Segui os conselhos de
Luciano Pires e vou
votar em Dilma
Principal motivo:
Dilma é a melhor
opção para o capital.
Resolvi seguir à risca os conselhos de Luciano Pires dados à sua filha Gabi, em comentário no seu www.portalcafebrasil.com.br (17/9), e decidi votar em Dilma. Contra minhas convicções de antipetista de carteirinha. Luciano deu o seguinte conselho à filha: "Faça como você faz quando quer comprar um automóvel: pesquise, vá atrás, pergunte, compare. Existem centenas ou milhares de candidatos bons, honestos e dispostos a limpar a lama da política. São esses que merecem os nossos votos..." Este não é exatamente o perfil de Dilma, mas, após ir atrás, pesquisar, perguntar, comparar e ponderar, é o que achei de melhor. Veja o que encontrei em Dilma e por que optei por ela.
O principal motivo é que Dilma é a melhor opção para o capital. O Brasil estava precisando de um verdadeiro choque capitalista, depois de quase 400 anos de colonização extrativista e predatória, que dilapidou nossas riquezas e nos deixou para trás, sem falar dos tristes cerca de vinte anos de Ditadura Militar com muita reserva de mercado e atraso. Aí, veio o choque capitalista, e o grande responsável foi Collor, que promoveu a abertura de nossos mercados, dando o pontapé inicial. Dilma me parece a mais indicada a dar continuidade a esse processo, que só agora está ganhando corpo.
Depois de Collor, que foi o pai do choque capitalista, tivemos Itamar e FHC. Principalmente o último alicerçou o "projeto" de inserção do Brasil no processo de globalização do capital. FHC controlou a inflação (Plano Real e sistema de metas) e impôs marcos regulatórios caros ao "nosso capitalismo", garantindo um mínimo de estabilidade à economia.
Por fim, tivemos Lula, que abandonou os "propósitos socialistas" e, após pacto com o grande capital (nacional e estrangeiro), acabou fazendo o melhor governo da história do País, do ponto de vista capitalista. Tirou proveito da abertura encetada por Collor e das sementes plantadas por FHC, deixando para trás esse danado do socialismo e esse monstro que é o comunismo, que ainda comem dedo de criancinha, se você não sabia.
Por que Lula fez um grande governo, do ponto de vista capitalista? Porque entendeu que é impensável, no presente momento, qualquer ideia de socialização do País. Que, para chegar lá --- se é que um dia vai chegar ---, o Brasil precisa, primeiro, deixar de ser mais um elo débil da cadeia capitalista, em que ainda singram a miséria, o analfabetismo e a impotência do pequeno capital nacional de comandar politicamente qualquer coisa.
Com Lula, que nem teria chegado à presidência se insistido no seu discurso socializante, isso melhorou muito. Lula potencializou o Bolsa Família, estimulou as exportações e apostou na indústria imobiliária e da construção, que faz girar toda a economia: a simples aquisição de uma modesta moradia implica a compra de todos os tipos de produtos, dos eletrodomésticos aos móveis, ampliando assim as vendas.
Lula apostou nisso. Apoiou incondicionalmente o grande capital, não só o estrangeiro, mas também o nacional (empreiteiras e bancos brasileiros etc.). O que resultou foi redução significativa dos índices de pobreza, aumento da renda do brasileiro (turbinando o consumo), o que parecia impossível sob este nosso capitalismo chinfrim e tão caudatário do capital estrangeiro. Hoje temos multinacionais operando no Exterior e fazendo remessas de lucro para o Brasil. É do que nosso capitalismo mais precisava.
Só caminha para o futuro o país que consegue reduzir, ainda que minimamente, seus grandes bolsões de pobreza, como os existentes no Brasil, México, Índia etc. e, principalmente, na África. E não há hoje como conseguir diluir minimamente essa miséria a não ser pela via capitalista. Você vê, no momento, outra via que aponte nessa direção?
Portanto, há que limpar antes o terreno, deixando-o minimamente cultivável para que nele se possa plantar o futuro. O mundo melhor é só para as gerações que virão. Não sei se será ainda neste século, mas sei que não o será sem nossa ação já, nesse sentido. As futuras gerações jamais chegarão lá enquanto vivermos em meio a essas condições desfavoráveis, que não nos permitem vislumbrar qualquer mudança concreta lá na frente.
Se Lula seguiu à risca a cartilha do capital, permitindo que esse choque de capitalismo não sofresse solução de continuidade --- ou seja, se Lula fez muito bem a lição de casa, comportando-se como anjo ---, o que mais quer a direita brasileira?
A ala mais inteligente e preparada dela já entendeu isso. Já entendeu que "Lula é o cara" e que, por isso, deve eleger Dilma. Vai confiar em quem? Em Serra, que, na sua intempestividade e moralismo barato de esquerda festiva, pode a qualquer momento trazer novas nuvens de instabilidade e punir o capital, frustrando os empresários, como já fez outras vezes? Em Marina?
É óbvio que não. O eleitor de direita, ao menos o minimamente preparado e inteligente, já se deu conta de que o Estado, a política, a polícia, o direito com suas leis e todas as instituições, da família à religião --- hoje, fortes no País ---, aí estão a serviço do capital e não permitirão uma mínima virada de mesa (na Venezuela, Chávez não consegue nem mesmo desapropriar terras direito, sob pena de ver cair sua popularidade).
Se o candidato de esquerda é o mais sincero nesse propósito de defender e proteger o establishment (isto é, os anseios e as demandas do capital), a direita deve votar nele. É aí que entra a opção por Dilma.
O problema é que a ala mais rasa e burra da direita, composta hoje por 99,9 por cento de toda a nossa direita, rejeita Lula e Dilma. Essa ala rasa e burra é formada basicamente pelos representantes menos poderosos do capital nacional (inclui ainda celebridades, intelectuais conhecidos e nossa desacreditada mídia, que não tem mais poder nenhum, de Veja ao Estadão e da Folha a O Globo e à TV Globo etc.).
Não podemos esquecer que essa ala rasa e burra da direita também conta, ao seu lado, com grande parcela da própria esquerda (Lula, que nunca foi autenticamente de esquerda, e Dilma são ótimos exemplos). Não passaram para o outro lado? Ainda tem alguma dúvida?
Cega, essa ala rasa e burra da direita não sabe que as instituições de defesa e proteção do capital estão mais fortes do que nunca. Na sua ingenuidade, teme equivocadamente que Dilma possa voltar a empunhar armas e aliar-se às Farc e a Chávez, para socializar o País. Por isso, faz campanha insidiosa contra Lula e Dilma, eivada de baixarias, falsos dossiês e perseguições inúteis. Golpista, essa numerosa porém impotente facção torce para que atentados liquidem com a vida de ambos, antes que Dilma vença. Pô, nossos grandes bancos, indústrias e empreiteiras também estão apoiando Dilma, não sacou ainda?
Hoje, Lula e Dilma são os mais poderosos representantes, no Brasil, do grande capital, ou seja, dessa direita mais preparada e inteligente. Como o País só dispõe dela para tentar ao menos diluir seus problemas mais graves e como quem não tem cão é obrigado a caçar sem felino (talvez com Fellini), Dilma é sem sombra de dúvida a melhor opção para todos os brasileiros, sem distinção de cor, religião, grau de intelectualidade e conhecimentos, o que o valha. Abraços a todos, Tom Capri.
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