MARINA

Má li esse poema umas dez vezes. Foi a coisa mais bonita que já fiz. Andei trocando umas palavras, corrigindo vou mandar de novo prá vc montar um slide vou mandar imprimir e mando p/ vc pelo correio MARINA No ambiente amplo Paredes brancas, Iluminado por uma Réstia de luz Qu’escapava esguia Por cortina balouçante, Uma marina deslumbrante, Com mares azuis, tal Olhos de uma diva. O píer branco qual Espumas das ondas O conjunto enfeitando. Barcos que partiam E chegavam Se quem ia ou voltava Não sei se ria Ou só chorava. Ah! como amava Esta marina que, De amor minha Vida povoava 22.03.09 LUIZ BOSCO SARDINHA MACHADO ........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................ QUEM SOU EU MARINA SILVEIRA- PROFESSORA, TECNÓLOGA AMBIENTAL E ESPECIALISTA EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

THRILLER

REPRISE DA COLUNA DO SARDINHA 07/2009



Ver o presidente Lula aparecer na foto com as mãos viradas, dedos em círculo imitando óculos, ao lado de uma constrangida Dilma Roussef, ou então, vestido de “caipira” em companhia de uma igualmente trajada Marisa, portando uma “bandeira de São João”, não nos desperta sentimentos outros, pelo ridículo da coisa, que o de mera perplexidade. Que não faz o ser humano para estar na mídia! Para estar na crista da onda! Políticos, artistas, celebridades, desde que o mundo é mundo, procuram de uma forma ou de outra estar em evidência, ser notícia a qualquer custo, nem que para tanto tenham que protagonizar o inusitado, o grotesco. Mesmo o cidadão anônimo, quando vislumbra a possibilidade de num minuto sequer, aparecer ante as câmaras de TV, não hesita em ser coadjuvante de uma comédia ou tragédia, muitas vezes fabricada. Isto fica evidenciado, quando morre um astro da música, como recentemente, onde as reações do público, diga-se ditadas pela mídia, superam os níveis aceitáveis, independentemente do mérito do falecido. Para a mídia o ser ou não ser pouco importa, o que manda mesmo é o retorno em audiência e faturamento. Nem imagina o cidadão comum, a luta travada pelas celebridades para deixar os holofotes, para poder recuperar a privacidade e a própria perda de identidade. O indivíduo para a mídia é uma mera mercadoria, que é vendida para um público, que nele se espelha, criando milhões de “Peter Pan“, que irão habitar uma terra que nunca existiu e quiçá existirá. Talvez, a “neverland”? No momento em que se nasce para a mídia, literalmente morre-se para a vida. Assim foi com Michael Jackson e com milhares de outros, perdidos nas páginas da história, relegados a um merecido esquecimento. Diferentemente dos diamantes, ninguém é eterno para a mídia. Michael se foi e quase ao mesmo tempo, a Medicina abriu-lhe as vísceras. Deve ter encontrado só frustração. A fama e o calor dos holofotes, não foram suficientes para fazer renascer o menino, o “Peter Pan” que nunca envelheceria. O clipe de “Thriller” exaustivamente mostrado pelas TV’s é uma síntese do que era a vida de Michael, cercada de monstros bizarros. O que poder-se-ia esperar de suas entranhas? Já a mídia abriu-lhe o intimo para um público falto de heróis, que necessita do absurdo para sentir-se coerente, daí justifica-se a busca daquilo que o cantor tinha de pior. Por mais esforço que fizermos, não conseguiremos extrair do episódio, nem que seja uma pequena lição de vida. Sentimo-nos no vácuo, onde nada tem peso e tudo flutua, deslizando para lugar nenhum. O espaço deixado por Michael Jackson, como o de muitos outros (afinal, ninguém é insubstituível) para gáudio da mídia, será em breve preenchido. Alguns farão história, outros serão vítimas de um merecido esquecimento fruto da sua própria mediocridade, pois afinal até para ser bizarro, tem-se que ser criativo.
 Luiz Bosco Sardinha Machado 

Confiança da indústria cai 1,6% em setembro e atinge menor nível desde agosto de 2009


Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O Índice de Confiança da Indústria (ICI), medido pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV), caiu 1,6% de agosto para setembro, ao passar de 102,7 para 101,1 pontos. É a nona queda consecutiva e o menor índice desde agosto de 2009 (100,2). De acordo com os dados, o Índice de Expectativas (IE) recuou 2,6%, para 99,2 pontos, e o Índice da Situação Atual (ISA) caiu 0,6%, para 102,9 pontos,
Segundo a FGV, o Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) atingiu o menor patamar desde novembro de 2009 (82,9%) e ficou em 83,6% em setembro. Com o resultado, a média do terceiro trimestre de 2011 ficou em 83,8%, a menor desde o quarto trimestre de 2009 (83,1%).
Entre os componentes do IE, o emprego industrial atingiu o menor indicador desde junho de 2009 (98) e registrou 105,1 pontos. Das 1.241 empresas consultadas, 17,7% preveem aumentar o efetivo de mão de obra nos três meses seguintes (contra 22,6% em agosto), enquanto 12,6% pretendem diminuí-lo (contra 11,9% do mês anterior).
Já no ISA houve estabilidade nos itens que medem a satisfação com a situação dos negócios e o nível dos estoques, e queda no indicador do nível atual da demanda, que atingiu 102,3 pontos, o menor patamar desde setembro de 2009 (100,5). A proporção de empresas que consideram forte o nível atual de demanda diminuiu de 14,9% para 14%, enquanto a parcela das que o avaliam como fraco aumentou de 10,6% para 11,7%.
Edição: Juliana Andrade

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Revendo joias do pensamento liberal que tanto alvoroçaram Alvarossauro e a mim


Por Tom Capri

Acabo de receber, de Álvaro Pedreira de Cerqueira, a quem chamo de Alvarossauro, uma coleção de joias do pensamento liberal, aforismos de gente de peso como Locke, Tocqueville, Churchill e outros. Chamo de Alvarossauro porque, apesar de ilustrado, com altos conhecimentos em todos os campos ---- a exemplo de gentis mortais como Diogo Mainardi, Luiz Felipe Pondé, Daniel Piza etc. ----, é mais um que se tornou infenso à razão e fossilizou-se numa visão dinossáurica de tudo. Tal qual seus colegas de grupo, como Rivadávia Rosa, Antonio “Sepulcrão” Sepulveda, Delmar Phillipsen, Gerhard Boehme, entre outros. Todos ainda se mostram incapazes da menor autocrítica. Pois não é que também fiquei fascinado com os aforismos liberais, pela precisão e presteza? Como aquela gente acertou na mosca! Bem ao contrário do que a ala mais rasa e burra da esquerda (maioria) tanto propala e do que se imagina por aí. Um belo ajuste de contas com a sabedoria! Apreciei e aprendi muito lendo esses aforismos. Alvarossauro os havia recebido de um amigo, Márcio Chila Freyesleben, a quem agradecera, comovido, pelo envio. E fez questão de repassar essas joias liberais aos amigos (e inimigos). Não entendi até agora como Alvarossauro abraçou todos os aforismos, se alguns vão frontalmente contra o que ele pensa. Talvez por isso os aforismos tenham me comovido também. Atrevi-me a analisar e a comentar um por um. Aí vão, em nova tentativa de levar uma luz aos Alvarossauros que aí estão e se tornaram infensos às verdades. E não adianta pinçar um aqui, outro ali, para ler, pois aí é que você não vai mesmo entender: minha análise de cada um é sequencial e nexológica, isto é, o que digo sobre o primeiro aforismo é parte essencial do que digo sobre o segundo, e assim por diante (em suma, todas as minhas análises estão imbricadas). Portanto, é preciso ler todos e na ordem em que estão, para entender. Confira.

Os governos existem para proteger os legítimos direitos à vida, à liberdade e à propriedade. (John Locke).
Temos aqui essa brilhante percepção de Locke, ainda muito pouco entendida, principalmente pelos seus admiradores, como Alvarossauro. Locke tem razão quando diz que os governos existem e sempre existiram para proteger oslegítimos (legítimos no sentido de “previstos em lei”) direitos à vida, à liberdade e à propriedade. Até aí, perfeito. O ponto falho e obscuro de Locke não está nesse aforismo, mas fora dele. Os governos realmente existem para proteger os legítimosdireitos (que Locke menciona) à vida, à liberdade e à propriedade, mas das classes dominantes, não da sociedade em geral. E são as classes dominantes que criam e aprovam as leis que tornam legítimos esses seus próprios direitos. Sempre foi assim desde que os gregos e romanos inventaram as leis, o estado de direito, a democracia.
Locke nunca enxergou as classes, na sociedade, e imaginava que os direitos legítimos à vida, à liberdade e à propriedade, das classes dominantes, eram os mesmos direitos garantidos e estendidos a todos. Para Locke, não existiam as classes, e a sociedade de sua época era uma coisa só, unificada em torno dos ideais que ele, o mesmo Locke, tinha na cabeça e preconizava.
E se você ainda é ingênuo a ponto de não acreditar que os governos, a democracia e o Estado aí estão para proteger os legítimos (no sentido de “previstos em lei”) direitos à vida, à liberdade e à propriedade, porém das classes dominantes, volte a ler e a estudar o tema. Aprofunde-se nele. Mas vá aos clássicos que escreveram sobre isso, não aos intérpretes, que só raramente são precisos. Leia os gregos, cheque a verdadeira origem do Estado, da democracia, do poder, dos governos. Tente entender por que a democracia é, na verdade, segundo alguns sábios gregos, o “regime do diabo”, ou, como eu costumo chamar, ademoniocracia.

Devemos dizer ao povo o que ele precisa saber e não o que ele gostaria de ouvir. (J. F. Kennedy).
John Kennedy tinha razão. Mas, por desconhecer o fato de que os governos existem para proteger os legítimos direitos (legítimos porque previstos em lei) das classes dominantes e não do povo, foi lá e disse o que o povo precisava saber e, por causa disso, tomou aquela bala na testa, até hoje não sabe que morreu e por que morreu.

O maior cuidado de um governo deveria ser o de habituar, pouco a pouco, os povos a dele não precisar. (Alexis de Tocqueville).
Genial. Aqui o melhor de Tocqueville, que tanto estudei na Faculdade (Escola de Sociologia e Política de São Paulo, anos de 1970), onde fiz também o mestrado. Como os governos existem para proteger os legítimos (legítimos porque previstos em lei) direitos das classes dominantes, nada melhor para estas classes do que habituar os povos a não precisar nunca dos governos.

As leis abundam em Estados corruptos. (Tácito).
Aqui, o que mais abunda é a sabedoria de Tácito. Não só os governos, mas os Estados e as leis também existem, desde que foram criados no período clássico (pelos gregos, romanos etc.), para proteger os legítimos direitos das classes dominantes, fazendo-os passar por direitos de todos.
Como diz Bastiat, em aforismo que Alvarossauro também recebeu de seu amigo Márcio Chila Freyesleben e analisarei mais adiante, a lei não é o refúgio do oprimido, mas a arma do opressor. Por isso, as leis abundam em todos os governos e Estados, pois são regidos, sem exceção, pelas forças (classes) dominantes. E quanto mais corrupto for o Estado, mais abundam as leis, posto que as individualidades pertencentes às classes dominantes brigam muito entre si e não medem esforços para se proteger nas leis, na política, na polícia e, principalmente, pela couraça do Estado.

O POÇO DAS SURPRESAS

A partir de hoje reprisaremos os artigos inesquecíveis da Coluna do Sardinha.Sejam bem-vindos a nos acompanhar!!
Marina.

O POÇO DAS SURPRESAS
05/2009
Monteiro Lobato foi talvez, um dos maiores escritores do Brasil. Leitura obrigatória para crianças de 0 a 100 anos, poucos são os brasileiros e mesmo sul-americanos que não ouviram falar nele. (Lobato foi traduzido para o espanhol e publicado na Argentina).
O Sitio do Pica-pau Amarelo, Pedrinho, Narizinho, a boneca Emilia (ah! Quantas Emilias ainda há até hoje) – com sua verve, inteligência e perspicácia – e o Visconde de Sabugosa povoaram e ainda povoam as mentes de gerações.
Nacionalista, esse paulista de Taubaté no Vale do Paraíba, adotou a campanha d’O Petróleo é Nosso, publicando um livro antológico denominado O Poço do Visconde.
A empreitada vitoriosa culminou com a criação, em 1953, da Petróleo Brasileiro S.A. pelo então presidente Vargas.
Temos uma dileta leitora que por certo é fã de tão ilustre patrício, que diz: Em terra de cego, que tem olho é inimigo do rei.
Lobato com sua mente privilegiada teria dois olhos e por certo se ainda vivo fosse estaria escrevendo estarrecido, ao invés de livros, colunas de críticas severas ao governo e arrependido por ter ajudado a criar uma estatal que é um poço de eventuais irregularidades e que viria a ser a Petrobras.
Por certo ficaria imaginando, como uma empresa idealizada para servir ao povo lhe fornece uma das gasolinas mais caras do mundo e de péssima qualidade? E o senhor presidente da república com sua proverbial sabedoria vem a público dizer que enquanto a Petrobras não conseguir recompor seu caixa, não poderá reduzir o preço dos combustíveis.
O que será que o ilustre entende por recompor seu caixa. Será que a Petrobras tem problemas de caixa? Não parece.
Quem negocia um contrato de patrocínio com a Fórmula 1 no valor bem barato de injustificáveis US$7 milhões de dólares, pode estar com problemas de caixa? Quem compra a Petroquímica Suzano (para que?) por um preço quatro vezes maior que o real pode estar em dificuldades? Quem faz operações com ACC’s (antecipação de contratos de cambio) no valor de ditos 19 bilhões de dólares, com bilionários prejuízos para nós brasileiros, teria qualquer tipo de problema, a não ser com o Tribunal de Contas da União?
O presidente quando fala em recompor o caixa, deve estar referindo-se ao Tesouro Nacional, o BNDES, a Caixa Econômica Federal, o Banco do Brasil que estão aí para socorrer patrioticamente a estatal.
Comprovadamente, parece que a estatal não precisa recompor seu caixa, pois há dias, contrariando parecer do Tribunal anunciou o pagamento de milhões de reais em dividendos aos seus acionistas.
Ora, até no Sitio do Pica Pau Amarelo, tão bem administrado por dona Benta, sabe-se que só distribui dividendos a empresa que está bem de saúde financeira, o que não parece muito ser o caso da estatal.
É interessante, que para o pessoal do governo, quem critica e aponta os mal explicados negócios da direção da estatal, que é propositalmente confundida com a própria empresa, é taxado de inimigo do país, antipatriótico e outros epítetos. Certamente, Lobato estaria entre estes.
Para eles a direção da Petrobras seria intocável e a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito seria coisa que o governo nunca poderia imaginar e que agora foi conseguida graças ao Senador Mozarildo Cavalcante (PTB RR). Esta foi a grata surpresa de 2009 e esperamos que dê os resultados esperados, trazendo a estatal para o mundo real, onde existem recompensa para os bons e castigo para os ímprobo dos quais a estatal está cheia.
Em homenagem a uma verdade histórica e para lavar a alma do autor do Poço do Visconde sugeriríamos batizar a CPI de Monteiro Lobato, num tributo a aquele que batalhou para a criação deste, hoje, monstro de sete tentáculos que tornou-se um poder autônomo dentro do Estado, já tendo sido chamado e com razão de República da Petrobras.
Luiz Bosco Sardinha