Banimos as mínimas regras de civilidade
Temos que comparar para saber se estamos bem. Examinamos, confrontamos quase tudo. E, normalmente com algo melhor. Nossa casa, nossa rua, nosso carro, nossos filhos, nossa cidade, nosso país, nossa saúde, nossa educação. Tudo a fim de conhecer as semelhanças, as diferenças e, se possível, melhorar.
Fiz nas últimas semanas várias dessas comparações com os Estados Unidos, onde estive há pouco tempo. Nós perdemos em muitas comparações, ganhamos em outras mas entre as que perdemos chama atenção essas formalidades observadas entre si pelos cidadãos em sinal de respeito mútuo e consideração. A polidez, a urbanidade, a delicadeza e a cortesia. De maneira geral, essa civilidade está decrescendo no mundo mas lá nos EUA ainda é muito maior do que por aqui.
Isso se observa no trânsito, no cinema, nas ruas e até mesmo em uma viagem de avião. No trânsito, pelo menos por aqui em Porto Alegre, somos egoístas, nem um pouco solidários e não damos espaço para nada nem ninguém. Tem gente que até estaciona em vaga de deficiente. No cinema, falamos alto, atendemos celulares e não estamos nem aí para quem está interessado no filme. Nas ruas, o lixo cai do céu. Nunca vi tanto varredor de rua como em Porto Alegre mas diante de tanta falta de educação, esse exército pouco resolve.
Na viagem de avião, a correria é por ocupar todos os espaços disponíveis para bagagem de mão. São mochilas gigantescas e similares que não deixam lugar para mais nada. E as brigas entre vencedores e derrotados? Discussões e bate-bocas intermináveis que constrangem aeromoças e comissários de bordo.
Vi por lá gentilezas que não vejo há décadas por aqui. Um idoso ceder lugar a uma jovem senhora grávida, o jovem permitir a entrada no ônibus de outras pessoas antes que ele, o motorista desejar um bom dia ao passageiro, o silêncio no cinema, o interesse em atender bem o cliente, as ruas limpas. Muita segurança e tranqüilidade. Quero tudo isso por aqui!
Autor: Inácio Roberto Knapp
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