MARINA

Má li esse poema umas dez vezes. Foi a coisa mais bonita que já fiz. Andei trocando umas palavras, corrigindo vou mandar de novo prá vc montar um slide vou mandar imprimir e mando p/ vc pelo correio MARINA No ambiente amplo Paredes brancas, Iluminado por uma Réstia de luz Qu’escapava esguia Por cortina balouçante, Uma marina deslumbrante, Com mares azuis, tal Olhos de uma diva. O píer branco qual Espumas das ondas O conjunto enfeitando. Barcos que partiam E chegavam Se quem ia ou voltava Não sei se ria Ou só chorava. Ah! como amava Esta marina que, De amor minha Vida povoava 22.03.09 LUIZ BOSCO SARDINHA MACHADO ........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................ QUEM SOU EU MARINA SILVEIRA- PROFESSORA, TECNÓLOGA AMBIENTAL E ESPECIALISTA EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

"UM CIDADÃO SOB SUSPEITA - THRILLER

“Cidadão Boilesen” aborda a Operação Bandeirantes por meio de um de seus maiores entusiastas: um executivo do Grupo Ultragás


Dafne Melo


À primeira vista, Hennig Boilesen era um cidadão acima de qualquer suspeita. Um “cidadão do bem”. Dinamarquês de origem humilde, imigrou para o Brasil no final de década de 1930. Aqui, identificou-se com a cultura brasileira e decidiu ficar. Fixou-se em São Paulo e logo iniciou sua bem sucedida carreira de administrador de empresas.
No olhar dos amigos, era uma pessoa falante, alegre, extrovertida. Seu filho comenta sua adoração por futebol: ia ao estádio com frequência misturar-se em meio ao povo para torcer pelo Palmeiras, e metia-se em brigas se preciso fosse. Como um bom cidadão, tinha também preocupações sociais. Fundou o Centro de Integração Empresa Escola (Ciee) e ajudava em diversas entidades que atuavam junto a adolescentes e crianças com deficiência física, talvez motivado pelo fato de um de seus filhos ter uma deficiência visual. Na década de 1960, chegou à presidência do Grupo Ultragás, consolidando sua posição de alto executivo.


“Ele era um cara muito bacana e pensava como a gente”. “Era puro e íntegro”. Estas frases reforçariam a boa imagem de Boilesen. Mas elas saem das bocas do militar reformado Erasmo Dias (coronel que comandou a invasão na PUC-SP, em 1977), e de Paulo Egídio Martins (governador de São Paulo escolhido por Ernesto Geisel), respectivamente. Como a esmagadora maioria dos empresários, Henning apoiava a ditadura instaurada em 1964 e aprovava a repressão a organizações revolucionárias. Mas, ao que tudo indica, Boilesen foi bem mais além do apoio político.


Empresários & militares
Henning é o personagem principal do documentário “Cidadão Boilensen”, dirigido por Chaim Litewsi, atualmente em cartaz nos cinemas brasileiros. O interesse do cineasta, porém, não foi o carisma ou sua carreira bem sucedida exatamente, mas sua participação ativa na Operação Bandeirantes (Oban), uma estrutura ilegal do Exército que tinha como objetivo investigar e reprimir organizações e militantes de esquerda durante a ditadura.
A Oban contou com participação ativa de setores do empresariado brasileiro – sobretudo o paulista, área de abrangência do operativo – que, inclusive, financiava suas atividades. Tendo o empresário dinamarquês como gancho, o filme apresenta como tema central, na realidade, a relação entre a elite econômica e o setor militar. “Sempre me interessei em entender a relação entre aparelhos de repressão e empresários, o que não ocorreu só no Brasil. Mais do que entender a relação entre os dois setores, que todos sabem que existia, quis entender como eram os mecanismos. Não me interessava apenas dizer que existia, mas como dava essa relação simbiótica entre governos e empresários”, revela Litewski.
Boilesen não chegava a ser o empresário de maior peso e importância, mas possuía um papel de articulador, entrando em contato com outros donos de empresas para que participassem da “caixinha” destinada ao financiamento da Oban. Um dos depoimentos é do empresário e bibliófilo José Mindlin, que afirma ter sido abordado por Boilesen pessoalmente, mas que declinou o convite. Antônio Ermírio de Moraes também teria se recusado. Muitos outros, como a família Frias – dona da Folha de S. Paulo –, o grupo Camargo Corrêa, Ford e General Motors, aceitaram.


Sadismo
No caso de Boilesen, a participação foi ainda mais além. Diversas fontes, da direita e da esquerda, confirmam no documentário que o empresário da Ultragás chegou a assistir e participar de algumas sessões de tortura. Mais: ele teria trazido, dos Estados Unidos, um aparelho de eletrochoque com um teclado que emitia descargas crescentes e que foi apelidada pelos torturadores de “pianola Boilesen”.
O dinamarquês teria, portanto, infringido uma das regras básicas para um integrante da elite econômica: a discrição. Em depoimento, Erasmo Dias afirma que Boilesen não era tão importante assim, mas que, ao se expor, correu riscos. “Eu citaria mais uns dez [empresários]”, diz o coronel.
Carlos Eugênio da Paz, ex-militante do Movimento Revolucionário Tiradentes (MRT), aponta no filme que alguns companheiros começaram a juntar os boatos da presença de Boilesen em torturas com o fato de que em diversas ações da polícia contra militantes havia caminhões da Ultragás por perto.
Após algumas pesquisas, e confirmada a participação do Grupo Ultragás, o MRT, juntamente com a Aliança Libertadora Nacional (ALN), elaborou um plano para justiçar Henning Boilesen. No dia 15 de abril de 1971, ele foi encurralado próximo a sua casa em São Paulo e morto a tiros na alameda Casa Branca, mesma rua em que cerca de um ano e meio antes Carlos Marighella foi assassinado em uma operação comandada pelo delegado do Doi-Codi Sérgio Fleury – amigo pessoal de Boilensen
Trhiller

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