Após vencer as eleições, Dilma Rousseff, apresentou enfim a síntese de seu programa de governo. Num discurso escrito, sem margem para improvisos, listou suas metas e, acima delas, seus compromissos democráticos. No que afirma sobre a imprensa, o texto dificilmente poderia ter sido mais oportuno.
Zelarei pela mais ampla e irrestrita liberdade de imprensa, proclamou Dilma Rousseff.
Aparentemente, a presidente eleita disse o óbvio: como chefe de Estado e de governo, só o que lhe compete, nessa matéria, é zelar pela liberdade plena. Nada de novo. Mas, aqui, o óbvio é especialmente bem-vindo. Na ressaca das violências verbais da campanha, essas poucas palavras adquirem um valor único. Lembremos que, neste ano eleitoral, o presidente da República, em pessoa, atacou a imprensa em várias ocasiões. No dia 20 de setembro, no Tocantins, ele chegou a impor condicionantes à liberdade: A liberdade de imprensa não significa que você possa inventar coisas o dia inteiro. (...) Significa que você tem a liberdade de informar corretamente a opinião pública, para fazer críticas políticas, e não o que a gente assiste de vez em quando.