O DÓLAR AZUL E A MOEDA FURADA
“Washington DC – Há rumores nesta capital de que o governo prepara a maior
reforma monetária da história mundial. Embora não confirmada, há indícios
cada vez mais fortes de que algo deverá ocorrer, haja vista as declarações do
Secretário do Tesouro de que “só voltando às origens e a nossa infância, a
moeda americana será salva da bancarrota”.
Esta declaração coincide com os fundamentos dos boatos.
A bicentenária moeda americana que desde Bretton Woods em 1.947, cúpula
que criou o Fundo Monetário Internacional, é usada como padrão e reserva de
todas as moedas do globo, vem sofrendo uma enorme corrosão pricipalmente
nos ultimos dez anos, pela emissão descontrolada da moeda e o aumento da
dívida pública.
Diz-se que há hoje em circulação cerca de 70 trilhões de dólares em papel
moeda, números que não podem ser comprovados por tratar-se de verdadeiro
segredo de Estado, que somados a outros papéis atrelados à moeda
americana perfariam a extraordinária e planetária quantia de 140 trilhões, sobre
os quais Washington perdera o controle.
Não é para menos, o déficit público americano que está nas alturas dos 14
trilhões de dólares, cerca de 20 por cento do meio circulante, sistematicamente
empurrado com a barriga nestas ultimas décadas, é em grande parte
financiado pela emissão de moeda nova, que empanturra o mercado e a
desvaloriza a níveis preocupantes, arrastando consigo todos os ativos a ela
atrelados.
A crise de 2.008 foi um primeiro alerta de que algo está errado no sistema
financeiro mundial, que vive essencialmente de bolhas de vida curta,
financiadas pelo capital especulativo e não-produtivo.
Ao combatê-la o presidente Obama optou por usar um remédio que mais atiçou
o fogo do dragão da especulação e que apenas jogou a solução para um
futuro incerto, ao investir bilhões de dolares em empresas que lucraram rios de
dinheiro apostando contra o próprio dólar.
Um país que encareceu em demasia a produção de bens, levando os donos do
capital produtivo a investi-lo nos países asiáticos e particularmente na China,
agora vê-se em dificuldades para reverter este quadro pelas vias normais.
Somente uma reforma monetária profunda, que trouxesse de volta o capital
produtivo, traria novos horizontes para a economia americana e por extensão
mundial.
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