A noticia divulgada pelo site WikiLeaks, que está fazendo tremer potências e outras nem tanto, revelando documentos secretos do Pentágono (cérebro do governo americano), de que a empresa têxtil mineira Coteminas usou a estrutura do governo, Itamarati, o Ministério das Minas e Energia, com ministro Lobão à frente, para realizar acordos mercantis com os americanos, não chega a ser bem uma novidade.
A Coteminas beneficiária de um desavergonhado tráfico de influência, como o vindo à luz pelas mãos de Julien Assange é por não-coincidência de propriedade da família Gomes da Silva, que tem como membro mais conhecido, o ex-vice-presidente José Alencar.
Como o Governo Lula foi uma verdadeira ação entre amigos, isto permitiu à Coteminas protagonizar lances duvidosos, que cheiravam mal, pois acima de tudo imorais e ilegais, quando sabemos que o governo existe para servir ao povo e não a grupelhos que fazem do poder uma extensão de suas casas e de seus negócios.
A Coteminas já estivera envolvida em lances nebulosos, que gozavam da complacência do governo de Lula, que passou os oito anos “não sabendo de nada”. Portanto,a denúncia do WikiLeaks era mais ou menos esperada.
De uma feita, o governo precisava de fardas de camuflagem para suprir as Forças Armadas. Concorreram a catarinense Carlos Renaux, única fabricante do produto e a Coteminas, que iria importar da China. Desnecessário dizer que a família do ex-vice-presidente foi agraciada com tal contrato e os chineses agradeceram, pois os níveis de emprego no país subiram graças às nossas gloriosas Forças Armadas.
Quem não se recorda da importância e imponência de nossas Forças Armadas fazendo parte da Força de Paz que iria pacificar o Haiti, uma das nações mais miseráveis do mundo?
Tal atitude seria louvável, se não houvesse uma contra-partida. O pobre país teria de conceder isenção plena de impostos, para que a Coteminas montasse no Haiti, reconhecidamente um paraíso fiscal, uma zona de livre comércio para poder exportar para diversos países, Estados Unidos inclusive, com total isenção de taxas.
O dinheiro brasileiro iria apenas transitar pela ex-colônia francesa, indo ser gasto eventualmente na Suiça ou na Côte d’Azur, jamais no país caribenho.
Como no governo Lula tudo era permitido para os amigos e para a família do ex-presidente, usar e abusar do poder tornou-se uma regra corrente. Era normal dispor dos bens e rendas públicas como algo próprio a ser usufruido sem nenhum respeito e sem prestar contas a quem quer seja.
É bem verdade que a caótica legislação brasileira permite isso.
No entanto, terminado o mandato terminam as benesses e regalias com as quais brindam-se os políticos e o presidente e sua família em particular. Mas, como vivemos no país das irregularidades, Lula da Silva desfila impunemente em próprio das Forças Armadas em férias (por excesso de viagens inúteis ao exterior?) vedada para uso de civis, inclusive ex-presidentes e família,desafiando leis e normas que regem a matéria.
Como se isso não bastasse, o Itamarati num rasgo de extrema bajulação concede aos novos milionários Lulinha da Silva, filhos do ex, passaportes diplomáticos.
Rio Branco deve estar remoendo-se no túmulo, pois com tais passaportes os aquinhoados terão a prerrogativa de não ter que declarar o teor da bagagem que trazem do exterior e a daqui levam. Sonho de todo muambeiro que se preze.
Diante de fatos, no mínimos esdrúxulos surgem interrogações do tamanho do Brasil: o governo Lula acabou mesmo? Neste mar de irregularidades, que estamos afundados, a eleição, vitória e posse de Dilma foi mera encenação, como os oito anos de governo petista? Será Dilma uma nova rainha da Inglaterra, que reina, mas não governa?
As perguntas estão postas, façam suas apostas e boa sorte!
Luiz Bosco Sardinha, jornalista e advogado
Nenhum comentário:
Postar um comentário