade macroeconômica foi buscada a qualquer custo, em especial pela rigidez ortodoxa da taxa oficial de juros lá em cima. No entanto, essa não é a única razão. A definição da taxa SELICpelo COPOM em patamares que a qualifica como a mais alta do planeta provoca distorções enormes em nossa economia. Ela opera como uma taxa referencial de remuneração financeira e de rentabilidade negocial de uma forma geral na sociedade. E isso provoca uma verdadeira contaminação da cabeça e do comportamento de indivíduos, empresas e do próprio governo.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Matemáticos revelam rede capitalista que domina o mundo



 da New Scientist/Inovação Tecnológica


Este gráfico mostra as interconexões entre o grupo de 1.318 empresas transnacionais que formam o núcleo da economia mundial. O tamanho de cada ponto representa o tamanho da receita de cada uma.

A reportagem é da revista New Scientist, 22-10-2011 e reproduzida pelo sítio Inovação Tecnológica.


Além das ideologias

Conforme os protestos contra o capitalismo se espalham pelo mundo, os manifestantes vão ganhando novos argumentos.

Uma análise das relações entre 43.000 empresas transnacionais concluiu que um pequeno número delas - sobretudo bancos - tem um poder desproporcionalmente elevado sobre a economia global.

A conclusão é de três pesquisadores da área de sistemas complexos do Instituto Federal de Tecnologia de Lausanne, na Suíça.

Este é o primeiro estudo que vai além das ideologias e identifica empiricamente essa rede de poder global.

"A realidade é complexa demais, nós temos que ir além dos dogmas, sejam eles das teorias da conspiração ou do livre mercado," afirmou James Glattfelder, um dos autores do trabalho. "Nossa análise é baseada na realidade."

Rede de controle econômico mundial

A análise usa a mesma matemática empregada há décadas para criar modelos dos sistemas naturais e para a construção de simuladores dos mais diversos tipos. Agora ela foi usada para estudar dados corporativos disponíveis mundialmente.

O resultado é um mapa que traça a rede de controle entre as grandes empresas transnacionais em nível global.

Estudos anteriores já haviam identificado que algumas poucas empresas controlam grandes porções da economia, mas esses estudos incluíam um número limitado de empresas e não levavam em conta os controles indiretos de propriedade, não podendo, portanto, ser usados para dizer como a rede de controle econômico poderia afetar a economia mundial - tornando-a mais ou menos instável, por exemplo.

O novo estudo pode falar sobre isso com a autoridade de quem analisou uma base de dados com 37 milhões de empresas e investidores.

A análise identificou 43.060 grandes empresas transnacionais e traçou as conexões de controle acionário entre elas, construindo um modelo de poder econômico em escala mundial.

Poder econômico mundial

Refinando ainda mais os dados, o modelo final revelou um núcleo central de 1.318 grandes empresas com laços com duas ou mais outras empresas - na média, cada uma delas tem 20 conexões com outras empresas.

Mais do que isso, embora este núcleo central de poder econômico concentre apenas 20% das receitas globais de venda, as 1.318 empresas em conjunto detêm a maioria das ações das principais empresas do mundo - as chamadas blue chips nos mercados de ações.

Em outras palavras, elas detêm um controle sobre a economia real que atinge 60% de todas as vendas realizadas no mundo todo.

E isso não é tudo.

Super-entidade econômica

Quando os cientistas desfizeram o emaranhado dessa rede de propriedades cruzadas, eles identificaram uma "super-entidade" de 147 empresas intimamente inter-relacionadas que controla 40% da riqueza total daquele primeiro núcleo central de 1.318 empresas.

"Na verdade, menos de 1% das companhias controla 40% da rede inteira," diz Glattfelder.

E a maioria delas são bancos.

Os pesquisadores afirmam em seu estudo que a concentração de poder em si não é boa e nem ruim, mas essa interconexão pode ser.

Como o mundo viu durante a crise de 2008, essas redes são muito instáveis: basta que um dos nós tenha um problema sério para que o problema se propague automaticamente por toda a rede, levando consigo a economia mundial como um todo.

Eles ponderam, contudo, que essa super-entidade pode não ser o resultado de uma conspiração - 147 empresas seria um número grande demais para sustentar um conluio qualquer.

A questão real, colocam eles, é saber se esse núcleo global de poder econômico pode exercer um poder político centralizado intencionalmente.

Eles suspeitam que as empresas podem até competir entre si no mercado, mas agem em conjunto no interesse comum - e um dos maiores interesses seria resistir a mudanças na própria rede.

As 50 primeiras das 147 empresas transnacionais super conectadas

    Barclays plc
    Capital Group Companies Inc
    FMR Corporation
    AXA
    State Street Corporation
    JP Morgan Chase & Co
    Legal & General Group plc
    Vanguard Group Inc
    UBS AG
    Merrill Lynch & Co Inc
    Wellington Management Co LLP
    Deutsche Bank AG
    Franklin Resources Inc
    Credit Suisse Group
    Walton Enterprises LLC
    Bank of New York Mellon Corp
    Natixis
    Goldman Sachs Group Inc
    T Rowe Price Group Inc
    Legg Mason Inc
    Morgan Stanley
    Mitsubishi UFJ Financial Group Inc
    Northern Trust Corporation
    Société Générale
    Bank of America Corporation
    Lloyds TSB Group plc
    Invesco plc
    Allianz SE 29. TIAA
    Old Mutual Public Limited Company
    Aviva plc
    Schroders plc
    Dodge & Cox
    Lehman Brothers Holdings Inc*
    Sun Life Financial Inc
    Standard Life plc
    CNCE
    Nomura Holdings Inc
    The Depository Trust Company
    Massachusetts Mutual Life Insurance
    ING Groep NV
    Brandes Investment Partners LP
    Unicredito Italiano SPA
    Deposit Insurance Corporation of Japan
    Vereniging Aegon
    BNP Paribas
    Affiliated Managers Group Inc
    Resona Holdings Inc
    Capital Group International Inc
    China Petrochemical Group Company

Bibliografia:

The network of global corporate control
Stefania Vitali, James B. Glattfelder, Stefano Battiston
arXiv
19 Sep 2011
http://arxiv.org/abs/1107.5728

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

IMAGEM DA SEMANA - ELEIÇÕES NA TUNÍSIA

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FONTE -SWISSINFO.CH

Sociólogo norte-americano antecipa que ‘o capitalismo chegou ao fim da linha’



Aos 81 anos, o sociólogo norte-americano Immanuel Wallerstein acredita que o capitalismo chegou ao fim da linha: já não pode mais sobreviver como sistema. Mas – e aqui começam as provocações – o que surgirá em seu lugar pode ser melhor (mais igualitário e democrático) ou pior (mais polarizado e explorador) do que temos hoje em dia.

capitalismo

Por Redação, com IHU - de Washington/CORREIO DO BRASIL
Estamos, pensa este professor da Universidade de Yale e personagem assíduo dos Fóruns Sociais Mundiais, em meio a uma bifurcação, um momento histórico único nos últimos 500 anos. Ao contrário do que pensava Karl Marx, o sistema não sucumbirá num ato heróico. Desabará sobre suas próprias contradições. Mas atenção: diferentemente de certos críticos do filósofo alemão, Wallerstein não está sugerindo que as ações humanas são irrelevantes.
Ao contrário: para ele, vivemos o momento preciso em que as ações coletivas, e mesmo individuais, podem causar impactos decisivos sobre o destino comum da humanidade e do planeta. Ou seja, nossas escolhas realmente importam. “Quando o sistema está estável, é relativamente determinista. Mas, quando passa por crise estrutural, o livre-arbítrio torna-se importante.”
É no emblemático 1968, referência e inspiração de tantas iniciativas contemporâneas, que Wallerstein situa o início da bifurcação. Lá teria se quebrado “a ilusão liberal que governava o sistema-mundo”. Abertura de um período em que o sistema hegemônico começa a declinar e o futuro abre-se a rumos muito distintos, as revoltas daquele ano seriam, na opinião do sociólogo, o fato mais potente do século passado – superiores, por exemplo, à revolução soviética de 1917 ou a 1945, quando os EUA emergiram com grande poder mundial.
As declarações foram colhidas no dia 4 de outubro pela jornalista Sophie Shevardnadze, que conduz o programa Interview na emissora de televisão russa RT. A transcrição e a tradução para o português são iniciativas do sítio Outras Palavras, 15-10-2011.
Leia aqui a entrevista, na íntegra:
– Há exatamente dois anos, você disse ao RT que o colapso real da economia ainda demoraria alguns anos. Esse colapso está acontecendo agora?
– Não, ainda vai demorar um ano ou dois, mas está claro que essa quebra está chegando.
– Quem está em maiores apuros: Os Estados Unidos, a União Europeia ou o mundo todo?
– Na verdade, o mundo todo vive problemas. Os Estados Unidos e União Europeia, claramente. Mas também acredito que os chamados países emergentes, ou em desenvolvimento – Brasil, Índia, China – também enfrentarão dificuldades. Não vejo ninguém em situação tranquila.
– Você está dizendo que o sistema financeiro está claramente quebrado. O que há de errado com o capitalismo contemporâneo?
– Essa é uma história muito longa. Na minha visão, o capitalismo chegou ao fim da linha e já não pode sobreviver como sistema. A crise estrutural que atravessamos começou há bastante tempo. Segundo meu ponto de vista, por volta dos anos 1970 – e ainda vai durar mais uns 20, 30 ou 40 anos. Não é uma crise de um ano, ou de curta duração: é o grande desabamento de um sistema. Estamos num momento de transição. Na verdade, na luta política que acontece no mundo — que a maioria das pessoas se recusa a reconhecer — não está em questão se o capitalismo sobreviverá ou não, mas o que irá sucedê-lo. E é claro: podem existir duas pontos de vista extremamente diferentes sobre o que deve tomar o lugar do capitalismo.
– Qual a sua visão?
– Eu gostaria de um sistema relativamente mais democrático, mais relativamente igualitário e moral. Essa é uma visão, nós nunca tivemos isso na história do mundo – mas é possível. A outra visão é de um sistema desigual, polarizado e explorador. O capitalismo já é assim, mas pode advir um sistema muito pior que ele. É como vejo a luta política que vivemos. Tecnicamente, significa é uma bifurcação de um sistema.
– Então, a bifurcação do sistema capitalista está diretamente ligada aos caos econômico?
– Sim, as raízes da crise são, de muitas maneiras, a incapacidade de reproduzir o princípio básico do capitalismo, que é a acumulação sistemática de capital. Esse é o ponto central do capitalismo como um sistema, e funcionou perfeitamente bem por 500 anos. Foi um sistema muito bem sucedido no que se propõe a fazer. Mas se desfez, como acontece com todos os sistemas.
– Esses tremores econômicos, políticos e sociais são perigosos? Quais são os prós e contras?
– Se você pergunta se os tremores são perigosos para você e para mim, então a resposta é sim, eles são extremamente perigosos para nós. Na verdade, num dos livros que escrevi, chamei-os de “inferno na terra”. É um período no qual quase tudo é relativamente imprevisível a curto prazo – e as pessoas não podem conviver com o imprevisível a curto prazo. Podemos nos ajustar ao imprevisível no longo prazo, mas não com a incerteza sobre o que vai acontecer no dia seguinte ou no ano seguinte. Você não sabe o que fazer, e é basicamente o que estamos vendo no mundo da economia hoje. É uma paralisia, pois ninguém está investindo, já que ninguém sabe se daqui a um ano ou dois vai ter esse dinheiro de volta. Quem não tem certeza de que em três anos vai receber seu dinheiro, não investe – mas não investir torna a situação ainda pior. As pessoas não sentem que têm muitas opções, e estão certas, as opções são escassas.
– Então, estamos nesse processo de abalos, e não existem prós ou contras, não temos opção, a não ser estar nesse processo. Você vê uma saída?
– Sim! O que acontece numa bifurcação é que, em algum momento, pendemos para um dos lados, e voltamos a uma situação relativamente estável. Quando a crise acabar, estaremos em um novo sistema, que não sabemos qual será. É uma situação muito otimista no sentido de que, na situação em que nos encontramos, o que eu e você fizermos realmente importa. Isso não acontece quando vivemos num sistema que funciona perfeitamente bem. Nesse caso, investimos uma quantidade imensa de energia e, no fim, tudo volta a ser o que era antes. Um pequeno exemplo. Estamos na Rússia. Aqui aconteceu uma coisa chamada Revolução Russa, em 1917. Foi um enorme esforço social, um número incrível de pessoas colocou muita energia nisso. Fizeram coisas incríveis, mas no final, onde está a Rússia, em relação ao lugar que ocupava em 1917? Em muitos aspectos, está de volta ao mesmo lugar, ou mudou muito pouco. A mesma coisa poderia ser dita sobre a Revolução Francesa.
– O que isso diz sobre a importância das escolhas pessoais?
– A situação muda quando você está em uma crise estrutural. Se, normalmente, muito esforço se traduz em pouca mudança, nessas situações raras um pequeno esforço traz um conjunto enorme de mudanças – porque o sistema, agora, está muito instável e volátil. Qualquer esforço leva a uma ou outra direção. Às vezes, digo que essa é a “historização” da velha distinção filosófica entre determinismo e livre-arbítrio. Quando o sistema está relativamente estável, é relativamente determinista, com pouco espaço para o livre-arbítrio. Mas, quando está instável, passando por uma crise estrutural, o livre-arbítrio torna-se importante. As ações de cada um realmente importam, de uma maneira que não se viu nos últimos 500 anos. Esse é meu argumento básico.
– Você sempre apontou Karl Marx como uma de suas maiores influências. Você acredita que ele ainda seja tão relevante no século XXI?
– Bem, Karl Marx foi um grande pensador no século XIX. Ele teve todas as virtudes, com suas ideias e percepções, e todas as limitações, por ser um homem do século XIX. Uma de suas grandes limitações é que ele era um economista clássico demais, e era determinista demais. Ele viu que os sistemas tinham um fim, mas achou que esse fim se dava como resultado de um processo de revolução. Eu estou sugerindo que o fim é reflexo de contradições internas. Todos somos prisioneiros de nosso tempo, disso não há dúvidas. Marx foi um prisioneiro do fato de ter sido um pensador do século XIX; eu sou prisioneiro do fato de ser um pensador do século XX.
– Do século 21, agora…
– É, mas eu nasci em 1930, eu vivi 70 anos no século XX, eu sinto que sou um produto do século XX. Isso provavelmente se revela como limitação no meu próprio pensamento.
– Quanto – e de que maneiras – esses dois séculos se diferem? Eles são realmente tão diferentes?
– Eu acredito que sim. Acredito que o ponto de virada deu-se por volta de 1970. Primeiro, pela revolução mundial de 1968, que não foi um evento sem importância. Na verdade, eu o considero o evento mais significantes do século XX. Mais importante que a Revolução Russa e mais importante que os Estados Unidos terem se tornado o poder hegemônico, em 1945. Porque 1968 quebrou a ilusão liberal que governava o sistema mundial e anunciou a bifurcação que viria. Vivemos, desde então, na esteira de 1968, em todo o mundo.
– Você disse que vivemos a retomada de 68 desde que a revolução aconteceu. As pessoas às vezes dizem que o mundo ficou mais valente nas últimas duas décadas. O mundo ficou mais violento?
– Eu acho que as pessoas sentem um desconforto, embora ele talvez não corresponda à realidade. Não há dúvidas de que as pessoas estavam relativamente tranquilas quanto à violência em 1950 ou 1960. Hoje, elas têm medo e, em muitos sentidos, têm o direito de sentir medo.
– Você acredita que, com todo o progresso tecnológico, e com o fato de gostarmos de pensar que somos mais civilizados, não haverá mais guerras? O que isso diz sobre a natureza humana?
– Significa que as pessoas estão prontas para serem violentas em muitas circunstâncias. Somos mais civilizados? Eu não sei. Esse é um conceito dúbio, primeiro porque o civilizado causa mais problemas que o não civilizado; os civilizados tentam destruir os bárbaros, não são os bárbaros que tentam destruir os civilizados. Os civilizados definem os bárbaros: os outros são bárbaros; nós, os civilizados.
– É isso que vemos hoje? O Ocidente tentando ensinar os bárbaros de todo o mundo?
– É o que vemos há 500 anos.