Entre 2011 e 2014 o governo deverá investir cerca de R$ 137 bilhões na construção civil. Estes investimentos serão realizados na segunda fase do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC 2) e no programa “Minha Casa, Minha Vida”. Os dados foram pesquisados pela Fundação Getúlio Vargas e incluem investimentos em setores como a habitação, construção de rodovias, saneamento e infraestrutura.
Estas obras, além daquelas previstas para a Copa de 2014 e a Olimpíada de 2016, deverão fazer com que o setor da construção cresça dos R$ 96 bilhões registrados em 2009, para R$188 bilhões em 2016 – um crescimento de 8,5% ao ano.
As previsões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) também são bastante otimistas. Segundo a instituição financeira, entre 2010 e 2014 deverão ser injetados cerca de R$ 68,5 bilhões por ano em média no setor da construção.
As perspectivas de crescimento de toda a cadeia brasileira da construção civil não poderiam ser melhores. Somente com o programa Minha Casa, Minha Vida o governo pretende construir 1 milhão de casas, para famílias com renda de até 10 salários mínimos em todo o País. Até abril de 2010 o programa havia atingido 41% da meta. O setor privado também prevê aumento da procura de residências e apartamentos para rendas acima de 10 salários mínimos (classes A e B), e por isso já conta com um aumento dos investimentos. Nunca o setor da construção civil esteve tão aquecido e com tão boas previsões para o futuro. A demanda é tão grande, que associações e construtoras já temem um falta de mão de obra, e não somente a qualificada.
Por outro lado, ainda há muito por fazer em relação ao problema da moradia no Brasil.
Apesar de ser uma contribuição considerável em relação ao déficit residencial, o programa precisará de continuidade, já que ainda faltam 6,5 milhões de moradias no País, segundo dados recentes. Outro aspecto levantado pelos críticos é que o programa não atende a grande parte daqueles que têm renda mensal menor do que um salário mínimo, ou seja, a maior parte da população. Por outro lado, estaria sendo gerada uma supervalorização de áreas urbanas ainda desocupadas, aumentando assim os custos de implantação do programa e beneficiando a especulação imobiliária principalmente em cidades pequenas médias.
Alguns urbanistas também argumentam que a falta de terrenos disponíveis em áreas já urbanizadas nas grandes cidades, forçaria o deslocamento dos conjuntos residenciais para a periferia. Assim, isolados, alocados em alguma região afastada, seus moradores ficariam longe dos benefícios da cidade, tendo pouca oferta de transporte público, falta de acesso a lazer, hospitais, comércio variado e empregos.
Para o poder público também seria um custo a mais, já que seria necessário estender a rede de água e esgoto, a coleta de lixo, o policiamento e outros serviços para locais cada vez mais afastados. Esta é uma situação com a qual as grandes cidades terão que se defrontar. A melhor solução, provavelmente, será o adensamento urbano nas zonas centrais, evitando que os cidadãos sejam forçados a morar cada vez mais longe, tendo que se deslocar por horas para seu trabalho e seu lazer. A cidade, por sua vez, economizará, evitando administrar uma área urbana cada vez maior.
*Ricardo Rose, Diretor de Meio Ambiente da Câmara Brasil-Alemanha
2 comentários:
.....
E SARDINHA, ESTAMOS FICANDO IMPORTANTE HEIN... VAI LANÇAR UM LIVRO, QUE LEGAL, PARABÉNS..
ESPOTI
NOSSO LIVRO JÁ ESTA EM FASE DE PRÉ-VENDA E JÁ É UM SUCESSO, GRAÇAS AOS NOSSOS LEITORES
Postar um comentário