MARINA

Má li esse poema umas dez vezes. Foi a coisa mais bonita que já fiz. Andei trocando umas palavras, corrigindo vou mandar de novo prá vc montar um slide vou mandar imprimir e mando p/ vc pelo correio MARINA No ambiente amplo Paredes brancas, Iluminado por uma Réstia de luz Qu’escapava esguia Por cortina balouçante, Uma marina deslumbrante, Com mares azuis, tal Olhos de uma diva. O píer branco qual Espumas das ondas O conjunto enfeitando. Barcos que partiam E chegavam Se quem ia ou voltava Não sei se ria Ou só chorava. Ah! como amava Esta marina que, De amor minha Vida povoava 22.03.09 LUIZ BOSCO SARDINHA MACHADO ........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................ QUEM SOU EU MARINA SILVEIRA- PROFESSORA, TECNÓLOGA AMBIENTAL E ESPECIALISTA EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL

quinta-feira, 29 de abril de 2010

URBANO SANTOS - O CERRADO QUE PROTEGE

Mairon Regis

Faltou pouco para as chuvas se ausentarem por completo. As comunidadesextrativistas de Urbano Santos perderam seu arroz, mas a mandioca resistiu. A comunidade de Mangabeirinha seria o local onde aconteceria o curso "O Cerrado que protege", projeto da Associação das Parteiras de Urbano Santos, financiado pelo Centro de Apoio Sócio-Ambiental.



No dia em que as parteiras se deslocariam para a comunidade chovera muito. A dona Teresinha se responsabilizara pela aquisição de mantimentos e por "amolar" as demais parteiras que moravam espalhadas



pelos interiores de Urbano Santos e que deveriam se aprontar em tempo para a viagem. Um pouco mais de uma hora demanda a viagem da sede até a comunidade de Mangabeirinha. Ela se localiza à beira do rio
Preguiças. Mais adiante os plantios de eucalipto protagonizados pela Suzano. A primeira etapa do curso "O Cerrado que protege" envergaria a segurança alimentar como tema principal.



Nenhum outro lugar apascenta a alma como o leito do rio Preguiças. As comunidades extrativistas do Baixo Parnaíba aguardam o expressivo instante para o banho providencial. Os adultos asseiam as crianças que
teimaram em vigiar os passos. Na primeira tarde, antes do curso "O Cerrado que protege", o agricultor familiar Zé Crispim, ex-presidente da associação de Mangabeirinha, descerrou parte da Chapada que jazia
em disputa entre a associação e os parentes dos associados queintencionam vendê-la provavelmente para a Suzano. Um ex-vereador e ex-presidente do Sindicato de Trabalhadores Rurais de Urbano Santos demarcou uma área como posse e vendeu para a Suzano. Essa área corresponde a duzentos hectares de Chapada e nela a comunidade leciona a coleta de bacuri entre dezenas de bacurizeiros.

Na porta da casa do seu Zé Crispim, povoado de Mangabeirinha, município de Urbano Santos, a conversa versava sobre reuniões, projetos, publicações e agressões que chegaram a ele, a sua comunidade e ao rio Preguiças por meio de outros indivíduos e por meio de empresas. Um pouco menos de vinte anos atrás, a Paineiras aterrou um trecho onde o rio Preguiças se aconchegava como as pessoas se aconchegam na beira do rio na hora do banho.



As empresas de reflorestamento com eucalipto como a Paineiras, que recentemente se adestrou ao nome de Suzano Papel e Celulose, Flagelizam os recursos hídricos como o rio Preguiças ao simplesmente recorrer à captação de suas águas para misturar com veneno que será aspergido nas suas áreas de reflorestamento. O seu Zé Crispim citou casos de funcionários das terceirizadas que vergastam áreas próximas a Mangabeirinha e que apresentaram indícios de adoecimento pelo contato com os venenos e pela exposição aos raios solares. Até as mudas de eucalipto mirraram com o excessivo calor na região do Baixo Parnaiba.

O seu Zé Crispim desposou uma senhora que se tornou parteira. Essa não é uma profissão fácil. Alguns nem acham que seja profissão. A Associação de Parteiras de Urbano Santos quer tirar isso a limpo ou quer se livrar dos preconceitos que cercam as parteiras. Ele se acantonara sobre o projeto "Cerrado que protege" com poucas informações, mas se destacaria de manhã cedo para acompanhar a reunião junto com sua esposa e as outras parteiras. Estas se despacharam de suas comunidades: Surrão, Cajazeiras, Baixa do Cocal e de Mucambo. Em Mangabeirinha, o rio Preguiças as adotaria em seus recantos assim como o Zé Crispim e sua esposa as adotaram em sua casa.

Quanto vale uma Chapada? Os movimentos intensos de caminhões das empresas terceirizadas da Suzano Papel e Celulose nas Chapadas próximas à comunidade de Mangabeirinha, município de Urbano Santos,
insinuam que o que vale não é a terra em si e nem o que havia sobreela e sim o que se enterra dentro dela e o que se puxa pra fora dela.



As empresas reflorestadoras como a Suzano e os plantadores de soja pesquisam na internet imagens sobre possíveis áreas para comprar no Baixo Parnaiba e o município de Urbano Santos e suas comunidades extrativistas adoecem com seus rios envenenados como no caso dos rios Mocambo, Boa Hora e Preguiças . O curso "O Cerrado que protege",organizado pela Associação de Parteiras e pelo Fórum Carajás e
financiado pelo Centro de Apoio Sócio Ambiental (Casa), contraiu e descontraiu a comunidade de abeirinha para a prática da alimentação saudável que permite as gestantes uma gravidez rica em vitaminas. A Chapada persiste em frutos como o Bacuri, o Pequi e a Mangaba. Os moradores de Mangabeirinha persistem e os membros do Fórum Maranhense de Segurança Alimentar atestaram isso ao almoçarem galinha caipira e beberem suco de bacuri.

Do Forum Carajás

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