MARINA

Má li esse poema umas dez vezes. Foi a coisa mais bonita que já fiz. Andei trocando umas palavras, corrigindo vou mandar de novo prá vc montar um slide vou mandar imprimir e mando p/ vc pelo correio MARINA No ambiente amplo Paredes brancas, Iluminado por uma Réstia de luz Qu’escapava esguia Por cortina balouçante, Uma marina deslumbrante, Com mares azuis, tal Olhos de uma diva. O píer branco qual Espumas das ondas O conjunto enfeitando. Barcos que partiam E chegavam Se quem ia ou voltava Não sei se ria Ou só chorava. Ah! como amava Esta marina que, De amor minha Vida povoava 22.03.09 LUIZ BOSCO SARDINHA MACHADO ........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................ QUEM SOU EU MARINA SILVEIRA- PROFESSORA, TECNÓLOGA AMBIENTAL E ESPECIALISTA EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL

segunda-feira, 14 de março de 2011

CARNAVAL DE NÚMEROS

Lula, Fernando Henrique e o carnaval de números




Guilherme Fiuza
Leitores desta coluna se manifestam de variadas formas, que vão da exaltação ao insulto. Na ala dos descontentes, a crítica mais frequente é que este signatário persegue Lula, Dilma e o PT: os mais suaves chamam o colunista de mal-humorado; os mais aguerridos acusam-no de estar a serviço da oposição. 
A coluna anterior apontava promiscuidade num encontro do ex-presidente Lula com o presidente do IBGE e um importante economista da Fundação Getulio Vargas. O economista da FGV, Marcelo Néri, não gostou do que leu e contestou o colunista.
Em homenagem à ala dos leitores que também não gostam do que leem aqui, vamos à resposta do economista – motivada especialmente pela seguinte frase da coluna anterior: “A redução da pobreza começou com o Plano Real, em 1994, mas os cortes da FGV não acham muita graça na pré-história do lulismo”.

Marcelo Néri escreveu: “Suas considerações são injustas e infundadas. Estou de pleno acordo com o ponto de que a pobreza começou a cair depois do Real. Na verdade, eu fui o primeiro pesquisador a detectar essa tendência”. Néri ressalta que foi recebido pelo então presidente, Fernando Henrique, para mostrar essas evidências, não vendo problema em ser recebido por Lula (não faz referência ao fato de Lula ser ex-presidente).
“Você me critica por demonstrar a queda da miséria dos últimos anos a partir de dados objetivos”, afirma Néri. “Eu acredito que, para qualquer um, especialmente no caso de um jornalista, a realidade, seja boa ou ruim, é para ser revelada.”
Entre outros dados, Néri destaca que seu grupo na FGV mostrou, em 2004, “não só a deterioração social ocorrida no primeiro ano da gestão Lula (2003), como a queda da miséria ocorrida em 2002 ao apagar das luzes do governo do Fernando Henrique. Nenhuma outra instituição teve a coragem de informar isto”.
Ele acrescenta que foi o primeiro a demonstrar, em 2005, a queda da desigualdade social de 2004 – tendência que se firmou nos anos seguintes.
Prezado Marcelo Néri:
Você sabe melhor do que eu o que se passa hoje na opinião pública brasileira quanto à percepção das administrações FHC e Lula. A campanha eleitoral foi toda pautada nisto: comparação entre indicadores dos dois governos. Como você disse, os números têm de ser mostrados. Mas, se não forem contextualizados, eles mentem, sim.
Pode não ser a sua intenção, mas a exibição dos dados de pobreza, emprego, renda, PIB etc. da Era Lula sustenta um projeto de hegemonia partidária por meios intelectualmente desonestos. Sem a devida contextualização, os números sugerem que Lula é competente e humano, e Fernando Henrique é incompetente e elitista. Você bem sabe que há um grave mal-entendido histórico hoje no Brasil sobre esse processo de recuperação econômica e sobre os méritos de cada projeto político nos resultados alcançados.
As bases estruturais de política econômica que sustentam todo o processo de redução da pobreza sumiram do mapa, aos olhos da opinião pública. A imensa maioria das pessoas (não só os pobres) acha que a vida melhorou porque Lula distribuiu Bolsa Família, crédito, PAC etc., uma série de premissas precárias – quando sabemos que, sem a reestruturação monetária e fiscal, feita no governo anterior, não haveria sequer orçamento para Bolsa Família.
Onde estão os estudos que evidenciem as origens macroeconômicas da redução da pobreza? Não te incomoda a percepção distorcida do eleitorado na comparação dos indicadores de FHC (ruína) e Lula (fartura)? Você consegue apresentar estatísticas que reforçam involuntariamente esse mal-entendido sem se sentir, pelo menos um pouco, responsável pelo esclarecimento dele?
Quanto ao seu encontro com Lula, sinceramente, em seu lugar eu não iria.
Publicado na revista “Época”

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