Já toda agente o disse. O Rio de Janeiro receberá os Jogos Olímpicos de 2016. Era previsível em múltiplos sentidos. Primeiro porque se os de 2012 são em Londres, era inverosímel que 4 anos depois voltassem a ser na Europa. Segundo, porque se em 2008 foram na Ásia, em particular, no extremo oriente, era profundamente inverosímerl que 8 anos depois fossem em Tóquio. Finalmente, porque eliminada Chicago à primeira, sobrava apenas o Rio como escolha consensual.
Ah, e existe outra razão. A tal nova ordem mundial, em que particularmente a China, o Brasil e a Índia representam forças não negligenciáveis depois do último ano, e em particular depois da cimeira do G20 em Pittsburgh. O Brasil é hoje em dia percepcionado como uma das 6 economias que liderarão o mundo em 10/15 anos. As projecções para estes 3 dos BRIC foram ainda recentemente antecipadas.
Não é a despropósito que a primeira cidade da América do Sul a receber as Olímpiadas é o Rio, e a ideia de promover infraestruturas e capitalizar com uma das mais emergentes das economias emergentes não é neutral ao COI. No plano da negociação geopolítica, os jogos no Rio são mais um reconhecimento de que o mundo precisa destes países. Não são apenas direitos de voto no FMI e no Banco Mundial que estabelecem uma ordem mundial. A ascensão do Brasil ao pequeno clube de países que já organizaram Jogos Olímpicos, tem todo um simbolismo, e é também um reflexo de toda uma capacidade de negociação acrescida.
Depois da China mostrar o mundo o seu estatuto, o COI reconhece que 8 anos depois o Brasil também terá o direito a fazê-lo.
Não perceber esta mudança, onde a Europa se debate por continuar ser uma voz respeitada quando os eixos de poder giram para outras paragens, e insistir em argumentos que roçam um colonialismo mal resolvido num país independente há quase 200 anos, é pura falta de senso. Como é pura falta de senso insistir em ver aqui uma derrota de Obama. O século americano pode ter terminado, mas terminou seguramente antes da eleição de Obama. E depois de Atalanta e Pequim, fazia sentido geopolítico agraciar o Rio, antes de voltar aos EUA.
Além de mais, o fim do século americano está longe de significar a emergência de um século europeu.
Publicada por Carlos Santos
Ah, e existe outra razão. A tal nova ordem mundial, em que particularmente a China, o Brasil e a Índia representam forças não negligenciáveis depois do último ano, e em particular depois da cimeira do G20 em Pittsburgh. O Brasil é hoje em dia percepcionado como uma das 6 economias que liderarão o mundo em 10/15 anos. As projecções para estes 3 dos BRIC foram ainda recentemente antecipadas.
Não é a despropósito que a primeira cidade da América do Sul a receber as Olímpiadas é o Rio, e a ideia de promover infraestruturas e capitalizar com uma das mais emergentes das economias emergentes não é neutral ao COI. No plano da negociação geopolítica, os jogos no Rio são mais um reconhecimento de que o mundo precisa destes países. Não são apenas direitos de voto no FMI e no Banco Mundial que estabelecem uma ordem mundial. A ascensão do Brasil ao pequeno clube de países que já organizaram Jogos Olímpicos, tem todo um simbolismo, e é também um reflexo de toda uma capacidade de negociação acrescida.
Depois da China mostrar o mundo o seu estatuto, o COI reconhece que 8 anos depois o Brasil também terá o direito a fazê-lo.
Não perceber esta mudança, onde a Europa se debate por continuar ser uma voz respeitada quando os eixos de poder giram para outras paragens, e insistir em argumentos que roçam um colonialismo mal resolvido num país independente há quase 200 anos, é pura falta de senso. Como é pura falta de senso insistir em ver aqui uma derrota de Obama. O século americano pode ter terminado, mas terminou seguramente antes da eleição de Obama. E depois de Atalanta e Pequim, fazia sentido geopolítico agraciar o Rio, antes de voltar aos EUA.
Além de mais, o fim do século americano está longe de significar a emergência de um século europeu.
Publicada por Carlos Santos
2 comentários:
É amigo, realmente não foi sem motivo que o RJ foi o vencedor numa disputa de um país só. Não há como negar que a terra brasilis tem melhorado muito sob a ótica política mundial. Entretanto, o nosso povo parece não ter evoluído ao mesmo tempo que o nosso país. Sou ciclista na Capital Federal e faço minhas as palavras da Triatleta Aglaé: "não há um dia de treino que não passo sufoco"! Não tem como esconder, somos um povo mal educado, despreparado e em sua maioria vê atletas como vagabundos, salvo os futibolistas de plantão e aquilo que as emissoras de tv vendem no dia a dia... Deixo o meu relato com olhos pessimistas. Não acredito muito em um país de chuteiras. O ciclismo oferece mais de 20 opções de medalhas e mandamos a cada olimpíada um ou dois atletas, enquanto o futebol dá duas medalhas e levamos uma comitiva de quase 100 pessoas (feminio e masculino). Pense no gasto! Me desculpe o desabafo, mas quero ter fé que na cidade do Cristo, o povo descubra sua falta de respeito pelo esporte como um todo e inicie uma conduta respeitosa com aquilo que não seja futebol. Na Europa ao menos tenho o respeito do povo e posso sair nas ruas sem ter que me preocupar em ser atropelado a cada cruzamento. Quanto ao Estado, não posso reclamar dele, pois eu e você que o escolhemos e acredito que cada povo tem o governo que merece... Viva o RJ! Espero que os Jogos nos ajudem mesmo!
Wander Vieira
editor do blog pedaldigital
Os Jogos Olimpicos não serão motivo de preocupação para o povo brasileiro? Um povo que tem problemas sociais demais não resolvidos deveria preocupar-se com o que é urgente e imediato. Jogos Olimpicos deixarão uma herança de dívidas para muitas gerações.
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