Volta-e-meia inventa-se neologismos para dizer algo, para o quê não se encontra a palavra apropriada que irá bem exprimir a nossa intenção.
Tomemos o governo Lula. Todos sabemos o pouco apego ao vernáculo do nosso grão-vizir, bem como o “descuido” no cumprimento de regras e obrigações já postas, que o torna um governo anacrônico, de mentalidade ultrapassada. O “cavernáculo” (caverna + vernáculo) cai bem para seu governo.
O ministro Jobim com sua farda de campanha, camuflada, como viu-se em sua visita ao devastado Haiti, dá bem o tom do governo Lula.
Do alto do conhecimento que deveria ter – foi ministro da Justiça de FHC – ou tem a obrigação de saber, que só usa farda das Forças Armadas seus componentes e mais usá-la, sem pertencer à Força respectiva é crime de falsidade ideológica. Pelo que se sabe, o governo Lula pode tudo, mas ainda não revogou o Código Penal e mais, o que vale pro Mané vale também pro ministro.
Efetivamente, não dá para entender o comportamento de Jobim, frustração ou o quê? Será satisfação de sentir-se autoridade, que a farda pode vir a representar? Ou algo perdido no tempo que volta-e-meia aflora? Só o ministro pode responder.
Como o chefe Lula não é muito de respeitar leis e convenções estabelecidas, a falta de compostura ministerial passa batida e vamos que vamos, criando incidentes diplomáticos no Haiti com os americanos, achando que lá também, como aqui, vale tudo e respeito a direitos e deveres é invenção de quem não tem o que fazer.
Pode-se argumentar que se trata de um deslize menor, que por causa dele, nem o dólar irá subir e nem Togo ou Argentina levantarão a Copa do Mundo. No entanto, a complacência com pequenos delitos, como é praxe no Brasil, dá origem a grandes crimes que também não são punidos. A ordem seria: exemplar tolerância zero com os membros do governo.
É uma questão de autoridade. Se não se tem para punir pequenos delitos, ter-se-á para punir os grandes? E se os membros do governo dão o exemplo, quem somos nós para não segui-los.
Em matéria de cumprimento de leis e direitos, o Brasil do século XXI só fala uma língua, o “cavernáculo”, que tem muito de caverna e pouco de vernáculo.
Não é de se estranhar que os deuses da natureza, que nossos milenares ultrapassados muito bem conheceram, estão se rebelando com enchentes, terremotos, secas, erupções vulcânicas e incêndios florestais. Saíram do esquecimento para tomar o lugar que um dia lhes pertenceu, para ver se começando de novo, os homens saiam das trevas que estão enfiados e falem outra língua mais inteligível. Cavernáculo é dose!
Com tanto conhecimento e avanço tecnológico, ainda nos rendemos a falsos líderes de mentalidade da idade da pedra, que fazem da “politiquinha” e do assistencialismo barato, que beneficia alguns com dinheiro de todos, sua forma de governar.
Enquanto nós pobres brasileiros curvarmo-nos ao obscurantismo político, cedendo espaço aos mesmos políticos, que repetem os mesmos argumentos, sistemas e modelos, nosso futuro mais aproxima-se do passado.
É do passado que vem mais um neologismo, horrível até de pronunciar, o casernáculo (CASERNA+VERNÁCULO) que Lula conhece muito bem, tendo passado incólume por ele e parece que ficou com saudades.
Luiz Bosco Sardinha Machado
COLUNA DO SARDINHA
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