com Redação
Lula defenestra presidente da estatal e coloca aliado de Tadeu Filippelli no lugar.
Inconformado com uma série de problemas numa empresa que já foi símbolo de eficiência, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva demitiu ontem o presidente dos Correios (ECT), Carlos Henrique Custódio. Para o seu lugar, a ministra-chefe da Casa Civil, Erenice Guerra(1), emplacou o braço direito do presidente do PMDB do Distrito Federal, Tadeu Filippelli. A nomeação do engenheiro David José de Mattos, atual secretário-geral da Novacap, deve ser publicada hoje no Diário Oficial da União (DOU). A diretoria da empresa federal também será modificada.
“Foi uma necessidade de oxigenar os Correios. O governo entendeu que era hora de dar uma nova administração, dar possibilidade de a empresa continuar de forma mais normalizada”, justificou o ministro das Comunicações, José Artur Filardi. Segundo ele, os atrasos nas entregas de encomendas e a dificuldade na realização de concurso para a estatal contribuíram para a saída. A companhia emperrou a licitação para a renovação das franquias, o que levantou suspeitas da oposição de que o atraso teria sido proposital — a intenção seria manter as licenças de pessoas ligadas a peemedebistas.
Os atuais franqueados estão trabalhando irregularmente. Outro problema é a dívida de R$ 1 bilhão que a ECT tem com o fundo de pensão de seus funcionários, o Postalis. Protegido do líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), Custódio caiu em desgraça de vez depois que os Correios lançaram um sistema para ajudar candidatos nas próximas eleições a usar o serviço de mala direta. A Casa Civil não gostou do site na internet, que chegava a dar conselhos de como os postulantes a cargos políticos deveriam se aproximar dos eleitores. Ontem, ele se disse “surpreso” com a demissão.
Quando Filippelli, candidato a vice na chapa de Agnelo Queiroz (PT) ao governo do DF, foi chefe da Agência de Infraestrutura e Obras, Mattos era seu adjunto. Ele era nome certo para a Secretaria de Obras na administração de Rogério Rosso, mas seu grupo político se desentendeu com o governador. “Minha indicação foi técnica”, disse ao Correio. Lula também afastou o diretor de Gestão de Pessoas dos Correios, Pedro Magalhães, irmão do deputado João Magalhães (PMDB-MG), envolvido no Escândalo das Sanguessugas. Ele será substituído por Nelson Oliveira de Freitas, ligado ao Ministério do Planejamento.
1 - Ligação pessoal
Encarregada pelo presidente Lula de encontrar um substituto para Custódio, a ministra-chefe da Casa Civil, Erenice Guerra, fez o convite a David José de Mattos há uma semana. O engenheiro tem antigas relações pessoais com a ministra desde a época em que ambos trabalharam na Eletronorte. Mattos foi chefe de um departamento da companhia no período em que Erenice trabalhava numa outra divisão. Quando apresentou o nome a Lula, ouviu como resposta: “Se ele é homem de sua confiança, é da minha confiança também”. Entre outros cargos ocupados no governo do DF, Mattos chefiou a Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento (Adasa).
Nota da Redação
O governo Lula e os Correios principalmente parece que nasceram fadados a assistir escândalos e denúncias de corrupção. Em 2.005, os Correios eram feudo político do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), que indicara seu presidente Mauricio Marinho, que foi pego em filmagens clandestinas exigindo e obtendo vantagens pecuniárias, ditas propinas, de fornecedores da estatal.
Roberto Jeferson, então presidente do PTB saiu em defesa de seu apadrinhado, desencadeando o chamado "escândalo do mensalão", pelo qual o empresário e publicitário mineiro Marcos Valerio repassaria dinheiro para deputados da base aliada em troca de apoio nas votações de interesse do governo.
Com as denúncias, quase que a cúpula inteira do Partido dos Trabalhadores, ao qual pertence o presidente Lula, foi processada e cassada.
Segundo o Senador Artur Vergilio (PSDB/AM) o impeachment de Lula chegou a ser cogitado, idéia que não foi levada adiante pelos riscos institucionais que o país correria.
Inconformado com uma série de problemas numa empresa que já foi símbolo de eficiência, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva demitiu ontem o presidente dos Correios (ECT), Carlos Henrique Custódio. Para o seu lugar, a ministra-chefe da Casa Civil, Erenice Guerra(1), emplacou o braço direito do presidente do PMDB do Distrito Federal, Tadeu Filippelli. A nomeação do engenheiro David José de Mattos, atual secretário-geral da Novacap, deve ser publicada hoje no Diário Oficial da União (DOU). A diretoria da empresa federal também será modificada.
“Foi uma necessidade de oxigenar os Correios. O governo entendeu que era hora de dar uma nova administração, dar possibilidade de a empresa continuar de forma mais normalizada”, justificou o ministro das Comunicações, José Artur Filardi. Segundo ele, os atrasos nas entregas de encomendas e a dificuldade na realização de concurso para a estatal contribuíram para a saída. A companhia emperrou a licitação para a renovação das franquias, o que levantou suspeitas da oposição de que o atraso teria sido proposital — a intenção seria manter as licenças de pessoas ligadas a peemedebistas.
Os atuais franqueados estão trabalhando irregularmente. Outro problema é a dívida de R$ 1 bilhão que a ECT tem com o fundo de pensão de seus funcionários, o Postalis. Protegido do líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), Custódio caiu em desgraça de vez depois que os Correios lançaram um sistema para ajudar candidatos nas próximas eleições a usar o serviço de mala direta. A Casa Civil não gostou do site na internet, que chegava a dar conselhos de como os postulantes a cargos políticos deveriam se aproximar dos eleitores. Ontem, ele se disse “surpreso” com a demissão.
Quando Filippelli, candidato a vice na chapa de Agnelo Queiroz (PT) ao governo do DF, foi chefe da Agência de Infraestrutura e Obras, Mattos era seu adjunto. Ele era nome certo para a Secretaria de Obras na administração de Rogério Rosso, mas seu grupo político se desentendeu com o governador. “Minha indicação foi técnica”, disse ao Correio. Lula também afastou o diretor de Gestão de Pessoas dos Correios, Pedro Magalhães, irmão do deputado João Magalhães (PMDB-MG), envolvido no Escândalo das Sanguessugas. Ele será substituído por Nelson Oliveira de Freitas, ligado ao Ministério do Planejamento.
1 - Ligação pessoal
Encarregada pelo presidente Lula de encontrar um substituto para Custódio, a ministra-chefe da Casa Civil, Erenice Guerra, fez o convite a David José de Mattos há uma semana. O engenheiro tem antigas relações pessoais com a ministra desde a época em que ambos trabalharam na Eletronorte. Mattos foi chefe de um departamento da companhia no período em que Erenice trabalhava numa outra divisão. Quando apresentou o nome a Lula, ouviu como resposta: “Se ele é homem de sua confiança, é da minha confiança também”. Entre outros cargos ocupados no governo do DF, Mattos chefiou a Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento (Adasa).
Nota da Redação
O governo Lula e os Correios principalmente parece que nasceram fadados a assistir escândalos e denúncias de corrupção. Em 2.005, os Correios eram feudo político do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), que indicara seu presidente Mauricio Marinho, que foi pego em filmagens clandestinas exigindo e obtendo vantagens pecuniárias, ditas propinas, de fornecedores da estatal.
Roberto Jeferson, então presidente do PTB saiu em defesa de seu apadrinhado, desencadeando o chamado "escândalo do mensalão", pelo qual o empresário e publicitário mineiro Marcos Valerio repassaria dinheiro para deputados da base aliada em troca de apoio nas votações de interesse do governo.
Com as denúncias, quase que a cúpula inteira do Partido dos Trabalhadores, ao qual pertence o presidente Lula, foi processada e cassada.
Segundo o Senador Artur Vergilio (PSDB/AM) o impeachment de Lula chegou a ser cogitado, idéia que não foi levada adiante pelos riscos institucionais que o país correria.
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