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Obra nos parques Mutirama, Botafogo e Vila Nova terá R$ 100 milhões.
Só para brinquedos serão R$ 30 milhões
Prefeitura anuncia verba de quase R$ 100 milhões para obras no Parque Mutirama, Bosque Botafogo e Parque Vila Nova. Com dinheiro do governo federal e da prefeitura, a Capital anuncia a construção de um dos maiores parques de diversões do País. “O maior do Centro-oeste, com toda certeza”, afirma o presidente da Agência Municipal de Obras (Amob), Francisco Almeida.
Com licitação prevista para o próximo dia 22, as obras de um túnel na Avenida Araguaia e de uma plataforma ligando o Bosque ao Parque Vila Nova serão as primeiras a serem iniciadas.“Necessitávamos de rapidez para ter acesso à verba de R$ 55 milhões do Ministério do Turismo, do governo federal”, ressalta o presidente da Amob. Francisco Almeida explica que o projeto prevê a união entre o Parque Mutirama e o Bosque Botafogo, espaço hoje cortado pela Avenida Araguaia. Esta, ao cruzar a Avenida Contorno, passará por um túnel, saindo do outro lado do parque, já na Avenida Independência. Sobre a Marginal Botafogo será construída uma plataforma de cerca de 100 metros de extensão, unindo o Bosque Botafogo ao Parque Vila Nova. “É um projeto grandioso”, afirma ele.
Quanto ao Mutirama, Francisco diz que a verba de R$ 30 milhões da prefeitura fará dele um parque moderno e atrativo. “Serão instalados brinquedos não só para crianças, como também para os adultos, como, por exemplo, uma montanha-russa.” Em entrevista ao jornalista Paulo Beringhs, no último dia 31, o prefeito Iris Rezende disse que “da mesma forma como as pessoas saem daqui para visitar a Disneylândia, as pessoas de fora vão chegar aqui e saber que, assim como temos Caldas Novas, agora temos um parque de diversão chamado Mutirama”.
O Masterplan, nome dado ao projeto, é fruto de uma união entre a Secretaria Municipal de Turismo, a Agência Municipal de Meio Ambiente, a Secretaria Municipal de Esporte e Lazer, a Procuradoria e a Secretaria Municipal de Infraestrutura. Ele prevê ainda a instalação de quadras poliesportivas e estruturas para esportes radicais no Parque Vila Nova.
Contratempos
Para que o projeto saia do papel, será necessária a desapropriação de alguns imóveis na Avenida Contorno, no Setor Central. No local será construído um estacionamento. “Para que o Parque Mutirama seja o maior do Centro-oeste é fundamental que tenhamos um estacionamento capaz de abrigar o contingente esperado”, ressalta o presidente da Amob, Francisco Almeida.
Entretanto, os moradores da região não ficaram contentes quando, na última terça-feira, 2, receberam uma intimação de comparecimento à Amob para tratar da desapropriação de suas casas. “Moramos aqui há mais de 65 anos, somos os primeiros moradores de Goiânia, não queremos sair de nossas casas”, protesta o aposentado Osvaldo França, 70, que há 65 anos mora no Setor Central.
Representantes das 42 famílias atingidas pelo Masterplan formaram uma comissão para tratar da questão. “Não queremos fazer política com esta comissão, desejamos apenas mostrar que somos escriturados, que somos legalizados”, afirma a representante da comissão, moradora do Setor há 43 anos, Rosanita Fernandes Moraes Silveira, 51, funcionária pública.
Os moradores realizaram uma reunião na tarde de ontem para discutir as ações que deverão tomar para impedir a desapropriação. “Não queremos conflito com a prefeitura, pelo contrário, queremos que o prefeito Iris Rezende venha até aqui para ver e conversar com as famílias que pretende desapropriar”, afirma o advogado Amadeus Leon Sanches, 58, morador do setor desde 1985.
Em relação ao assunto, o presidente da Amob explica que todas as famílias serão indenizadas por suas casas e pelos lotes com base no valor de mercado dos mesmos. “Todos receberão o valor da indenização à vista”, assegura. Ele ressalta: “Sabemos dos transtornos, sabemos do valor histórico e sentimental que os imóveis têm para estas famílias, mas isso não poderá impedir um avanço para a cidade, um benefício a milhares de pessoas.” O Ministério Público já está agindo na desocupação de algumas invasões no local, como as construções erguidas em áreas ambientais e, de acordo com moradores, já foi instaurada uma medida investigatória para apurar a legalidade da ação da prefeitura em desapropriar as residências escrituradas.
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