Para não ficarmos repetitivos, vamos dizer que somos apenas mais um dos milhões de palpiteiros, que em épocas de Copa do Mundo, tira uma de técnico e na pior das hipóteses, comentarista de futebol. Se até o Neto é, como não podemos ser?
Futebol, esporte este, que é manipulado em todos os sentidos, tornando-se fonte de rendas bilionárias para seus donos. Quando éramos bem mais novos nos perguntávamos porque a sede da toda-poderosa FIFA ficava em Lausanne na Suíça. Agora, bem mais maduros, temos a explicação, ouvindo dizer que os maiores paraísos ficais são Brasil e nossa Suíça, cuja seleção teve a ousadia de bateos aguerridos espanhóis.
Essa afirmativa deve ser real, pois o país europeu é afamado pelo rigoroso sigilo, que cerca as contas de seus depositantes, a FIFA entre eles e o Brasil é o país onde pratica-se os maiores juros básicos do mundo e faz vistas grossas ao capital que aqui circula livremente.
Juntas por terem muita afinidade, FIFA, como zelosa guardiã da arrecadação milionária do futebol, uniu-se à CBF para descartar a possibilidade do Morumbi, o estádio do São Paulo Futebol Clube, ser palco de partidas do mundial.
O que concordamos plenamente. Porquê não imitarmos o exemplo do Rio nos Jogos Panamericanos? Somos ricos milionários, então, superestimamos os gastos para sediar uma Copa e construímos um estádio em Itapevi na Grande São Paulo, ou outro lugar parecido e no final do grande evento esportivo, doamos o estádio ao Corinthians, por exemplo, que apesar ter grandes administrações e arrecadações, no transcorrer de sua história não conseguiu nada além do que um Parque São Jorge?
Mataríamos dois coelhos com uma só cajadada e afinal, como diriam os boleiros, o que se perde na bola, ou jabulane como preferirem, ganha-se no tapetão.
Dizem os colegas que estão na África do Sul, que a FIFA vetar o Morumbi é piada de mau gosto, tendo em vista os estádios sul-africanos.
Desviamo-nos um pouco do tema principal, apenas para transmitir uma idéia que não é só nossa, mas de toda a chefia da delegação brasileira que está na África. Dos cofres públicos sairia a solução para os problemas corinthianos.
Uma solução salomônica, o Brasil inteiro iria dar ao Corinthians um estádio que sua torcida inteira, despendendo seu rico dinheirinho e não consegue.
Mas, voltemos a este patrimônio, que de nacional não tem muito, chamado de seleção brasileira, que a cada Copa apresenta a mesma ladainha.
Toda convocação é igual. O Brasil deve ter seguramente, mais de vinte mil times de futebol no qual jogam centenas de milhares de brasileiros.
É uma novela para o técnico escolher entre esses centenas de milhares, vinte e três atletas, cujo primeiro requisito seja: jogar no exterior. E o leitor deve estranhar, mas não. Este requisito atende sobretudo aos empresários, pois jogador selecionado é valorizado no mercado internacional e é o que importa no mundo do futebol.
A questão do número de jogadores e times no Brasil, muito se parece com a questão educacional universitária. Temos mais de mil faculdades, que formam apenas técnicos, que o mercado não consegue absorver. Não há laboratórios, não há pesquisa e não há invenção, o que torna o país dependente de capitais e patentes estrangeiras. Não fazemos gols, que nos garantam o Primeiro Mundo por falta de letras.
Ganhamos em quantidade, mas a qualidade é medíocre.
O que é pior, como na seleção não temos inovação por falta de pesquisa eimitamos Dunga, que regrediu convocando o mesmo time que foi derrotado em 2.006 e dele ainda excluindo Ronaldo, Ronaldinho, Cafu e Roberto Carlos, montando um time que tem a maior média de idade desta Copa. Esqueceu-se de uma lição já há muito apreendida, time com média de idade muito elevada não agüenta dois tempos de jogo.
Da mesma forma que nos esquecemos, que país que não aplica em pesquisa, inovação e invenção tem vôo muito curto e futuro mais ou menos previsível, não saindo da terceira divisão e é lá que estamos e lá que ficamos.
Luiz Bosco Sardinha Machado, advogado e jornalista
Nenhum comentário:
Postar um comentário