O título desta mensagem bem poderia ser: "e cadê os Partidos?"
Além das notas publicadas no sítio do Centro de Divulgação da Justiça Eleitoral, a estratégia de comunicação da autoridade eleitoral inclui produzir filmes institucionais de propaganda usando os testes de segurança nas urnas.
Para tanto, equipes de 3 TV foram montadas para capturar imagens e entrevistas com os presentes nos testes.
As equipes designadas são da TV TSE (era de se esperar), da TV Justiça (sempre muito sincronizada a TV TSE) e da TV Cultura (que também tem convênio de colaboração com o TSE).
Seus câmeras e reporteres já gravaram entrevistas com quase todos os presentes, como os representantes do: TSE (ministro e técnicos), TREs, STJ, PGR, CGU, MCT/CTI, OEA, UnB, ITA, Exercito (observador), Marinha (só imagens, sem entrevista), pesquisadores individuais e....
Vocês estão notando a falta de alguma entidade nessa lista?
Como tem lembrado a advogada Maria Cortiz, representante do PDT, o art. 14 da Constituição estabelece os direitos absolutos do cidadão brasileiro de votar e de ser votado. E para exercer seu direito de ser votado, o cidadão tem que pertencer a algum Partido Político.
Em outras palavras, Partidos Políticos são entidades de direito privado (dos cidadãos) ESSENCIAIS e com direitos FUNDAMENTAIS dentro do processo eleitoral, sem os quais simplesmente não pode haver eleições (e democracia, etc.) no Brasil.
A própria Justiça Eleitoral com todos os seus poderes absolutistas, existe apenas e tão somente para garantir exercício do direito constitucional dos eleitores e dos Partidos.
Mas.... e cadê os partidos... nas entrevistas das TV oficiais?
Na sua entrevista, o ministro Lewandowski, relator do processo, lembrou que os testes foram aprovados a partir de pedido dos partidos PT e PDT (posteriormente o PR aderiu ao pedido), mas que estes não indicaram pesquisadores.
Faltou o ministro explicar que ele próprio havia decidido unilateralmente excluir os partidos das comissões deliberativas.
Mas, embora ausentes das comissões deliberativas (por imposição da autoridade eleitoral absoluta) e das equipes de pesquisadores (por decisão própria, diantes das regras restritivas), representantes dos partidos PR e PDT, autores de petições dentro do processo formal, tem estado presentes todos os dias assistindo os testes...
... mas estão excluídos das "pautas" que os reporteres recebem prontas para cumprir.
Os reporteres das 3 emissoras informaram não estarem autorizados a entrevistar representantes dos partidos.
Eta! mentalidade tacanha neste meu país.
O fundo musical desta mensagem, sem dúvida, é a canção "O meu País" de João de Almeida Neto, que pode ser ouvida em:
A letra desta música de um cidadão brasileiro segue abaixo, a qual tivemos a ousadia de acrescentar estrofe a mais, não porque a obra-prima do João de Almeida Neto careça de reparo ou complemento, mas para incluir nosso lamento:
______________________________________O Meu País
João de Almeida Neto
Um país que crianças elimina;
E não ouve o clamor dos esquecidos;
Onde nunca os humildes são ouvidos;
E uma elite sem Deus é que domina;
Que permite um estupro em cada esquina;
E a certeza da dúvida infeliz;
Onde quem tem razão passa a servis;
E maltratam o negro e a mulher;
Pode ser o país de quem quiser;
Mas não é, com certeza, o meu país.
Um país onde as leis são descartáveis;
Por ausência de códigos corretos;
Com noventa milhões de analfabetos;
E multidão maior de miseráveis;
Um país onde os homens confiáveis
não têm voz, não têm vez, nem diretriz;
Mas corruptos têm voz, têm vez, têm bis,
e o respaldo de um estímulo incomum;
Pode ser o país de qualquer um;
Mas não é, com certeza, o meu país.
Um país que os seus índios discrimina;
E a Ciência e a Arte não respeita;
Um país que ainda morre de maleita,
por atraso geral da Medicina;
Um país onde a Escola não ensina;
E o Hospital não dispõe de Raios X;
Onde o povo da vila só é feliz
quando tem água de chuva e luz de sol;
Pode ser o país do futebol;
Mas não é, com certeza, o meu país!
Um país que é doente, não se cura;
Quer ficar sempre no terceiro mundo;
que do poço fatal chegou ao fundo;
Sem saber emergir da noite escura;
Um país que perdeu a compostura;
Atendendo a políticos sutis;
Que dividem o Brasil em mil brasis;
Para melhor assaltar, de ponta a ponta;
Pode ser um país de faz de conta;
Mas não é, com certeza, o meu país!
Um país que perdeu a identidade;
Sepultou o idioma Português;
Aprendeu a falar pornô e Inglês;
Aderindo à global vulgaridade;
Um país que não tem capacidade;
De saber o que pensa e o que diz;
E não sabe curar a cicatriz
desse povo tão bom que vive mal;
Pode ser o país do carnaval;
Mas não é, com certeza, o meu país!
(Estrofe que acrecentamos)
Um país onde o eleitor é tratado como gado;
e a autoridade eleitoral é absoluta;
onde os canditados partem para luta
sem poder tem conferir o resultado;
Será sempre um país atrasado;
cuja autoriade camufla seus atos vis;
De porte de filial, jamais de uma matriz;
Pode ter biometria e biônica;
Pode ser o país da urna eletrônica;
mas não é, com certeza, o meu país!
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nota: as mensagens anteriores desta série podem ser vistas em:
http://ww.groups.yahoo.com/group/votoseguro
http://www.ps.google.com/group/votoeletronico
Eng. Amilcar Brunazo Filho - Santos, SP
Adv. Maria Aparecida Cortiz - São Paulo
http://www.votoseguro.com/
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Se a urna não imprimir, seu voto pode sumir
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