No - 182 – COLUNA DO SARDINHA
O vazamento de mais de um cento e meio milhar de documentos do Pentágono vem sacudindo os mais diferentes países do mundo envolvidos em negociações ultra-secretas, a maioria delas dizendo respeito à segurança nacional, com a potência americana, que entende ter prerrogativas para tanto.
As informações divulgadas pelo site “Wikileaks” causou indignação em quase todos os países do mundo, pois segurança nacional não raras vezes, envolve negócios sujos ou não muito éticos e claros.
O site com sede na Suecia está sendo objeto de perseguições , que não condizem com o espírito cristão e democrático tão decantado pelas nações ocidentais. A Suecia decretou a prisão de seu dono; os Estados Unidos, no melhor estilo chinês tirou-o do ar por seis dias; a França tentou proibir a divulgação de seus arquivos; e, muitos outros, inclusive o Brasil, não escaparam do constrangimento de ver sua roupa suja sendo lavada em público.
No que diz a nós respeito, ficou claro o que temos repetido desde o inicio do governo Lula, a diplomacia brasileira não tem sequer uma política definida.
Num episódio aproxima-se de Chavez e de Castro. Este ultimo tem em seu quintal Guantanamo, uma prisão política, que tornou-se uma verdadeira pedra no sapato do presidente Obama. Segundo o Wikileaks, o governo americano pediu ao seu parceiro brasileiro que acolhesse em seu território prisioneiros, a maioria terroristas que estão aguardando julgamento na prisão da ilha.
A resposta do Itamarati foi pela estranha negativa, pois o país notabilizou-se por não aceitar a extradição de Cesare Battisti, pedida pela Italia e de oferecer asilo “político” á iraniana condenada à morte por apedrejamento, por crime de adultério e por ter planejado matar o marido com a cumplicidade do amante.
Existe política externa brasileira definida pelo Itamarati?
O caso dos cubanos que pediram asilo político, quando dos Jogos Panamericanos do Rio, que tiveram seus pedidos de asilo negados e foram mandados de volta para a ilha em avião Venezuelano que entrou clandestinamente no país, era algo lógico, normal e permitido, já admitir que prisioneiros, alguns indevidamente detidos, permaneçam em Guantânamo sem julgamento é algo que não merece sequer consideração por uma diplomacia, que pretende-se de esquerda?
Talvez, se os prisioneiros da ilha tivessem Luiz Eduardo Grenhalg (o advogado do PT) como patrono, o tratamento seria outro, bem diferente...
Seria interessantíssimo ver no Wikileaks a história verdadeira do comportamento brasileiro no caso dos pugilistas cubanos. A terra por certo iria tremer... e o episódio de Guantânamo estaria explicado...
Luiz Bosco Sardinha, advogado e jornalista.
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