MARINA

Má li esse poema umas dez vezes. Foi a coisa mais bonita que já fiz. Andei trocando umas palavras, corrigindo vou mandar de novo prá vc montar um slide vou mandar imprimir e mando p/ vc pelo correio MARINA No ambiente amplo Paredes brancas, Iluminado por uma Réstia de luz Qu’escapava esguia Por cortina balouçante, Uma marina deslumbrante, Com mares azuis, tal Olhos de uma diva. O píer branco qual Espumas das ondas O conjunto enfeitando. Barcos que partiam E chegavam Se quem ia ou voltava Não sei se ria Ou só chorava. Ah! como amava Esta marina que, De amor minha Vida povoava 22.03.09 LUIZ BOSCO SARDINHA MACHADO ........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................ QUEM SOU EU MARINA SILVEIRA- PROFESSORA, TECNÓLOGA AMBIENTAL E ESPECIALISTA EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL

segunda-feira, 19 de abril de 2010

O FUNDO MONETÁRIO EM NAIRÓBI


O PENSAMENTO DO PROFESSOR EUGÊNIO GUDIN

Artigo publicado no jornal "O Globo" do Rio de Janeiro, edição de 21/09/73.

O FUNDO MONETÁRIO EM NAIRÓBI

"Mesmo sem qualquer espírito de cassandrismo, não posso crer em resultados positivos da próxima reunião do FMI em Nairóbi, tanto no que diz ao equilíbrio entre as moedas, especialmente o dólar, como, ainda, no tocante à formulação de um novo esquema monetário internacional para substituir o de BRETTON- WOODS.

Há quem pense e diga que o problema consiste na falta de confiança nas paridade existentes e no fluxo desordenado do movimento de capitais, e daí conclua recomendando criar amplas facilidades para financiar esses movimentos de capitais, através do FMI ou do novo Fundo Monetário Europeu.

Não me parece entretanto que haja qualquer deficiência de financiamento internacional. O comércio exterior continua em franca expansão, o mesmo se podendo dizer dos investimentos internacionais, especialmente os diretos.

O sistema falhou por ter sido ultrapassado o limite de tolerância dos bancos centrais para absorver o fluxo de dinheiro (monetary inflows) vindo de fora. Maiores facilidades de crédito só fariam agravar a situação.

A culpa imputável a BRETTON-WOODS seria a de sua implicação inflacionaria. Justamente o contrário do que se receava ao tempo de sua criação. Receava-se um bis deflacionário e conseguinte contração do comércio internacional (devido em parte à correção unilateral dos deficitários e não dos países superavitários também). Na realidade, o que se verificou foi uma explosão de liquidez, oriunda de ser o padrão-dólar uma máquina de inflação. O que se esperava era que as paridade fixas constituíssem um freio aos desequilíbrios dos balanços de pagamentos, como observara o Professor Viner.

Milton Friedman dizia que "num regime de padrão-dólar, com paridade fixas, as políticas monetárias dos outros países seriam determinadas pela política monetária americana". De 1965 a 1970 (Vietnam) os Estados Unidos lideraram a inflação; mas de 1971 a 1973 as taxas de expansão monetária e de inflação de preços passaram a ser menores nos Estados Unidos do que na Europa. O que indica que o fluxo de dólares do período de 1965-70 continuou inflacionando os outros países, mas não mais os Estados Unidos.

O grande culpado da liquidez excessiva foi, evidentemente, o déficit do balanço de pagamentos dos Estados Unidos, centro de reserva do sistema. Não foi, porém, o único culpado; houve também uma certa diversificação de reservas em outras moedas além do dólar, como a criação de moedas no mercado euromonetário. Só a Grã- Bretanha recorreu a créditos internacionais de US$ 8 bilhões para financiar seus déficits, o que naturalmente implicou em criação monetária pelos bancos centrais dos países que lhe deram créditos, expansão essa, diga-se porém de passagem, ainda muito menor que a praticada pelos ditos bancos centrais para financiar os enormes déficits dos Estados Unidos, sustentando a paridade do dólar.

Assim, os Estados Unidos, estavam exportando inflação, não em conseqüência da inflação de seus preços internos, mas através de seus enormes déficits do balanço de pagamentos. Esses déficits não provinham somente de capital exportado pelos Estados Unidos, apesar de seu enorme vulto. Provinham também do déficit do seu balanço comercial, oriundo da reconstrução econômica da Europa e do Japão, que passaram a explorar o grande mercado americano. Em 1960, a renda média per capita na Alemanha eqüivalia a 44% da americana; em 1970 subira para 61%; em 1973 irá para 85%.

O princípio de que as questões da economia interna dos países sobrelevam as considerações do balanço de pagamentos foi várias vezes afirmado nos Estados Unidos, Burns dizia em Montreal, maio de 1972 que "nenhum país se conformaria com uma substancial agravação de sua taxa de desemprego para reduzir seus déficits no exterior" Antes, portanto, de formular qualquer novo Estatuto monetário, é indispensável criar um "mecanismo capaz de controlar esses enormes fluxos de capitais".

De outro lado o restabelecimento do equilíbrio do balanço de pagamentos em conta corrente dos Estados Unidos é processo que pede uns dois anos.

Nesse meio tempo importa amortecer a especulação monetária. As reservas para o financiamento do Comércio são mais do que amplas.

A reunião de Nairóbi nunca poderá dar solução imediata a esses problemas. Ela pode é servir para uma tomada de consciência e para descortinar os rumos de uma solução dentro de poucos anos."

Ricardo Bergamini

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