MARINA

Má li esse poema umas dez vezes. Foi a coisa mais bonita que já fiz. Andei trocando umas palavras, corrigindo vou mandar de novo prá vc montar um slide vou mandar imprimir e mando p/ vc pelo correio MARINA No ambiente amplo Paredes brancas, Iluminado por uma Réstia de luz Qu’escapava esguia Por cortina balouçante, Uma marina deslumbrante, Com mares azuis, tal Olhos de uma diva. O píer branco qual Espumas das ondas O conjunto enfeitando. Barcos que partiam E chegavam Se quem ia ou voltava Não sei se ria Ou só chorava. Ah! como amava Esta marina que, De amor minha Vida povoava 22.03.09 LUIZ BOSCO SARDINHA MACHADO ........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................ QUEM SOU EU MARINA SILVEIRA- PROFESSORA, TECNÓLOGA AMBIENTAL E ESPECIALISTA EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL

sábado, 21 de maio de 2011

MARANHÃO 66

O avesso do avesso

Do Instituto Millenium
Autor: Nelson Motta - Convidado


Está bombando no YouTube e provocando acessos de gargalhadas e deboches um filme de sete minutos em preto e branco com o prosaico título de “Maranhão 66”. 

Aparentemente é um documentário sobre a posse de José Sarney no governo do Estado, feito por encomenda do eleito. Mas é assinado por Glauber Rocha.



Com 35 anos, cabelos e bigode pretos, Sarney discursa para o povo na praça, num estilo de oratória que evoca Odorico Paraguaçu, mas sem humor, a sério, que o faz ainda mais caricato e engraçado. Sobre seu palavrório demagógico, Glauber insere imagens da realidade miserável do Maranhão, cadeias cheias de presos, doentes morrendo em hospitais imundos, mendigos maltrapilhos pelas ruas, crianças esquálidas e famintas, enquanto Sarney fala do potencial do babaçu.
Só alguém muito ingênuo, ou malintencionado, poderia imaginar que Glauber Rocha fizesse um filme chapa-branca. Em 1964, com 25 anos, ele tinha se consagrado internacionalmente com “Deus e o diabo na terra do sol” e vivia um momento de grande prestígio, alta criatividade e absoluto domínio da técnica e da narrativa cinematográfica. E odiava a ditadura que Sarney apoiava. Em “Maranhão 66”, a narrativa se estrutura na dialética entre as imagens da realidade dramática e a demagogia caricata do jovem político provinciano que está tirando do poder um velho coronel — para se tornar ele mesmo o novo coronel.
O filme dentro do filme é imaginar o susto de Sarney quando o viu. Em vez de filmar uma celebração vitoriosa, Glauber usou e abusou da vaidade e do patrocínio de Sarney para fazer um devastador documentário sobre um arquetípico político brasileiro. E uma pesquisa para “Terra em transe”, que filmou em seguida e hoje é considerado a sua obra-prima. Sarney foi a base para o líder populista interpretado por José Lewgoy, famoso como vilão de chanchadas.
Glauber dizia que o artista também tem que ser um profeta; mas a sua obrigação é de profetizar, não de que as suas profecias se realizem. O discurso de Sarney e as imagens de “Maranhão 66” são os mesmos do Maranhão 2011, num filme trágico, cômico e, 46 anos depois, profético.

Fonte: O Globo, 06/05/2011

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