Fatos recentes dão uma amostra do que nos espera e como será a administração dos estados e do governo federal nos próximos quatro anos. E ainda, em que nível dar-se-á a sucessão da atual presidente e governadores.
A análise parte do estado de São Paulo, mas bem serve para os outros vinte e seis.
Alckmin que já conhece as mumunhas e mutretas do Palácio do Bandeirantes, junto a Kassab , prefeito de São Paulo e a nada mais nada menos do que Ronaldo, ex jogador do Corinthians aposentado e como será a regra daqui prá frente, anunciou uma série de pesados investimentos em futebol, com vistas à Copa do Mundo de 2.014.
O governador de São Paulo que quando passou pelo poder cooptou prefeitos construindo pedágios (caríssimos) nas rodovias estaduais e entregando-os para exploração de correligionários e amigos do peito, sabe que este esquema já está saturado, restando o futebol, que é de grande apelo popular, por isso capaz de levá-lo até o Palácio do Planalto.
Num país carente de tudo e num estado que tem seus bolsões de pobreza, com educação e saúde pública sofríveis, a opção por investimento em futebol, um esporte essencialmente profissional e cuja finalidade é o lucro, onde todos pagam e apenas alguns poucos ganham, é lamentável, mas dá voto.
Alckmin sabe disso e aposta nisso.
Ao lado, o governo Dilma, que tem como maior atributo não falar, nem para dizer a que veio, na esteira do esquema vitorioso de seu antecessor, que repetia um fato até torná-lo verdade, tem seu nome aplaudido pelo suspeito Financial Times, que aponta seu governo como “surpreendente”.
Se falar é prata e calar é ouro, a afirmativa do jornal não tem muito de bajulatório.
Precocemente, como fazia Lula, para se sentir querido por oitenta por cento dos brasileiros, um desconhecido Instituto divulgou uma pesquisa na qual Dilma Roussef teria cinqüenta por cento de aprovação do público, entre bom e ótimo, o que foi divulgado e festejado aos quatro ventos.
Se a intenção era puramente bajulatória, equivocaram-se os autores da divulgação, pois Dilma foi eleita com quase sessenta por cento dos votos, bem mais do que apontou a pesquisa.
Como Dilma irá enfrentar um período de vacas magras, obrigando-a fazer pesados cortes no orçamento, que impedirão de tocar até as obras contratadas por Lula, restará a ela manter-se na crista da onda apoiada essencialmente no marketing.
Pela arrancada inicial dos pretendentes ao poder podemos ter uma idéia do que nos espera em 2.014. Candidatos totalmente despreparados, cujo único objetivo será o poder pelo poder, que não medirão artifícios para se eleger.
Ah! Quanto à Copa, dificilmente em três anos e meio far-se-á cinqüenta por cento do prometido, pois não há verbas.
Luiz Bosco Sardinha, advogado e jornalista
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