MARINA

Má li esse poema umas dez vezes. Foi a coisa mais bonita que já fiz. Andei trocando umas palavras, corrigindo vou mandar de novo prá vc montar um slide vou mandar imprimir e mando p/ vc pelo correio MARINA No ambiente amplo Paredes brancas, Iluminado por uma Réstia de luz Qu’escapava esguia Por cortina balouçante, Uma marina deslumbrante, Com mares azuis, tal Olhos de uma diva. O píer branco qual Espumas das ondas O conjunto enfeitando. Barcos que partiam E chegavam Se quem ia ou voltava Não sei se ria Ou só chorava. Ah! como amava Esta marina que, De amor minha Vida povoava 22.03.09 LUIZ BOSCO SARDINHA MACHADO ........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................ QUEM SOU EU MARINA SILVEIRA- PROFESSORA, TECNÓLOGA AMBIENTAL E ESPECIALISTA EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

O MUNDO MÁGICO


Sônia Corina Hess*

Mais de 40.000 pessoas foram assassinadas no Brasil a cada ano entre 1997 e 2007, e outras mais de 30.000 morreram ao ano, em acidentes de transporte.
Em 2007, estas mortes somaram 86.126 óbitos, sendo 77.374 90%) do sexo masculino. Para comparar-se, na sangrenta guerra da Bósnia, em cinco anos
(1991-1995) morreram 176.000 pessoas.
Dentre os jovens mortos no Brasil em 2007 com idades entre 15 e 29 anos, 80% eram do sexo masculino (4 homens para cada mulher morta) e, destes, a maioria foi vitimada por causas violentas de óbito, principalmente, agressões (54%, 24.436 mortos) e acidentes de transporte 25%, 11.453 mortos).
Em 16 de setembro de 2009, na cidade de São Paulo, uma residência foi invadida por 3 assaltantes, que amarraram e amordaçaram um homem e a sua esposa, doente de câncer. Seu filho, um menino de 4 anos de idade, foi trancado em um armário. A mulher sofreu muito, porque as amarras pioraram as dores que já sentia por causa da doença, e o homem só não morreu porque a arma que foi colocada diante da sua testa travou, quando acionada por um dos invasores.
Além disso, para absoluto terror dos pais, em diversos momentos, um dos assaltantes disse que iria violentar o seu filho.
A história, verídica, teve um desfecho favorável à família porque, depois de 40 minutos de absoluto pavor, o pai conseguiu escapar e pedir socorro.
Uma semana antes deste fato, naquela mesma cidade, que tem 11 milhões de habitantes, 2.000 pessoas foram expulsas dos barracos onde moravam, em um terreno de propriedade de uma empresa de ônibus com diversas pendências na justiça.
Além da polícia tê-los expulsado de suas casas, sem oferecer-lhes qualquer opção para onde pudessem ir morar, também utilizou máquinas para destruir tudo no local, incluindo roupas,móveis e, até, os cadernos escolares das crianças. Toda a ação foi
executada pelo poder público, atendendo a uma decisão judicial.
Desolados, os desalojados foram se instalar na calçada em frente ao terreno que ocupavam,utilizando plásticos pretos para montarem barracas. Como não havia
espaço para todos, enquanto as crianças e idosos dormiam durante a noite, os demais andavam pela calçada, esperando o dia amanhecer para poderem dormir em algum lugar sob os abrigos improvisados.
Desde quando começou a funcionar em Maracanaú, no Ceará, uma indústria de agrotóxicos despeja, há mais de 6 anos, nuvens de veneno sobre a comunidade vizinha. Apesar de laudos técnicos e de processos instaurados pelo Ministério Público comprovarem que as pessoas estão adoecendo em decorrência de tal envenenamento, nada foi feito para impedi-lo.
Diariamente, milhares de garis recolhem detritos perigosos, com odores indescritíveis, transportando-os até lixões onde são novamente manipulados por pessoas em busca de materiais comercializáveis ou comestíveis.
Tudo se acelera, degenera, degrada, e a população não percebe nada com clareza porque não quer pensar, dopada pelas eficientes ferramentas de sedução utilizadas pelo sistema. Matrix, Zeitgeist, O Mundo Segundo a Monsanto, Querô e outros tantos livros e filmes já descreveram este mundo mágico, real para uma gente adormecida que, ao acordar-se no meio de algum pesadelo, se assusta ao perceber que a sua realidade é sonho.

*Sonia Corina Hess é professora da UFMS