No imenso picadeiro o trapezista planava como gracioso atobá, ou quem sabe, um falcão ou talvez um altivo condor.
Abaixo a platéia, a maior parte composta por crianças, observava extasiada, acompanhava os volteios, sem respirar. Nosso artista desafiava tudo o que é lei, até a da gravidade! Mas, seus músculos, não. Os músculos sabiam perfeitamente o que faziam e a cada suspiro da platéia, o malabarista tornava-se mais ousado, capaz de arrepiar até a estátua de Carlos Drumond de Andrade.
Como ousadia tem limite, como para tudo há, de repente a mão do trapezista escapou-lhe, indo ele estatelar na rede. O óhhhhhhh! foi constrangedor.
Quase ao mesmo tempo, surgiram quase como do nada, palhaços, que faziam rir a platéia, não permitindo que fato sério e grave como a queda do trapezista, ofuscasse aquilo que deveria ser um espetáculo. Tudo dentro de um enredo exaustivamente treinado e provado.
Do artista ficou-se sabendo apenas, que quebrara duas pernas, do desastre safando-se com vida. Mas, o espetáculo continuava.
Como a vida imita o circo, é perfeitamente crível que a ministra-chefe da Casa Civil, em visita a Minas troque Teófilo Otoni por Juiz de Fora, causando risos na platéia com a gafe.
Que o deputado federal Zaratini (PT-SP) fale em debate na TV Câmara, que a ministra é a grande “maestra” de não-sei-o-quê e diante da estupefação dos presentes, fez questão de frisar e repetir, maestra com todas as letras, talvez relembrando-se da descida gloriosa do louvado Fidel de Sierra Maestra.
Lula, como comandante-em-chefe da trupe, participou desse esquema coordenado para fazer rir o povo e desviá-lo de assuntos mais sérios.
Foi a Porto Alegre e preparou um verdadeiro coquetel de besteiras de mau-gosto para uma platéia selecionada para rir e bater palma. Adicionou cachaça, que é o que mais gosta e para horror das feministas, com ponto G, para cair em pererecas em extinção e finalmente, desancar ambientalistas e defensores do meio-ambiente, numa clara e nervosa demonstração que os protestos generalizados e ameaças do Ministério Público Federal de ir às instituições internacionais denunciar o governo dele Lula, acertaram bem no meio do ponto S do presidente.
Belo Monte, acertou-lhe o “S” e quebrou-lhe as pernas, num sinal de que nosso “maestro” passou dos limites, portanto, chame-se os palhaços.
Entretanto, não será com o movimento sem-graça de bobos da corte, dizendo besteiras sem nexo, que o movimento de protesto contra esta usina (Belo Monte) geradora de absurdos irá recuar. Aliás o grande mal do governo Lula é o excesso de bobos da corte sem graça e a ausência de um rei para rir de tais patetadas.
Desta trupe de teatro mambembe excluiu-se propositadamente o advogado-geral da União, por entendermos que ao ameaçar o Ministério Público Federal de processá-lo, caso tomasse alguma medida para barrar Belo Monte, disse uma coisa que queria dizer outra e disse outra, que queria dizer coisa e acabou não dizendo coisa com coisa.
Afinal, o Ministério Público, como fiscal da lei, existe para fiscalizar as instituições, o que inclui o próprio advogado-geral da União, que deve atuar dentro dos estritos limites da lei. Tomar medidas judiciais contra uma obra que é um verdadeiro atentado à nação brasileira, é sim, função e obrigação do MP. Já ameaçar outra instituição, caso ela cumpra seu dever, não é certamente atribuição do advogado-geral.
Num esforço que deve deixá-lo muito pouco à vontade, pois apenas está ressonando o que seu mentor determina - o presidente da república, o advogado-geral faz o que pode, não sendo culpado pelo pouco conhecimento dos meandros da lei que tem.
Isto apenas faz aumentar o óhhhhh! consternado da platéia, que não acredita no que está vendo neste país, que não tem muito do que rir e que prefere a “zorra”, “a praça” a estes atores e atrizes de desempenho medíocre.
Luiz Bosco Sardinha Machado
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