A idéia de que só vou bem, quando todos vão bem, não é figura de retórica, é fato, assim como diz-se que “quem semeia boas sementes, colhe bons frutos”, também quem semeia atos positivos e construtivos, só poderá colher bons resultados que virão na ordem direta da prática adotada.
A cidadania pressupõe obrigações, que passam pelo amor à pátria, respeito aos direitos de cada um e aos valores por eles cultuados. O dever de democratizar oportunidades, distribuir educação e partilhar conhecimentos visando o engrandecimento dos indivíduos completam o quadro das obrigações do verdadeiro cidadão preocupado em conviver harmonicamente com os que dele acercam-se.
Num país tão carente de educação como o nosso, o exercício pleno da cidadania exige atitudes firmes na difusão da cultura como meio de estimular a prática de bons princípios que dela advém.
Um país com alto grau de desenvolvimento educacional e cultural, ganha sem dúvida alguma em qualidade de vida, que é uma meta comum a todos.
Cidadania corporativa é uma figura que criamos para bem ilustrar a responsabilidade social das empresas, pois na verdade cidadania é um termo apenas aplicável ao cidadão. No entanto a empresa, pessoa jurídica é apenas uma cortina, atrás da qual encontra-se uma pessoa física, que lhe dá vida e amolda seu comportamento.
A empresa é o espelho de seus dirigentes, que dão a ela os contornos do que lhes vai em mente.
Empresas com dirigentes cientes de suas obrigações de cidadãos, terão por certo um desempenho que vai de encontro às demandas da população.
Assim, por exemplo, a reserva de uma pequena parcela do lucro em atividades culturais e educativas, é essencial para o crescimento do conceito da empresa junto à população, que identifica-se com ela e em reconhecimento lhe retorna em fidelidade.
Empresas sustentáveis com um olho no futuro investem em educação e cultura, mesmo que isto não signifique retorno imediato e direto em termos financeiros, mas um ganho para a sociedade como um todo.
Se educação e cultura representam sustentabilidade para a empresa, para o cidadão representa um ganho inestimável para uma vida digna e socialmente perfeita no mundo em que nós e a empresa vivemos.
Pensar em empresa sustentável numa sociedade que não tenha horizontes, não é uma tarefa plausível.
Empresa sustentável exige uma sociedade igualmente sustentável, uma não pode estar dissociada da outra sob pena de uma ou ambas naufragarem.
Nesta época de eleições, seria importante que as empresas investissem, em educação política e na tarefa de afastar políticos envolvidos em episódios de corrupção, dando um basta aos atores de mensalinhos e mensalões que tantos prejuízos causam ao país.
Segundo a Transparência Internacional, a corrupção é um entrave ao pleno desenvolvimento do país. Para ter-se uma idéia, sem corrupção, segundo a mesma fonte, a renda da população brasileira equiparar-se-ia a de países do Primeiro Mundo.
Uma forma direta de investir-se no combate à corrupção é negar financiamento aos candidatos cuja conduta deixem dúvidas quanto a lisura e correção no trato da coisa pública. Já seria um bom princípio.
Luiz Bosco Sardinha Machado
Cidadania a priori é a capacidade que tem o cidadão de votar e ser votado, mas o seu exercício vai muito além, pois inclui a participação efetiva dos indivíduos na vida social, ou seja, na inter-relação entre os sujeitos.
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