Veja Errata ao final
Duas passagens deixaram bem claro a serviço de quem está grande parte dos que deveriam ser os representantes do povo, que muito oneram os cofres públicos e hipoteticamente estariam em Brasília a serviço de quem lhes paga.
Discursava o Deputado Ivan Valente (PSOL/SP) contra o relatório do deputado comunista, quando olhou fixamente para ele afirmando não compreender o que moveria o colega em sua defesa estóica de uma legislação absurda que contraria os interesses populares, que historicamente deveria defender.
A TV Câmara foi de uma felicidade incrível, pois apanhou em close e quase que simultaneamente a “cara de esfinge” do Deputado Rebelo.
Lógico que Ivan Valente e grande parte da mídia tem noção precisa de que e a quem serve o deputado comunista.
Se não tem, desconfia. Nos últimos meses, corruptelas de cidades do interior paulista, todas elas com menos de cinqüenta mil habitantes, dominadas pelos novos coronéis de engenho, tal qual os encontrados no século retrasado no Nordeste brasileiro, apressaram-se a outorgar “títulos de cidadão” a tal ilustre deputado, que nunca esteve em nenhuma delas, nem quando presidente da União Nacional dos Estudantes ou fazendo proselitismo ideológico pela “Juventude Comunista”.
Outra passagem emblemática foi protagonizada pelo deputado Maldaner (PMDB/SC), que no meio de sua fala em defesa ardorosa de um novo Código Florestal, mudou os rumos de seu tema e passou a desancar o Instituto Chico Mendes, órgão do Ministério do Meio Ambiente e ambientalistas contrários à concessão de licença para a construção de um porto em área de manguezais no litoral catarinense. Estranha intervenção no bojo de uma discussão, que não envolvia a rigor legislação ambiental.
Estranha, mas não muito. O deputado referia-se ao porto de Ibituba, de interesse de Eike “OSX” Batista, que coincidentemente é um dos maiores infratores da legislação ambiental brasileira, acumulando multas superiores a cem milhões de reais, que o relatório Rebelo pretende perdoar com a vigência de um novo Código.
Já dizia Delfim Neto, campeão de denúncias à sua época, que ninguém está em Brasília a passeio, todos estão por interesse e quem paga por isso é o povo.
Este governo não teve e não terá interesse algum em promover uma reforma política para alterar este estado de coisas, pois faz parte desse sistema.
Mas enquanto não se inventa um rastreador para perseguir os ínvios caminhos pelos quais transita o dinheiro e o interesse público, que tal exigir dos candidatos à presidência da república o compromisso de promover uma simples alteração na legislação eleitoral, obrigando os eleitos para cargos públicos a divulgar nos meios de comunicação, a origem das verbas que financiaram sua campanha e paralelamente vedar que o eleito participe de votações, que envolvam direta ou indiretamente os financiadores de sua campanha? Poderia até fazer lobby e discursar a favor, mas como parte interessada estaria impedido de votar.
A perdurar o sistema vigente, com uma constelação de esfinges controlando o sistema político nacional, estaremos fadados a continuar sendo o povo que carrega as pedras, que constroem as pirâmides ao estalo dos chicotes dos feitores de sempre.
Luiz Bosco Sardinha Machado, advogado e jornalista
Alerta-nos e com razão, o leitor Francisco Odebrecht para:
Alerta-nos e com razão, o leitor Francisco Odebrecht para:
Uma correção referente à pretensão do Eike Batista.
Na verdade não é um porto, mas sim um estaleiro a ser construido em Biguaçu, vizinho de Florianópolis no lado continental.
Abraço
Francisco Odebrecht
Timbó/SC
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