MARINA

Má li esse poema umas dez vezes. Foi a coisa mais bonita que já fiz. Andei trocando umas palavras, corrigindo vou mandar de novo prá vc montar um slide vou mandar imprimir e mando p/ vc pelo correio MARINA No ambiente amplo Paredes brancas, Iluminado por uma Réstia de luz Qu’escapava esguia Por cortina balouçante, Uma marina deslumbrante, Com mares azuis, tal Olhos de uma diva. O píer branco qual Espumas das ondas O conjunto enfeitando. Barcos que partiam E chegavam Se quem ia ou voltava Não sei se ria Ou só chorava. Ah! como amava Esta marina que, De amor minha Vida povoava 22.03.09 LUIZ BOSCO SARDINHA MACHADO ........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................ QUEM SOU EU MARINA SILVEIRA- PROFESSORA, TECNÓLOGA AMBIENTAL E ESPECIALISTA EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL

COLABORADORES

13.10.2.010
EDUCAÇÃO  -  CAMINHO PARA O CRESCIMENTO SUSTENTÁVEL

O crescimento da economia – do social, ambiental e do político – está diretamente ligado ao capital humano, ou seja, mão de obra qualificada que dê sustentação ao desenvolvimento de novas tecnologias.

Há que se ter uma atenção efetiva com a educação básica, assegurando o aprendizado de uma profissão, em sintonia com o mercado de trabalho e suas tendências. Certamente, nessa e em outras fases do processo, não há como ignorar que a formação de bons alunos está ligada diretamente a existência de bons professores e condições de ensino em sala de aula.

Não basta apresentar índices que demonstram o crescimento das matrículas no ensino fundamental, sem que este fato não esteja associado ao real crescimento da qualidade destes alunos. O que se observa, normalmente, é a ênfase a divulgação do crescimento de vagas e do número de escolas – iniciativa necessária, mas não suficiente – se os indicadores de qualidade evidenciam um crescimento muito lento da qualidade dos alunos. Ampliar vagas e criar escolas é uma atividade que a maioria dos políticos dedicam sua atenção – é uma ação de efeito em curto prazo – mas muito poucos se vinculam a iniciativas de médio e longo prazo, como é a melhoria da qualidade de alunos e de professores.

Ou seja, a meta aceita é de valorizar a formação educacional, sem que esta meta esteja associada, necessariamente, as demandas do mercado de trabalho que, em particular, passa por mudanças rápidas e significativas. Usando uma expressão mais forte, os jovens são preparados para deixarem as escolas, mas não para estarem disponíveis para as ofertas do mercado de trabalho; daí se explica a quantidade de vagas que não são preenchidas, pois não há pessoas preparadas para tal, o que só começaria a ocorrer se o Brasil investisse na educação profissional (com foco regional), esclarecendo aos jovens que a chegada ao ensino universitário não é o caminho único para o sucesso profissional.

As instituições de ensino superior devem ser mais flexíveis e diversificadas, ao invés de manter cursos tradicionais com grades curriculares estáveis nos últimos anos, partindo do princípio que haverá alunos interessados nos cursos que oferecem, mas – muitas das vezes – sem sintonia com as demandas do mercado de trabalho das empresas que estão em seu entorno ou que chegam com novas demandas de profissionais.

Um curso não se avalia pela demanda de inscrições nos processos seletivos, nem na quantidade de formandos no final do curso, mas no número de contratações asseguradas por seus formandos, fato que está muito relacionado às atividades de pesquisa e extensão (infelizmente) precariamente oferecidas por grande parte das instituições, particularmente as privadas.

Portanto, para todos os níveis de ensino se faz necessário, além do planejamento de crescimento de suas atividades, um sistema eficaz e transparente de avaliação da qualidade do ensino oferecido, contexto que já começou a ser feito pelo Governo, mas que ainda não assumiu a fase de assegurar a sociedade um conhecimento transparente de tais avaliações e resultados.

Mais uma vez, em período de eleição, o tema “Educação” volta a ficar em evidência, quer na promessa dos políticos, quanto na demanda dos eleitores. Entretanto, e pelo menos é isso que até então vem ocorrendo, com o passar do tempo, a Educação não vem sendo “adotada” como uma alavanca única para o desenvolvimento, fato que já foi percebido e adotado – há bastante tempo – por vários outros países emergentes.

Acorda Brasil, não basta formular demandas; já passamos da hora de fazer cobranças.

Roosevelt S. Fernandes, M. Sc.
Núcleo de Estudos em Percepção Ambiental / NEPA

         


 
ROOSEVELT FERNANDES*
UM DIA DEPOIS DAS ELEIÇÕES  -  E AGORA?
 
Um dia depois da eleição é um excelente momento para uma reflexão. Não  que cada um de nós não tenha feito isso antes de votar – apesar de, infelizmente, muitos não fazerem – pois com este processo definimos mudanças, retrocessos ou “fica tudo para a próxima eleição”.
 
Em um país onde os eleitores – distribuídos em diferentes níveis sociais e instrução – depois de algum tempo não lembram em quem votaram, como podem fazer, na eleição seguinte, uma avaliação do seu “agora novamente candidato”. Ou seja, para este grupo, as opções de mudança ou retrocesso ficam excluídas, restando apenas a velha opção do “fica tudo para a próxima eleição”.
 
Hoje já sabendo quem foi eleito, se você é do grupo dos “conscientes”, já deve saber se haverá retrocesso ou mudança. Os eleitores do grupo dos “desligados” poderão, pelo menos, fazer uma reflexão do que poderá ocorrer com sua vida nos próximos quatro anos, análise onde poderia ter a oportunidade de mudar, mas, indiferentemente optou por um caminho sem a necessária prévia reflexão.
 
Pelé disse que o brasileiro não sabe votar; na época foi muito criticado. Na verdade ele sabe votar – ir às urnas e colocar seu voto – porém, talvez, ainda não saiba como analisar as ações decorrentes de dar o seu voto. Certamente, para evitar uma nova polêmica, não estou me referindo aos “conscientes”, mas sim aos “desligados”.
 
Em síntese, um dia depois da eleição, cada um sabe, ou deveria saber, o potencial reflexo do seu voto; ao longo do tempo, terá a sensação do reflexo real do seu voto e, quem sabe, sentir o sucesso ou o fracasso daquela linha política que optou por estar no poder político do país.
 
Para as eleições de 2010, já não há mais a fazer, e esperamos que os brasileiros – em âmbito estadual e federal – tenham tido a felicidade de escolher um caminho positivo para o Brasil e para os brasileiros (pois nem sempre isso é a mesma coisa).
 
Aos políticos vitoriosos desejamos que cada um saiba escolher seus ministros, secretários e assessores com os olhos nas promessas que fizeram na campanha, e não apenas pensando no próximo pleito. Se isso não ocorrer já podemos ter uma grande mudança no rumo da política no Brasil. Infelizmente esta pergunta não despontou em nenhum dos debates, certamente pois todos pensam que a preocupação maior dos políticos é de cumprir, em seu mandato, a totalidade (ou quase) das promessas que fez durante a campanha.
 
Por outro lado, dos ministros e secretários escolhidos, o que se deseja é que entendam que foram escolhidos não para favorecer seus partidos ou pensarem ser candidatos na próxima eleição, mas sim trabalhar voltado unicamente a viabilização das promessas de campanha daquele que os escolheu. Quem sabe, se fizerem um trabalho bem feito, podem até ter pretensões para a próxima eleição, mas que esta possibilidade seja decorrente da avaliação da sociedade e não apenas dos interesses dos partidos.
 
Mas isso tudo depende de que tenhamos uma efetiva redução dos eleitores “desligados”, uma vez que sem isso temos grande chance de ficar tudo para a próxima eleição. Para tal, antes de virar a página do processo eleitoral de 2010, cada um deve parar para fazer uma reflexão pessoal e reconhecer a importância do seu voto. Faça isso no âmbito da família e no seu ciclo de amizades; fale e escute e pense.
 
Senhores políticos vitoriosos; a sociedade espera de vocês a realização de suas promessas de campanha. Tenha certeza que se o trabalho for bem conduzido, a sociedade voltará a colocá-lo no poder. Ou seja, a sociedade faz  a sua parte e os políticos a sua. A sociedade confia – e por isso indicou quem fica no poder político – naqueles que foram eleitos. Por favor, não nos desaponte.
 
*Roosevelt S. Fernandes, M. Sc.
Núcleo de Estudos em Percepção Ambiental / NEPA
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A MAIOR FORTUNA DO CERRADO LESTE MARANHENSE

Forum Carajás

A expectativa quanto ao dia seguinte se desforrara sobre boa parte daquele dia, e, especialmente, sobre a dormida na casa do seu Lourival, na comunidade de São Raimundo, município de Brejo, Baixo Parnaíba maranhense, o qual se eternizou como o seu Loura - a chegada em São Raimundo e as providências para que as dramatizações ensaiadas pelas comunidades de São Raimundo, Santa Teresa, Pacoti, Crioulis e Vila das Almas saíssem dentro dos conformes.

A comunidade de Santa Teresa, recém-criado assentamento pelo INCRA, sediaria o desfecho da pesquisa da doutoranda Silvane Magali na qual ela compassa os impactos da monocultura da soja sobre a vida das mulheres dessas comunidades.

As dramatizações ficaram sob a guarda das mulheres das comunidades e discorreriam sobre o antes e o depois da vinda da soja para aquele pedaço de Cerrado no município de Brejo, mas intervalando parte da Chapada com o município de Buriti de Inácia Vaz. Pagar-se-ia uma fortuna pelo resgate do “antes do boom da soja” no Baixo Parnaíba maranhense e essa fortuna quase todas as comunidades a deixaram escapulir como se fosse um mero devaneio.

O discurso da Embrapa, dos órgãos fundiários e das elites políticas maranhenses categorizou a monocultura da soja como a mais auspiciosa promessa para o Cerrado leste-maranhense e essa promessa valia para todos os municípios do Baixo Parnaíba.

Mais incrível que a “conclusão cientifica” disparada pelos pesquisadores da Embrapa é o que a monocultura da soja acarretou e acarreta para o meio econômico, para o meio social e para o meio ambiente, sobretudo, naqueles municípios onde ela colecionou milhares e milhares de hectares como são os casos de Brejo e de Buriti de Inácia Vaz, municípios pertencentes à bacia do rio Buriti.

Nesses dois municípios, a monocultura da soja amordaçou os últimos dez anos de existência na cumplicidade de elites políticas, órgãos fundiários e Embrapa que, anteriormente, armaram o circo das invencionices e das esquisitices para o e sobre o Baixo Parnaíba.

Eles se fanfarronavam da Chapada, que antes não prestava para nada, como espaço indispensável e insuperável para o plantio de soja e eles desengonçavam o extrativismo de frutas e a criação de animais soltos como práticas de sociedades arcaicas e miseráveis.

Toda e qualquer atividade humana no e toda e qualquer comunidade do Baixo Parnaíba maranhense se sujeitariam ao conhecimento técnico – cientifico para que os moradores da região fossem devidamente recompensados pelos anos que dedicaram à preservação da Chapada.

O conhecimento técnico – cientifico laureou as comunidades tradicionais e agroextrativistas do Baixo Parnaíba com hectares e mais hectares de Chapadas desmatados sem se importar com os bacurizeiros e os pequizeiros arrebentados pelos correntões.

Os anfitriões das comunidades de São Raimundo, Santa Tereza, Pacoti, Crioulis e Vila das Almas em suas dramatizações e em suas redações portavam uma importância para com os bacurizeiros, os pequizeiros e outras espécies da fauna e da flora que se dobram, desdobram-se e se redobram sobre as Chapadas.

Eles reprovaram o “boom da soja”, que data a partir de 2002, ao se parodiarem em seus jeitos de falar, de vestir e de comer tão recônditos que devem ferir os olhos e ouvidos de muita gente que aporta do sul, sudeste e centro-oeste do Brasil na região do Baixo Parnaíba maranhense.

Em São Raimundo, Santa Tereza, Pacoti, Crioulis e Vila das Almas, o “boom da soja” completou em menos da metade a sua pretensão de modernização econômico-ambiental das comunidades tradicionais e extrativistas do município de Brejo. Apreende-se isso pelo simples fato de ouvir o filho do seu Loura pronunciar “posta” em vez porta e comunidade “Boi Mosto” em vez de Boi Morto.

A palavra errada e o trilhar pelas Chapadas em São Raimundo e Santa Tereza, município de Brejo, Baixo Parnaíba maranhense, resgataram a maior fortuna do Cerrado leste maranhense que é a sócio - biodiversidade.

Mayron Régis

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SECA E FOGO DESTROEM VEGETAÇÃO 

Ricardo Rose


Mais um sinal de que o clima está se alterando foi a baixa taxa de umidade do ar nas regiões Sudeste e Cetro-Oeste do país, durante as últimas semanas do inverno. Resultado do fenômeno climático La Niña – provocado pelo resfriamento anormal das águas superficiais do oceano Pacífico, causando uma irregular distribuição das chuvas – a aridez afetou as cidades e o campo. Nas cidades, como São Paulo, Belo Horizonte e Brasília, a estiagem provocou inversões térmicas, aumentou a poluição e intensificou os problemas respiratórios de milhares de pessoas. No campo as consequências foram diferentes, mas nem por isso menos graves.
         
Segundo dados levantados pelo jornal O Estado de São Paulo, até a segunda semana de setembro, o país acumulava 72 mil áreas de incêndio em 2010 – as chamas detectadas pelo satélite têm pelo menos 30 metros de linha de fogo, o que exclui queimadas de pequeno porte. Em termos de comparação, ocorreram 26,2 mil focos de fogo em 2009 e 44,7 mil em 2008. Um dos fatores que agravou a situação foi o fato de o período seco ter começado mais cedo este ano. 

No entanto, segundo ambientalistas, o principal causador dos incêndios é o próprio homem. Isto porque parte da agropecuária brasileira ainda se utiliza da técnica arcaica de colocar fogo na vegetação no final do período da estiagem (inverno). As chamas fogem ao controle e acabam invadindo as áreas de reserva, alastrando-se por dezenas de quilômetros, provocando destruição da fauna, flora e do solo. “Os brasileiros usam fogo como arado ou trator e a cinza como adubo”, comenta Paulo Adário, do Greenpeace. 

Preocupado com esta situação, a Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA) admite que seja preciso implantar um plano de ação e informa que já está trabalhando junto com o governo para modernizar a prática agrícola, especialmente de pequenos produtores do Norte e Nordeste. O Ministério do Meio Ambiente também anuncia uma estratégia de proteção ao Cerrado, prevendo o investimento de R$ 350 milhões e a contratação de 4,5 mil brigadistas para a prevenção e o combate do fogo, dentro dos próximos cinco anos.

A gravidade da situação muitas vezes não é percebida pela maior parte da população urbana. A opinião mais comum é que devido à extensão do território brasileiro, estes focos de queimada pouco impacto teriam sobre os ecossistemas. No entanto, relatos de indígenas do Xingu publicados recentemente pelo Instituto Socioambiental, revelam que no passado a floresta era muito mais úmida, o que dificultava o alastramento do fogo na mata. 

Por outro lado, o prolongamento do período de seca e a destruição da floresta pelo fogo, têm influído também na reprodução dos peixes. Aturi, membro do povo Kawaiwete, que habita a região do Xingu, relata: “Na piracema, os peixes sobem o rio para desovar em pequenos lagos. Os peixinhos ficam ali esperando o nível da água subir, para voltar ao rio e crescer lá. Hoje o rio demora tanto a subir que o lago seca e os peixinhos acabam morrendo antes. É muito triste” (Fonte: Amazônia.org. br). Se o Brasil conseguiu resistir à saúva, talvez não resista à seca e ao fogo.


Ricardo Ernesto Rose
www.danaturezaedacultura.blogspot.com