Recuperam as economias da América Latina e do Caribe
A grave recessão que varre os Estados Unidos refletiu na América Latina e no Caribe apenas em 2009, segundo o economista Manuel Lasaga, em reportagem do Miami Herald.
“A região suportou bem a tempestade da crise econômica mundial sem espirais inflacionárias, inadimplência, quebra de bancos, desvio de capital ou desvalorizações das moedas ocorridos no passado”, disse Lasaga, acrescentando que para a maioria a onda não foi suficientemente forte para derrubar ninguém.
Na mesma reportagem, Augusto de la Torre, economista chefe do Banco Mundial para a América Latina e o Caribe, disse que reformas institucionais e políticas ajudaram a criar um “sistema de imunidade econômico” para a região.
Após consolidar os lucros financeiros que tiveram início na metade do ano de 2009, a América Latina e o Caribe estão, de fato, vivendo um ano de crescimento, visto que suas economias devem crescer cerca de 5,2%, de acordo com a Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (CEPAL).
Quando a organização divulgou seu Estudo Econômico 2009-2010, a diretora executiva da CEPAL, Alicia Bárcena, anunciou que o crescimento regional tem sido maior do que o esperado.
O relatório de Lasaga explicou que a América Latina superou o efeito ao adotar políticas econômicas que faziam sentido, incluindo o corte de déficit, a reforma de bancos centrais, o aumento das reservas internacionais necessárias para compras internacionais e o gerenciamento para manter a inflação relativamente baixa.
Os ganhos, no entanto, não são regra geral e têm vencedores óbvios (Brasil, Peru, Uruguai e Panamá, por exemplo), bem como perdedores (Haiti e Venezuela).
Segundo a reportagem do Miami Herald, a recessão ainda deve levar cerca de 12 milhões de pessoas de toda a região para condições de pobreza ao custo de aproximadamente 1 milhão de empregos.
De la Torre acrescentou que mesmo que haja outro retrocesso, a região ainda terá um desempenho melhor do que tinha nos tempos em que qualquer desequilíbrio econômico nos EUA significava a queda das economias da América Latina e do Caribe.
“Até parece que os Estados Unidos e a América Latina trocaram de lugar”, disse Lasaga. “Dessa vez a América Latina é a região que tem os melhores indicadores econômicos."
Nenhum comentário:
Postar um comentário