MARINA

Má li esse poema umas dez vezes. Foi a coisa mais bonita que já fiz. Andei trocando umas palavras, corrigindo vou mandar de novo prá vc montar um slide vou mandar imprimir e mando p/ vc pelo correio MARINA No ambiente amplo Paredes brancas, Iluminado por uma Réstia de luz Qu’escapava esguia Por cortina balouçante, Uma marina deslumbrante, Com mares azuis, tal Olhos de uma diva. O píer branco qual Espumas das ondas O conjunto enfeitando. Barcos que partiam E chegavam Se quem ia ou voltava Não sei se ria Ou só chorava. Ah! como amava Esta marina que, De amor minha Vida povoava 22.03.09 LUIZ BOSCO SARDINHA MACHADO ........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................ QUEM SOU EU MARINA SILVEIRA- PROFESSORA, TECNÓLOGA AMBIENTAL E ESPECIALISTA EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL

domingo, 31 de outubro de 2010

A MORTE MODERNA

José Boneshttp://i1.r7.com/data/files/2C92/94A4/25EF/5C28/0125/EFD8/FF73/3DB3/angra-velorio2-ae-g.jpg

 
Antigamente era simples morrer. Eu me lembro que a morte era geralmente uma batida de carro, um velório, um caixão, uma sepultura e só. Claro; choros, risos, piadas, flores, cafézinhos ...

Morre um primo e vou ao enterro. Por motivos de trânsito, falta de tempo, agenda lotada, etc. não posso ir ao velório. Vou só ao enterro. E, pensando bem, eu prefiro só enterro. Acho mais significativo, mais terminal.

Era toda uma intimidade de primos, tios e lembranças. Corria normalmente quando explode no cemitério uma comissão sindical. Veio homenagear o morto. Era composta de uns cem elementos bastante toscos. Parêntesis. O sindicalista é sempre um tosco. Um sujeito arranca sei lá de onde uma bandeira de sindicato, joga-a sobre o caixão e começa a babar sobre o defunto um discurso igualmente tosco. Fala sobre coisas mortas; sindicalismo, socialismo e outros ismos mais. E assim, a morte íntima e familiar virou comício de esquerda.

Mas o que eu queria dizer é que não existe o socialista, o esquerdista simples. O socialista, o petista, é sempre ele e um discurso, ele e uma comissão de companheiros, ele e uma justificativa esfarrapada qualquer. Porque eles não podem existir simplesmente, individualmente ? Porque o esquerdista não se satisfaz a si mesmo ? Porque a comissão ?

A resposta está na morte. O socialismo morreu há vinte anos. Deu seu último suspiro em Berlim. Mas o cadáver ainda não se deu conta da própria morte. Fica andando por aí, apodrecendo em público. Num dia cai-lhe um dedo, no outro uma mão inteira, no outro um olho. Mas ele insiste. Continua perambulando e exalando o mau cheiro de Josef Stálin, de Mao Tse Tung e de Fidel Castro.  

E porque perde os pedaços por aí, precisa sempre de uma comitiva que o siga e que vá catando e remendando suas podriqueiras todas. Daí as comissões, os sindicatos, os companheiros. Os esquerdistas, os lulopetistas, na verdade são uma irmandade de coveiros misturados com taxidermistas e lixeiros. Juntos eles conseguem segurar os pedaços do corpo putrefato do socialismo e manter, ou pelo menos tentar manter, as aparências.

Estão sempre em comissão, discursando, babando sua ignorância histórica. E em última análise, avacalhando até os velórios e enterros.

Tenho muita saudade da morte antiga !

Vá em paz Ricardo ...
 
Belo Horizonte, 11/06/2.008

Nenhum comentário: