MARINA

Má li esse poema umas dez vezes. Foi a coisa mais bonita que já fiz. Andei trocando umas palavras, corrigindo vou mandar de novo prá vc montar um slide vou mandar imprimir e mando p/ vc pelo correio MARINA No ambiente amplo Paredes brancas, Iluminado por uma Réstia de luz Qu’escapava esguia Por cortina balouçante, Uma marina deslumbrante, Com mares azuis, tal Olhos de uma diva. O píer branco qual Espumas das ondas O conjunto enfeitando. Barcos que partiam E chegavam Se quem ia ou voltava Não sei se ria Ou só chorava. Ah! como amava Esta marina que, De amor minha Vida povoava 22.03.09 LUIZ BOSCO SARDINHA MACHADO ........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................ QUEM SOU EU MARINA SILVEIRA- PROFESSORA, TECNÓLOGA AMBIENTAL E ESPECIALISTA EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL

sexta-feira, 28 de maio de 2010

HORMÔNIOS ARTIFICIAIS NO AMBIENTE: RISCOS À SAÚDE PÚBLICA - 3a. PARTE

Sônia Corina Hess (Eng. Química, Dra. em Química, professora da UFMS)


Ftalatos



Os ftalatos representam uma classe de materiais produzidos industrialmente em larga escala. Os mais pesados, como o DEHP o DiNP e o DiDP, são produzidos em maior quantidade para a aplicação em materiais de construção, móveis, roupas e, principalmente, para dar flexibilidade ao PVC. Aqueles com pesos moleculares relativamente baixos, como o DMP, o DEP e o DBP, são utilizados em solventes e em adesivos, tintas, cosméticos, ceras, inseticidas e produtos farmacêuticos e de uso pessoal. O BBP é um plastificante muito utilizado na confecção de pisos poliméricos, em materiais plásticos à base de celulose, acetato de polivinila, poliuretanas e polisulfetos, em couros sintéticos, cosméticos, como agente dispersante em inseticidas, repelentes e perfumes, entre muitos outros produtos (Sonnenschein & Soto, 1998).



Devido ao seu amplo emprego, a exposição aos ftalatos pode alcançar tanto pessoas quanto animais domésticos e selvagens, por ingestão, inalação, absorção pela pele ou por administração intravenosa. A absorção de ftalatos pode ocorrer por via alimentar, visto que muitos alimentos são acondicionados em contato com materiais plásticos contendo ftalatos. Diversos repelentes para insetos e inseticidas contém em suas composições DMP, DBP, DEP ou DnOP, que podem ser absorvidos por via dérmica ou respiratória. Brinquedos, mamadeiras e outros utensílios de material plástico representam uma fonte potencial de contaminação das crianças por ftalatos, sendo que, em estudos realizados nos Estados Unidos, foi estimada em 40 a 173 g/kg de massa corporal/dia a quantidade de DiNP absorvida pelas crianças ao colocarem brinquedos e outros materiais plásticos na boca (Foster et al, 2001; Schettler, 2006).



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A taxa de transferência dos ftalatos, a partir dos plásticos, para o meio (como alimentos e materiais líquidos e gasosos administrados em procedimentos médicos) depende de diversos fatores, como: a concentração dos ftalatos no material, o tempo de estocagem produto em contato com o plástico, a temperatura, o grau de agitação e a natureza do material, sendo que materiais gordurosos tendem a absorver os ftalatos com mais facilidade (Schettler, 2006).



Bolsas e mangueiras de PVC contendo DEHP são empregados no tratamento de pacientes para a administração intravenosa de fluidos, fórmulas nutritivas, sangue e também para a hemodiálise e o fornecimento de oxigênio. Devido a isso, o DEHP pode ser inalado a partir de gases utilizados em procedimentos médicos ao passar por tubos de PVC. Fórmulas para alimentação entérica – contendo lipídios e embaladas em bolsas de PVC com DEHP, e administradas por tubos do mesmo material – levam os pacientes à exposição ao DEHP na ordem de 0,14 mg/kg de massa corporal/dia para adultos e 2,5 mg/kg de massa corporal/dia para recém-nascidos. Durante a transfusão de sangue, os pacientes adultos recebem entre 8,5 e 3,0 mg/kg de massa corporal/dia de DEHP, enquanto os recém-nascidos recebem entre 0,3 e 22,6 mg/kg de massa corporal/dia dessa substância (Foster et al, 2001; Schettler, 2006).



A toxicidade de certos ftalatos está relacionada ao desenvolvimento do sistema reprodutivo de roedores do sexo masculino: os fetos são mais sensíveis do que os recém-nascidos, e esses, mais vulneráveis do que os animais adolescentes e adultos. Em particular, a exposição dos machos ainda no período intra-uterino ao DBP, ao BBP e ao DEHP, resulta em uma síndrome de anormalidades reprodutivas, danos aos testículos, além de mudanças permanentes (feminização) (Foster et al, 2001; Foster, 2006; Gray Jr. et al, 2006).



Também foi revelado que ratos com cinco dias de idade receberam uma baixa dose única dos ftalatos de diciclohexila (DCHP), DBP e DEHP, e este tratamento ocasionou intensa interferência no desenvolvimento do cérebro, resultando em hiperatividade (Ishido et al, 2005).



Tais dados são muito preocupantes, ao considerar-se que pesquisadores como Foster (2006) ressaltam que as principais enzimas envolvidas na produção da testosterona são idênticas em ratos e em seres humanos, e acredita-se que todos os mamíferos tenham mecanismos semelhantes de ativação de processos dependentes de andrógenos (hormônios masculinos). Portanto, de acordo com o conhecimento atual de fisiologia e endocrinologia comparadas, acredita-se que fetos humanos que tenham sido suficientemente expostos a determinados materiais apresentem em seus organismos efeitos hormonais adversos semelhantes àqueles observados em experimentos com animais (Foster, 2006).



Em estudos com seres humanos divulgados em 2005 e 2006, encontrou-se associação entre a presença de resíduos de ftalatos no leite materno e no sangue dos bebês alimentados com esse leite com a incidência de criptorquidismo (não-descida dos testículos para o escroto) e a diminuição da



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bio-disponibilidade de testosterona livre, que é necessária ao desenvolvimento normal do trato reprodutivo das crianças do sexo masculino (Lottrup et al, 2006).



Também foi demonstrado que a exposição intrauterina de seres humanos ao DEHP e ao DBP diminui o tempo gestacional e o tamanho ao nascer (Latini et al, 2003) e que os níveis de exposição de crianças a ftalatos presentes na poeira dentro das residências estão associados ao aumento da severidade dos sintomas da asma e da rinite (Bornehag et al, 2004).



Em um estudo realizado nos Estados Unidos também foi revelado que mulheres apresentando ftalatos na urina durante a gravidez tiveram bebês do sexo masculino com uma distância ano-genital (AGD) menor do que a esperada, comprovando que os ftalatos exercem atividade hormonal (antiandrogênica, anti-hormônio masculino) também em seres humanos, colocando em risco o desenvolvimento normal de crianças expostas a estes contaminantes (Swan et al, 2005; Swan, 2008). Um outro estudo, divulgado em 2006, também revelou que as doses diárias de ftalatos a que os bebês anormais e suas mães estiveram expostos, estavam abaixo dos limites fixados pela legislação americana, demonstrando que a regulamentação para a exposição a estas substâncias deveria ser revista (Marsee et al, 2006).



Também foi encontrada correlação estatisticamente significativa entre a presença de resíduos de ftalatos na urina de homens adultos, com a obesidade e a resistência à insulina (Stahlhut et al, 2007).



Em decorrência dos relatos científicos, na União Européia e nos Estados Unidos foi proibido o emprego de DEHP, DBP e de BBP na fabricação de brinquedos e de materiais para uso infantil, e também de DiNP, DnOP e DiDP em brinquedos direcionados para crianças com menos de três anos (Schettler et al, 2006).
 
Filtros solares... (continua)

FIM DA SEGUNDA PARTE

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