MARINA

Má li esse poema umas dez vezes. Foi a coisa mais bonita que já fiz. Andei trocando umas palavras, corrigindo vou mandar de novo prá vc montar um slide vou mandar imprimir e mando p/ vc pelo correio MARINA No ambiente amplo Paredes brancas, Iluminado por uma Réstia de luz Qu’escapava esguia Por cortina balouçante, Uma marina deslumbrante, Com mares azuis, tal Olhos de uma diva. O píer branco qual Espumas das ondas O conjunto enfeitando. Barcos que partiam E chegavam Se quem ia ou voltava Não sei se ria Ou só chorava. Ah! como amava Esta marina que, De amor minha Vida povoava 22.03.09 LUIZ BOSCO SARDINHA MACHADO ........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................ QUEM SOU EU MARINA SILVEIRA- PROFESSORA, TECNÓLOGA AMBIENTAL E ESPECIALISTA EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL

quarta-feira, 21 de abril de 2010

O impasse gerencial



Ricardo Bergamini

          Os três temas à considerar como obstáculos ao desenvolvimento sustentado são o hiato existente entre "motivação e entendimento", o contraste entre "planejamento e implementação" e, finalmente, aquilo que se poderia chamar de "o paralelismo desconfortável".

          Nos países em desenvolvimento, o hiato entre a motivação para resolver
problemas, e a capacidade de entendê-los e formular soluções adequadas
é anormalmente grande. A motivação é freqüentemente emulativa:
trata-se de imitar realizações alcançadas em outros países. Mas a
capacidade concreta de resolver problemas é deficiente pelo próprio
nível baixo do treinamento técnico e educação administrativa. Nos
países hoje desenvolvidos, a evolução foi gradual, colocando-se os
problemas sem grande defasagem em relação ao instrumental disponível
para sua solução. Os problemas econômicos eram antes incrementais que
escolares.

         Usando a linguagem de Albert Hirschaman, diríamos que nos países
retardatários na senda do desenvolvimento existe marcada tendência
para que a "motivação" avance mais depressa que a "compreensão" (1).
Cria-se então uma brecha entre a "formação de desejos" e a "satisfação
dos desejos" no dizer de Huntington (2).

       Isso produz não apenas ineficiência econômica, mas frustração social e
não raro instabilidade política. Essa frustração leva a uma crescente
impaciência com soluções, remediais e melhorativas e acende o
entendimento por soluções ideológicas ou radicais. Na semântica dos
países em desenvolvimento, o vocabulário "revolução", sem qualquer
avaliação do enorme custo social das verdadeiras revoluções, tem como
curso mais amplo e aceitação muito menos qualificada que o vocabulário
"reforma".

        Problema correlato é o hiato entre "planejamento e implementação". Nos
países em via de desenvolvimento, o planejamento tem maior importância
que nas economias maduras, cujo crescimento se tornou mais ou menos
automático. Isso por vários motivos. Primeiro, para racionalizar e
coordenar a ação governamental, fixando objetivos prioritários e
definindo políticas de desenvolvimento, seja do tipo "centralista"
(como nos regimes socialistas) seja do tipo "indicativo" (para
orientação do setor privado, nos regimes não socialistas). Segundo,
como instrumento de motivação social, para atingir determinadas metas
de produção e renda.

      A dificuldade que surge habitualmente é que os planos são formulados
por uma elite tecnocrática do tipo "weberiano", orientada no sentido
do desempenho, enquanto que sua execução tem de ser feita por uma
"burocracia prismática", essencialmente tradicionalista, mais
preocupada com os problemas imediatos do seu "status" social e
promoção pessoal (3).

       Acresce que os planos tendem a ser elucubrações tecnocráticas,
produzidas na rarefação dos departamentos de pesquisa; na melhor das
hipóteses, engajam o compromissamento do Poder Executivo, mas
raramente se transformam em plataforma política (até mesmo pela
instabilidade das instituições políticas) ou em fonte de motivação
popular.

     Outro problema é o do "embaraçoso paralelismo". A tendência
socializante e estatizante tão freqüentes nos países em
desenvolvimento é, não raro, explicada em termos da inadequação e
debilidade empresarial do setor privado. Mas a insuficiência deste
reflete um conjunto de condições sociais e culturais que afetam também
negativamente o nível de eficiência do setor público. A indubitável
vantagem do Estado como agente econômico de desenvolvimento deriva: a)
de sua capacidade de captar e conglomerar poupanças pela via
tributária; b) de sua capacidade de investir a longo prazo,

        independentemente dos estímulos correntes do mercado. Mas a simples
transferência de atividades do setor privado para o público não
constitui nenhuma fórmula mágica de desenvolvimento. Não se corrige a
ineficiência e talvez apenas se logre uma concentração de erros. Há um
paralelismo entre a escassez de elites gerenciais e de elites
administrativas.

(1) - A . Hirschaman, Journeyes Toward Progress, New York, 1963, p 237.
(2) - Samuel P. Huntington, Political Order in Changing Societies,
Yale University Press, 1968, p 54
(3) - Robert T. Daland, Brazilian Planning, University of North
Carolina Press, 1967, p 143.


O autor é Professor de Economia.
Ricardo Bergamini

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