Preparem-se: a história do incinerador está de volta!
Ana Echevenguá
Mais uma empresa de incineração está invadindo Santa Catarina. Segundo um periódico de Criciúma1, a espanhola Azahar apresentará, ao empresariado da região sul, como produzir energia queimando lixo.
Puxa, isso virou moda (ou praga) no Brasil! O marketing falacioso do ‘no health impact’ dessas empresas está de braços dados com os interesses politiqueiros; até o pseudo-verde Fernando Gabeira defendeu publicamente queima de lixo.
E sabem o porquê da invasão? No primeiro mundo, já foi comprovada a letalidade do incinerador de resíduos. Com isso, os donos desse maquinário querem implantá-lo no Brasil e demais países sul-americanos, onde o povão só quer saber da Copa do Mundo e das novelas globais.
Bom, no meu entender, isto é mais uma política homicida aplicada ao terceiro e quarto mundo. Afinal, esses monstrengos jogam no ar o famoso “agente laranja”, cujos efeitos danosos foram vistos durante a guerra do Vietnã.
Recentemente, o prefeito de Criciúma viajou para o Velho Mundo e visitou empresas de tratamento de lixo. Talvez tenha se tornado um apoiador dessa tecnologia e pretenda resolver o problema do lixo da sua cidade incentivando a implantação de usinas de geração de energia que utilizam resíduos como combustíveis.
Cuidado, prefeito! Talvez esta alternativa não seja aceita pelo contribuinte. Criciúma já foi alvo de um incinerador. Mas, na época, os moradores disseram ‘não’. E criaram a Lei 4.924/20062 que proíbe a instalação desses em seu território.
A sociedade, quando se organiza, pode mudar os rumos da história! E Criciúma, com certeza, não vai aceitar essa tentativa de implantação de um incinerador na sua cidade.
É preciso dizer ‘não’ novamente! Sair pras ruas, bater panelas, chamar a tv, pedir socorro pra Polícia, pro Ministério Público…
Enfim, vale tudo pra enxotar esses cretinos que querem vender tecnologia que espalha doença e morte à sua volta.
Aos poucos, é possível mudarmos a cultural local, que segundo o professor Mario Guadagnin, ainda “é de poluir e dispersar, sem pensar no futuro da região. Este é um mal que padece todas as cidades e regiões onde a exploração extrativista está presente. Em primeiro lugar, está a apropriação dos recursos naturais, a exploração até a exaustão e a socialização do prejuízo ambiental para a coletividade”.
1 - http://www.jmnet.com.br/edicoes/13_05/index.htm
2 - http://www.famcri.sc.gov.br/index.php?id=legislacao_municipal
Ana Echevenguá, advogada ambientalista, presidente do Instituto Eco&Ação e-mail: ana@ecoeacao.com.br, website: http://www.ecoeacao.com.br.
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