No - 180 – COLUNA DO SARDINHA
Vencido o armistício determinado pelas eleições, onde os problemas brasileiros são puramente esquecidos, ou varridos para debaixo do tapete, voltamos a encarar a realidade do dia-a-dia, que é um tanto diferente da pílula dourada, que nos querem impingir.
É bem verdade que eleita Dilma Roussef e reeleito Cabral no Rio de Janeiro, agora não importa muito que a violência descambe na cidade que um dia foi maravilhosa e hoje é palco de uma intervenção federal, com as forças da Marinha e do Exército brasileiro invadindo morros e favelas usando tanques de guerra. Isto não vai mudar mesmo, uma eleição que foi há quase um mês atrás.
Aliás no Brasil, nada vai mudar. No plano federal , tudo como dantes nos moinhos de Cervantes. No plano estadual, se o mar não está pra peixe, lula neles. Estamos conversados e ficamos como estamos..
O que fazer? O povo quis assim e a mídia também e dizem que a voz do povo é a voz de Deus e a voz da mídia é a voz do capital, a Cesar o que é de Cesar, ao povo as bananas das mesmas pencas.
A reflexão, talvez um tanto amarga, feita ao ruído das lagartas dos tanques amassando o asfalto, veio para lembrar ao glorioso povo carioca a chegada da estação das águas, que nos remetem aos desastres do começo do ano, que ceifaram dezenas de vidas, tanto na cidade do Rio, como em todo Estado.
Certo é, que se houver enchentes e deslizamentos, o governo dirá com a maior tranqüilidade, que a culpa é do povo, como fez o presidente Lula na ultima catástrofe, e isto será até normal, pois foi ele, povo, quem elegeu o governador, prefeito ou presidente. Assim, não há porquê reclamar.
Cabe perfeitamente aqui um antigo dito: “quem pariu Mateus que o embale”.
Se você pertence à parcela consciente da população, que não tem por diversão embalar filho dos outros, prepare suas galochas, seu caiaque,seu equipamento de rappel e até um submarino, se possível e encare com tranqüilidade o que vem por aí.
Afinal, é bem melhor prevenir do que remediar. Algo que nossos políticos ou não aprenderam ou não querem por em prática.
|Luiz Bosco Sardinha, advogado e jornalista
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