Político profissional e traficante
Qual a diferença?
Praticamente nenhuma, ambos são bandidos, criminosos, enquanto os segundos estão no catálogo policial, os primeiros, em sua grande maioria, acham-se na fila...
As pequenas diferenças: o segundo (traficante) age diretamente, manipula seu “comércio”, quando vende drogas a quem queira comprar, evidentemente. Trata-se de ação direta, diretíssima.
O primeiro, contudo, age sub-repticiamente e, na maioria dos casos, configura um meliante, mutreteiro de outro tipo: sua ação está concentrada no dinheiro do povo, que é recolhido religiosamente por alguns “parceiros” para que a maracutaia se perpetue...
Antigo secretário de Segurança Pública do Estado de S.Paulo, confidenciou, certa vez, nutrir uma espécie de admiração pelos que agem cara-a-cara, armados ou mesmo com “mercadorias”, mas não considerava, sentia até nojo, pelos criminosos de colarinho branco, que agem camufladamente, sugando o dinheiro da população.
Ele, sem o dizer, estava condenando certos políticos profissionais, prematuramente ingênuos antes de engessar o Sistema, mas verdadeiros lobos famintos quando se encontram na “fraternità” ou na “omertà”, citação que se faz aos membros de uma corrente mafiosa!
Há, contudo, aspectos que convém ser analisados. Contra traficantes e assaltantes, todo rigor da lei. Claro, é preciso combater o crime, entretanto, contra seus “irmãos” de ramo, ou de roubalheira, encastelados no Sistema, parece que a lei encontra sérios obstáculos, tanto pelo pacto mafioso que envolve outros “irmãos”, também de afinidade criminosa, como pela astúcia como os crimes são cometidos.
Eles possuem uma espécie de aura milagrosa, carinhas de anjo, são verbórragos (faladores) e aprendem, logo cedo, a arte de engabelar ou iludir os eleitores, embora definidos mofologicamente (Lombroso) como pessoas de mau caráter. É só fixar os olhos neles!
O quilate dessa corja social desafia leis e o próprio judiciário, pois neste entram as artimanhas advocatícias dos que participam do crime organizado, em vários níveis.
Poderíamos contar com o beneplácito da lei que veda aos fichas sujas participar das próximas eleições. E são tantos! Mas, a melhor solução ainda será, sem nenhuma dúvida, deixar de pactuar com o crime, não vender o voto, sob pretexto nenhum, pois os bandidos atacam a parte frágil do eleitor: o estômago, e conseguem iludí-lo com falsas promessas.
Além de não vender o voto, porque torna o eleitor bandido também, há que se buscar a certeza de que o candidato a político profissional, além de possuir ficha limpa, tenha um projeto social não apenas recheado de reivindicações (que é o que eles sempre apresentam), mas de mudança radical da estrutura administrativa municipal para impedir a corrupção (criminosa, claro) dos que se valerão continuamente do dinheiro público.
Há que se pensar seriamente na forma de governo que liberte as cidades (municípios) do jugo centralizador federal e impedir o avanço plutocrático (governo dos ricos contra os pobres), partindo para um projeto autenticamente municipalista, onde os conselhos ajudarão a governar e vigiar o dinheiro público.
Não resta dúvida que o Orçamento Participativo poderá atingir, em pouco tempo, o AUTOGOVERNO MUNICIPAL e também estadual, engrandecendo o Brasil ecodemocraticamente.
Ame Fundação Mundial de Ecologia – amefundacao@uol.com.br - www.ecologia.org.br
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