MARINA

Má li esse poema umas dez vezes. Foi a coisa mais bonita que já fiz. Andei trocando umas palavras, corrigindo vou mandar de novo prá vc montar um slide vou mandar imprimir e mando p/ vc pelo correio MARINA No ambiente amplo Paredes brancas, Iluminado por uma Réstia de luz Qu’escapava esguia Por cortina balouçante, Uma marina deslumbrante, Com mares azuis, tal Olhos de uma diva. O píer branco qual Espumas das ondas O conjunto enfeitando. Barcos que partiam E chegavam Se quem ia ou voltava Não sei se ria Ou só chorava. Ah! como amava Esta marina que, De amor minha Vida povoava 22.03.09 LUIZ BOSCO SARDINHA MACHADO ........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................ QUEM SOU EU MARINA SILVEIRA- PROFESSORA, TECNÓLOGA AMBIENTAL E ESPECIALISTA EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

No -131 COLUNA DO SARDINHA





O ALTAR DO FISIOLOGISMO


Todo fim de ano era a mesma coisa, quando recebíamos os cartões de “boas festas” dos garis que faziam a coleta de lixo da nossa rua. Um deles sempre nos chamava a atenção por seu nome, no mínimo original para os padrões vigentes: Epicuro.
Certo dia, vencidos pela curiosidade, topamos com o gari num bar onde tomávamos nossa média com pão e manteiga, aproximamo-nos e puxamos papo, curiosos por saber a origem de tão pomposo e inusual nome.
Contou-nos. Epicuro como sabem foi um filósofo grego, que primava pelo respeito à moral e que viveu no século segundo antes de Cristo. O nosso Epicuro, era o mais velho entre onze, nascidos no sertão de Pernambuco, que vieram para o Sudeste em busca de oportunidades.
A viagem e o início de vida em São Paulo foi igual a de muitos outros. Analfabeto, Épico, como era chamado, não conseguia emprego, apenas bicos e subempregos, que rendiam quireras para um adolescente de dezesseis anos, quantias que entregava para a mãe, que sustentava aquela renca de filhos, já que o marido a abandonara, ainda em Pernambuco.
Sua vida mudaria no dia em que começou a freqüentar a Associação de Bairro, onde alfabetizou-se, podendo fazer concurso e ser admitido como gari.
Na Associação conheceu o Partido dos Trabalhadores e também Luiz Inácio Lula da Silva, um pernambucano como ele e com trajetória parecida.
De Lula, Épico teria a dizer “homem esperto, que conhece tudo e só diz as coisas de cabeça pensada e com intenções claras. Não era homem de dizer besteiras”.
Dizendo isto despediu-se, deixando-nos pensativos com os nossos botões, pois justamente no momento em que o presidente provoca uma saia justa com a CNBB e que um jornalista, promete um livro com as declarações de Lula, algumas delas estapafúrdias, o que disse o gari em sua honesta e inocente conclusão, obriga-nos a uma revisão de conceitos
Sempre achamos que as colocações de Luiz Inácio tinham por finalidade mantê-lo na crista da mídia, mas não enxergávamos o outro lado. Com sua aparente ignorância Lula afasta as criticas da intelectualidade, que deplora grande parte das ações do governo, mas não diz, com receio de ser tachada de preconceituosa.
Como não fazemos parte da intelectualidade, damo-nos licença para especular quais as verdadeiras intenções de Lula ao declarar que Cristo se hoje aqui chegasse, para fazer política ou governar teria que fazer aliança até com Judas, bíblica figura que teria vendido o Messias por trinta moedas.
Quem personificaria Judas na atual conjuntura? Os trezentos picaretas do Congresso? Ou seria a ala fisiológica do PT? Ou ainda, um partido político (o majoritário PMDB, que celebrara um prematuro e pouco provável pacto político visando as eleições do ano que vem?), pronto a barganhar cargos, vantagens ou mensalões?
Como dizia Épico, o presidente Lula sabe de tudo e não gastaria tempo e palavras denunciando a esmo a existência de fisiológicos.
Seria interessante para dirimir dúvidas e até para ganhar a simpatia da CNBB, dos intelectuais e dos preconceituosos que o criticam, que Lula biblicamente desse nome aos carneiros que imolaram-se no altar do fisiologismo para ganhar um lugar no paraíso do poder.
Sete anos foram mais que suficientes para que Lula se unisse aos epicuristas para livrar o país do fisiologismo e agora seria a oportunidade. Mas pelo visto, isto não irá acontecer pois Lula muito mais aprendeu do que ensinou durante esses longos anos e fisiologismo dá a falsa sensação de poder e isto massageia o ego e é disso que ele gosta.

Luiz Bosco Sardinha Machado