ESTEREÓTIPOS
Luiz Bosco Sardinha Machado
Antes do início dos tempos já surgia aqui na Terra um ser vivente, que convencionou-se chamar por homem, que já trazia em seu gene a marca de ser gregário. Assim como as formigas e abelhas, o homem só se completava vivendo em grupos, inicialmente em bandos, como os macacos e com a sofisticação dos bandos, em sociedade.
PÚBLICO-ALVO É A MASSA DISFORME OBJETO DA PRODUÇÃO E RESUME-SE EM DINHEIRO |
Logo, providenciou-se para o homem uma companheira, já apelidada de mulher e para que a vida não se tornasse um enfado só, arrumou-se para o casal uma função, a perpetuação da espécie, executada bem a contento, pois a Terra logo se povoou.
Como a vida não podia ser só alegria, arrumou-se então, o trabalho, com todos correndo atrás para poder sobreviver.
Não contentes em ter apenas uma mulher, descendentes do primeiro casal inventaram a poligamia (um homem e muitas mulheres, ao contrário não podia, pois o machismo não deixava) ainda em vigor em alguns lugares, mas abandonado na maioria por absoluta impossibilidade econômica.
No entanto, como o homem deturpa tudo que lhe cai às mãos, casal de duplo sexo tornou-se rotineiro, procurou-se então alternativas, popularizando-se as uniões de casais do mesmo sexo.
Como já nos acostumamos com a inconstância do ser humano, muito em breve as uniões de pessoas do mesmo sexo deixariam de ser novidade, caindo na mesmice. Atrevemo-nos a divagar tentando achar outras novidades, que tornassem a vida um exercício de emoções continuadas e sempre renovadas e atualizadas.
Se a monogamia virou uma chatice, a poligamia economicamente inviável, a união estável de pessoas do mesmo sexo, com obstáculos intransponíveis ainda não resolvidos, tendendo ser mais um problema do que solução, duas alternativas vislumbrariam-se no horizonte.
A primeira, de viabilidade um tanto duvidosa, pois implicaria mexer em toda organização social e até na arquitetura e engenharia da construção de unidades residenciais, seria instituir a poligamia com pessoas do mesmo sexo, um tipo assim de promiscuidade institucionalizada com incontáveis vantagens para os partícipes, pois a obrigação de responder pela casa seria dividida entre todos igualmente. E ainda, se mulheres, haveria o revesamento entre elas no ciclo do TPM e do CM e em outros obstáculos como as enxaquecas, por exemplo, que surgiriam. Se homens, haveria a substituiçao de um por outro, permitindo regulares “descansos do guerreiro”, intermináveis reuniões de negócios e eventuais recaídas, estas podendo ocorrer tanto com homens como com mulheres.
Como se vê esta hipótese é por demais absurda, devendo ser afastada de antemão, pois representa um imbróglio desnecessário, nada contribuindo para a evolução das espécies.
A outra vai depender muito mais do avanço da ciência. Cientistas de todo mundo deveriam unir-se para inventar o ser humano assexuado. Não seria um eunuco de sexo indefinido, mas um novo sexo que necessitaria ser apelidado.
O ser não seria homo, nem hetero, não teria prazeres e sensações, nem alma e nem sentimentos. Não teria atributos e quaisquer tipos de atrativos físicos ou mentais. Seria verdadeira máquina de produzir (tudo, menos filhos) e consumir bens materiais. Todos seriam iguaizinhos, esteriotipados para evitar atração e desejos inconvenientes numa socidade mercantilista.
Difícil? Parece que não, pois pouco a pouco estamos caminhando para isso. O homem já é quase um produto do consumo, de sensações e prazeres imediatos, só saciados com a busca do mais, mais e mais..., não se prendendo a amores e paixões, que sempre foram o motor do mundo. De resto, não haveria muita diferença.
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