MARINA

Má li esse poema umas dez vezes. Foi a coisa mais bonita que já fiz. Andei trocando umas palavras, corrigindo vou mandar de novo prá vc montar um slide vou mandar imprimir e mando p/ vc pelo correio MARINA No ambiente amplo Paredes brancas, Iluminado por uma Réstia de luz Qu’escapava esguia Por cortina balouçante, Uma marina deslumbrante, Com mares azuis, tal Olhos de uma diva. O píer branco qual Espumas das ondas O conjunto enfeitando. Barcos que partiam E chegavam Se quem ia ou voltava Não sei se ria Ou só chorava. Ah! como amava Esta marina que, De amor minha Vida povoava 22.03.09 LUIZ BOSCO SARDINHA MACHADO ........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................ QUEM SOU EU MARINA SILVEIRA- PROFESSORA, TECNÓLOGA AMBIENTAL E ESPECIALISTA EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL

sábado, 31 de julho de 2010

F-1: entenda por que Massa não tem mais vez

Veja como funcionam as
'mutretas' da Fórmula 1

Antes, este e-mail urgente a Felipe Massa: não adianta você dizer agora que não vai mais dar passagem a Fernando Alonso nem que vai voltar a vencer. Doravante, sua Ferrari estará menos rápida ainda que a dele. 

Você não vai ter mais como conseguir melhor tempo que Alonso tanto nas tomadas para a largada quanto nas corridas.

 Não virão mais "ordens" dos boxes, a não ser em último caso. Não se iluda se conseguir uma vitória aqui, outra ali. Você só irá receber carro em igualdade de condições ao de Alonso se isto for de extrema necessidade para a equipe, como no caso de Alonso não estar bem numa ou outra prova e a Ferrari precisar pontuar com os dois, para melhorar sua posição na classificação tanto do Mundial de Pilotos quanto do de Construtores. 


Ou se, para demonstrar não haver 'mutreta' na Fórmula 1, a Ferrari possibilitar a você uma ou outra vitória, desde que não interfira na pontuação de Alonso, como aconteceu com Rubinho e Button em 2009. Agora não dá para fazer mais nada, tudo está perdido. Lamento.

Vamos então às mutretas
da Fórmula 1 que a mídia
jamais irá divulgar

Não adianta, a Fórmula 1 é hoje um mega-negócio, restrito aos europeus. Tornou-se essa farsa que aí está, jogo de cartas marcadas.

 A farsa funciona assim: o piloto sai atrás de patrocinadores e, dependendo da grana que consegue, "compra" a equipe e também a condição de piloto número um. É o que aconteceu com Schumacher, e agora está acontecendo na Ferrari com Fernando Alonso, que hoje é praticamente o dono da escuderia: está pondo fortunas lá dentro (Santander, Shell etc.) para ganhar o Mundial e também para bater o recorde de sete conquistas de Schumacher. 

A Espanha toda está ajudando Alonso nisso, seja com apoio financeiro, seja com reza braba. Quer desbancar a Alemanha na Fórmula 1. Nessa, Massa é só escada.

Como é que isso acontece? Assim. Tão logo o piloto "compra" a equipe, esta trata de privilegiar seu "novo dono", no caso da Ferrari, Alonso. Foi o que vimos com muita clareza desde o início da atual temporada. Como ele era o "novo dono" --- "Paguei para isso, meu caro", diz ---, o espanhol passou a fazer o que bem entende na equipe. Em troca, a equipe fará o que puder para favorecê-lo.

A temporada de 2010 começou justamente assim: a Ferrari preparando ardilosamente terreno para que Alonso ficasse desde o início à frente de Massa, seja nas tomadas de tempo, seja nas provas. Foi dando sempre carro superior para Alonso, principalmente nas tomadas de tempo, com o que o espanhol foi se dando melhor desde o começo. Nas poucas vezes em que Massa se deu melhor que Alonso, o espanhol o atropelou e passou por cima do brasileiro com a máxima autoridade. E, como é hoje o "dono do pedaço", tem todo direito, durante a corrida, de dizer "isso é ridículo" quando Massa não lhe dá passagem. Isto é ter espírito de equipe.

É assim há mais de quinze anos, desde a morte de Ayrton Senna. Por isso, é certo que nenhum brasileiro ganhará o Mundial tão cedo, pelo menos até aparecer uma "autoridade" financeira para "comprar" a equipe a ponto de conseguir ditar ordens e fazer de seu piloto o número um. Como se vê, é uma guerra do capital, ou melhor, de quem dá mais, e nossos pilotos não têm posses nem cacife para tanto.

Daí que Felipe Massa, apesar de ser mais rápido e melhor piloto que Alonso (a diferença é pequena, mas existe a favor do brasileiro), pode tirar o cavalo da chuva: não alcança mais Fernando Alonso nesta temporada. A não ser que Alonso venha a errar mais do que anda errando e não dê mesmo conta do recado ou seu carro sofra quebras, abandone as corridas por acidente, o que o valha.

Ainda mais agora que tivemos esse episódio com Massa (que desmascarou a Fórmula 1), o espanhol vai levar vantagem em tudo, principalmente nos bastidores. Será também favorecido nos pit stops até o fim da temporada. Se por acaso Massa estiver na frente dele numa corrida, vai ser ultrapassado na troca de pneus, quando não durante a corrida, quando então teremos novas encenações. Vem aí, portanto, o novo rei dos pit stops, tirando a coroa de Schumacher, que fazia o mesmo em relação a Rubinho e se revelou o "gênio dos pit stops".

Nas corridas, se estiver na frente, Massa passará a dar a impressão de que seu carro está perdendo potência ou de que Alonso "está mais rápido que ele" (a exemplo da fatídica "ordem" que saiu dos boxes). Nesses momentos, Alonso passará, por sua vez, a falsa impressão de que é, mesmo, melhor piloto que o brasileiro, enganando novamente os fãs de Massa. E vamos que vamos.

Se isto que levanto agora não fosse verdade, eu não teria feito esse mesmo prognóstico antes de começar a atual temporada e também no início dela. Principalmente depois que Alonso começou o Mundial com aquela vitória no Bahrein, dando pinta de que seria campeão, denunciei tudo isso aqui. Prognostiquei, inclusive, que a Ferrari teria, a partir de então, argumentos mais do que suficientes para vir, dali em diante, a favorecer o piloto espanhol, concedendo-lhe, já naquele início de temporada, a condição de piloto número um.

Veja esse trecho de artigo meu escrito logo após a vitória de Alonso no primeiro GP: "Em suma, tudo pesa agora contra Massa, que vai ter de correr o ano inteiro sob esta forte e intensa pressão, que é derrotar seu companheiro de equipe e toda a Ferrari, enquanto Alonso correrá mais tranqüilo, consciente de que já pode sorrir, pois receberá todo apoio necessário. Atenção, caro leitor: doravante, Massa só passará de Alonso na atual temporada se o espanhol sofrer acidentes ou enfrentar mais problemas com seu carro do que Massa."

Enfim, a Fórmula 1 é isso que aí está. Uma vez que essa é a regra do jogo, Alonso tem todo o direito de dar ordens e Massa a obrigação de cumprir ordens. Se a Ferrari não apostar todas as suas fichas em Alonso e não favorecê-lo enquanto puder, perde o patrocínio, por exemplo, do Santander, e aí dança na Fórmula 1.

O grande problema, agora, é que o feitiço está virando contra o feiticeiro. Os grandes patrocinadores de Alonso, como o Santander, não gostaram nadinha do que viram. Muito menos, a Fiat, dona da Ferrari, e a Shell, parceira de todas as horas. O saldo do episódio Massa/Alonso foi, além de denegrir ainda mais a imagem da Fórmula 1, uma grita geral contra as três multinacionais, inclusive de boicote a seus produtos. Ora, os patrocinadores financiam os pilotos porque querem aumentar suas vendas, não derrubá-las.

O lance Massa/Alonso desagradou mais ainda à mídia que cobre a Fórmula 1. Ela hoje é sócia do grande negócio, razão pela qual esconde toda a sujeira. Defende e protege com unhas e dentes sua galinha dos ovos de ouro, mas não gosta quando vê uma cena dessas derrubar assim a categoria e seus patrocinadores, e trata logo de apontar culpados. Desta vez, foram a Ferrari, Alonso e Massa, o que nos leva a acreditar em forte punição.

Mas nem isto deverá favorecer Massa. Apenas obrigará a Ferrari a ser mais cautelosa, no seu papel de uma das principais protagonistas dessa farsa em que se transformou a Fórmula 1. Com toda a tecnologia de que dispõe hoje a categoria, é muito fácil, às equipes, controlar a potência dos carros, não deixando que um piloto seja mais rápido que outro. A Ferrari vinha apenas errando na dose, agora vai corrigir isso. Ou seja, vai mudar para que tudo continue como era.

Felipe Massa --- e todos os pilotos que estão nessa mesma situação --- tem consciência disso e sabe que prosseguirá obrigado a andar na linha e a cumprir "ordens". O piloto brasileiro acaba de renovar contrato com a Ferrari, totalmente consciente dessa sua situação. Assinou o contrato com a conhecida "Cláusula Barrichello", em que se "compromete" a ser o número dois e a dar passagem ao número um, sempre que necessário. Portanto, sabe que já dançou pelos próximos anos, até o dia em que sair da Ferrari ou tiver cacife para comprá-la.

O que vai acontecer daqui para frente está bem claro. A Ferrari agora (já a partir deste GP da Hungria) vai tratar de disfarçar melhor essa encenação toda em que se transformou a Fórmula 1. Por exemplo, vai procurar acertar na dose, quando for para dar a Massa carro menos potente que o de Alonso.

Já vinha sendo assim, mas a escuderia estava errando na dose, como já disse. Os carros dados a Massa ainda não eram suficientemente inferiores aos dados a Alonso. E o brasileiro, por ser melhor piloto que o espanhol, conseguia, assim mesmo, ser mais rápido algumas vezes, como aconteceu no último e polêmico GP da Alemanha.

Acontece que a Ferrari vai ser obrigada, em determinadas situações, a dar carros em igualdade de condições para os dois pilotos, pelos motivos que já vimos aqui. É por essa brecha que Massa pode entrar, para, se não conseguir fazer bonito, ao menos demonstrar que é, mesmo, melhor que Alonso. Massa já provou isto nas pistas, mas não o suficiente para os fãs perceberem e reconhecerem.

Por essa razão, o brasileiro corre sério risco de --- ao contrário de Alonso, que já foi campeão mundial duas vezes --- passar para a história como o novo "pé-de-chinelo" e "o eterno vice", seguindo os rastros de Rubinho.

A única saída dos pilotos brasileiros na Fórmula 1 é a de, nas próximas temporadas, conseguir patrocinadores de peso que banquem uma "compra" de toda a equipe, o suficiente para que o piloto já comece a temporada como piloto número um (vale lembrar, isto é sempre velado ao público, obviamente).

Para tanto, precisaríamos de um piloto que já tivesse conquistado títulos, como Ayrton Senna, que conseguia encher os cofres das equipes pelas quais corria, não só com as vitórias, pois era mesmo grande piloto, mas com patrocinadores que ele atraía, pelo grande campeão que era. Será que teremos de novo alguém com tanto cacife assim?

 Abraços a todos, Tom Capri.





Um comentário:

Capelati disse...

Poisé, pessoal, há muito tempo que as regras do esporte em geral são ditadas pelo capital, em detrimento da competição.

É uma pena, pois quem perde é o público - como sempre, "Massa de Manobra" (perdoem o trocadilho): paga ingressos, paga pra assistir, paga impostos, e compra os produtos...

Essa coisa vergonhosa da Formula 1 só se resolveria se cada piloto, a exemplo da Indy e Nascar (se não me engano), tivesse seus próprios patrocinadores, ou seja, 2 times independentes dentro de uma mesma escuderia.

Bom, pelo menos me serve de consolo: enquanto essa lenga-lenga continua, tenho mais um motivo pra acordar um pouco mais tarde no domingo.