Protecionismo e desemprego deterioram situação econômica global
Do Correio do Brasil
Por Redação, com agências internacionais - de Cingapura
A economia mundial está envolta em problemas como o desemprego e a inflação crescente, que podem incitar o protecionismo comercial e até gerar guerras entre países, advertiu o diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI) nesta terça-feira.
A alta dos preços de alimentos e combustíveis nos últimos meses já afetou as nações mais pobres e é um dos fatores por trás dos protestos antigoverno no Egito e na Tunísia, cujo presidente foi deposto no mês passado.
– À medida que as tensões aumentam entre países, nós podemos ver um protecionismo crescente – de comércio e finanças. E, à medida que as tensões aumentam dentro de países, nós podemos ver uma instabilidade social e política crescente dentro das nações – até guerras – disse Dominique Strauss-Kahn durante discurso em Cingapura.
Strauss-Kahn citou dois desequilíbrios “perigosos” que, segundo ele, podem dar origem a uma próxima crise. O primeiro é a recuperação desigual entre países, com nações emergentes crescendo muito mais rápido que as economias desenvolvidas e possivelmente superaquecendo. O segundo são as tensões sociais em países com desemprego elevado e desigualdade crescente de renda.
Ao longo da próxima década, 400 milhões de jovens entrarão na força de trabalho mundial, desafiando os governos, acrescentou Strauss-Kahn.
– Nós enfrentamos a perspectiva de uma ‘geração perdida’ de jovens, destinados a sofrer suas vidas inteiras com desemprego e condições sociais piores. Criar empregos precisa ser uma prioridade não só em economias avançadas, mas também em países mais pobres – afirmou.
Apesar do alto desemprego após a crise global de 2008, as barreiras comerciais não atingiram os níveis temidos por muitos analistas. Ao invés disso, uma série de países – especialmente a China – buscam manter suas moedas desvalorizadas para ajudar as exportações nacionais.
– O padrão pré-crise de desequilíbrios globais está surgindo de novo. O crescimento nas economias com amplos déficits externos, como os Estados Unidos, ainda é guiado pela demanda doméstica. E o crescimento em economias com amplos superávits externos, como China e Alemanha, ainda está sendo guiado pelas exportações – afirmou Strauss-Kahn.
Strauss-Kahn disse que o FMI prevê um crescimento modesto, de 2,5%, em economias avançadas neste ano, com o desemprego e a dívida prejudicando a demanda doméstica. Os países emergentes cresceriam 6,5%, com a região da Ásia excluindo o Japão crescendo 8,5%, segundo Strauss-Kahn.
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